Entre Vampiros e lobisomens - Taekook

Capítulo 21. Plano?

Tive a sensação de que havia dormindo por tempo demais. Meu corpo estava rígido, como se eu tivesse dormido naquela posição por todo o tempo de sono, sem intervalos. Minha mente estava confusa e lenta. O motivo? Os pesadelos coloridos de sempre, pesadelos e sonhos que giravam de forma vertiginosa em minha cabeça e que eu tentava diferenciar se era sonho ou realidade por conta de tudo que estava acontecendo. Eles eram muito nítidos... os meus sonhos.

O terrível e o celestial, todos misturados numa confusão bizarra. Havia impaciência e medos bem profundos. Eu vi a morte de Jungkook a dois dias atrás e no sonho que tive agora a pouco doi diferente, eu estava o protegendo, ele parecia tão pequeno nos meus braços. Foi difícil para mim abandoná-lo e acordar. Fazia um bom tempo que eu não sonhava algo bom com ele sem que envolva tudo isso de ruim daqui de fora nele. Estava acontecendo tantas coisas...

"Jimin está de volta"

"Precisa ficar longe do Jungkook"

"Eu vou matar você, Kim Taehyung"

"Eu preciso deixá-lo, Jungkook"

"Beija-me por favor!"

"Adeus, Jungkook"

"Você precisa ficar de fora"

Tudo isso se repetia na minha mente, cada uma dessas frases. Era inevitável, não a nada que eu possa fazer, eu fiz isso e não posso simplesmente abandoná-los aqui com os problemas que eu mesmo causei, foi uma promessa e eu irei cumpri-la. Custe o que custar...

Mansão Made In Kim's - 09H15 da noite

─ Com licença, eu posso entrar? ─ Titia me encarava da porta do quarto.

─ Claro. ─ Eu me sentei na cama.

─ Percebi que chegou agorinha, parecia meio abatido. Aconteceu algo?

Ela se sentou ao meu lado e começou a passar a mão nos meus fios de cabelo.

─ Envolve aquele garoto? ─ Eu assenti.

─ Ele está com... está com ele tia, com o Jimin. Juro que tentei evitar que ele fosse em um jantar com ele mas Jungkook não me escutou.

Cerrei os punhos e ela pegou na minha mão e segurou ela por um minuto.

─ Entenda o lado dele, Taehyung. Ele está magoado com você, você o feriu e talvez ele queira algo ou alguém que pelo menos faça com que ele se sinta melhor, que o faça te esquecer.

─ Eu sei mas... dói vê-lo com outro. Dói vê-lo com o Jimin, ele está em perigo e eu não posso fazer nada. Se eu ao menos pudesse dizer tudo sobre nós.

─ E por que você não diz? ─ Eu olhei para ela.

─ Sinto que não deveria.

─ Você sente que não está na hora certa para ser mais exato. Está tentando... como se diz mesmo? Hmm deixá-lo de fora, está tentando poupá-lo mas Jungkook já envolvido nisso, é tarde demais e acho que ele deveria saber. Não agora, mas mais quando se sentir que deve contar, que está na hora de colocar as cartas na mesa.

─ E até lá eu faço o que? Deixo ele com Jimin? Passo a ficar sem dormir com medo de acordar no outro dia e saber que ele está morto? Eu não posso mais tia, não posso um minuto se quer deixa-lo com ele.

─ Ah e o que pretende? Ir até Jimin e confrontá-lo outra vez? ─ Perguntou ─ A paciência é uma virtude Taehyung, é preciso ter calma e não sair tomando medidas precipitadas. Seu tio prometeu tomar conta dele, e estamos dispostos a colocar nossa vida em jogo para protegê-lo. E quanto a você, fique de fora por um tempo.

─ Está me pedindo para ficar sentado sem fazer nada? E quanto as ameaças? E se estivemos ficando sem tempo? Eu não suportaria perdê-lo também.

─ Não espero que entenda filho, mas preciso que fique de fora.

─ O que quer dizer com que eu fique de fora? ─ Perguntei.

─ Filho, tenho uma coisa para te contar.

Ela me encarou e engoliu em seco.

─ E o que seria? ─ Ergui as sobrancelhas.

─ Seu tio e eu chegamos a conclusão de que iremos mandá-lo para a Califórnia.

─ O que?

Saltei da cama ao perguntar chocado.

─ Não podem me tirar daqui! Ficaram malucos, eu irei protegê-lo, eu já disse isso. Eu não irei.

─ Pode me escutar? ─ Perguntou e eu assenti.

─ Posso.

─ Precisamos tirar o Jimin daqui, então iremos usar você de isca. Sabemos que é suicídio mandá-lo sozinho para a Califórnia então pensamos em um plano.

─ Que plano?

─ Sente-se vou te explicar tudo.

Jungkook

─ Então? ─ Perguntou Hoseok assim que puxei ele pela camisa para entrar de uma só vez dentro do quarto.

─ Então o que? ─ Fechei a porta e girei a chave.

─ Como assim o que? Quero saber como foi no jantar.

Hoseok se sentou sobre a cama e pegou uma das minhas revistas.

─ Okay, vamos por partes. O que você quer saber?

─ Como ele era? ─ Perguntou Hoseok.

─ Alto, tinha cabelos escuros, uma pele invejável, olhos castanhos entimidadores, uma boca beijavel. Céus, que homem!

─ E ele tinha volume? ─ Hoseok me encarou malicioso ─ Sabe? Volume na... ─ Ele apontou para a calça e eu o olhei incrédulo.

─ N-não, yah não seja um pervertido!

─ Você não olhou? ─ Ele erguiu as sobrancelhas.

─ Olhei uma, bom duas vezes mas não foi nada ok? ─ Corei.

─ Depois eu sou pervertido, está vendo que injusto. O que aconteceu?

─ Umas oito por ai ele veio me buscar, cara eu fiquei apaixonado naquele carro.

─ O que você vestiu?

─ De bermuda e camisa social como ele estava, me senti arrumado demais. Usei um conjunto social, aquelas peças de roupa no sofá.

─ Cara, quem vai arrumado demais para um jantar? ─ Ele riu e eu joguei uma almofada no seu rosto.

─ Você quer saber o que aconteceu, ou não?

─ Claro que eu quero.

─ Bom, ele me levou a um restaurante um tanto modesto, mas que não deixava de ser estiloso. Foi ai que sim eu havia me sentido bem vestido demais, acho que eu não deveria ter me precipitado. Mas enfim, comemos algo de início e ele pediu uma feijoada que por sinal estava maravilhosa.

─ O que aconteceu depois disso? ─ Perguntou Hoseok.

─ Bom, nós dois fomos a uma praça e ele nos comprou algodão doce, a noite terminou com ele me deixando em casa. Foi um jantar maravilhoso e eu pude esquecer um pouco as coisas.

─ Eu disse que você deveria ter ido, que bom que me escutou pelo menos uma vez na vida.

─ É, as vezes eu deveria escutar mais você.

─ E quanto ao Taehyung, você ainda ama ele?

Perguntou Hoseok e eu me levantei dando de ombros e indo em direção a janela.

─ Amo. ─ Engoli em seco.