Capitulo 12 - Beija-me Jungkook.

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Antes...

─ Aonde você está indo? ─ Meu tio perguntou assim que eu estava prestes a girar a maçaneta e abrir a porta. 

─ Embora daqui... Não posso ficar aqui se você não consegue entender o meu lado. ─ Digo sem me virar para ver sua expressão.

─ E para onde você vai? 

─ Não sei... 

─ Quer mesmo proteger esse garoto? ─ Me virei.

─ Sim. ─ Prendi o maxilar.

─ Então vai precisar de ajuda. ─ Ele cruzou os braços. ─ Acha que consegue combater o clã dele sozinho, moleque? Não! Você vai ser esmagado, um brinquedinho fácil pra eles. ─ Engoli um seco ─ Eu irei te ajudar, não iremos fugir desta vez. Mas com uma condição...

─ E qual seria? ─ Perguntei.

(...) 

Jungkook

─ Por que não é mais? ─ Perguntei.

─ Porque encontrei algo bem melhor nessa cidade... Jungkook. Não adianta ir para os lugares mais bonitos do mundo, se o que você quer de verdade está a passos de você. ─ Ele tomou um pouco de sua bebida. 

   Ficamos em silêncio, estávamos olhando para o final da estrada. Bem no finalzinho, onde havia outra rua, mas dali, era pra outra cidade. Se cruzasse aquela estrada, estaria deixando para trás Boulder City. 

─ Quando eu era mais novo, sonhava em ir além sempre que olhava para esse final. ─ Contou ele. ─ Eu queria conhecer lugares, conhecer todos os lugares desse mundo, saber mais o que esse mundo tem a oferecer. 

─ Mora aqui a muito tempo, não é? ─ Me envolvi na conversa.

─ Desde sempre. ─ Ele sorriu. ─ Boulder nem sempre foi um lugar cinza, sem cor. O sol pairava brilhando ardendo no céu, os dias costumam ser divertidos, o céu azulzinho com algumas nuvens. Perfeito.

─ E você nunca encontrou alguém? Alguém que te amasse profundamente? ─ Perguntei.

─ Namorei alguns caras. Bom, Meus ex-namorados estão se casando agora, nunca ninguém me pediu em casamento antes. Eu ia dizer não, mas, pelo menos, teria sido pedido em casamento.  ─ Tomou mais um pouco de seu refrigerante. ─ Mas nunca os amei profundamente... Na verdade, nunca amei ninguém profundamente... Até agora. 

   Começamos a observar o momento em que o sol se ocultava no horizonte na direção oeste, ver o pôr do sol e, por um segundo, sentir uma alegria enorme. Depois, uma espécie de medo sem pergunta e a tristeza crescendo fazendo nascer a vontade de morrer. Ou de viver ainda mais, com muito mais intensidade. Taehyung começou a cantar. 

─ Oh the dead don't die, any more than you or, they're just ghosts inside a dream, Of a life that we don't own. 

   A voz de Taehyung se envolvia com a do cantor, mas eu mantinha minha concentração apenas na sua. Taehyung tinha uma bela voz, isso era notório, aquela voz estava mexendo tanto comigo ultimamente, eu podia passar dias ouvindo.

─ They walk around us all the time. Never paying any mind... To the silly lives we lead, or the reaping we've all sows. 

      Ele continuou cantarolando. Ele fechou os olhos por alguns momentos e se envolveu cada vez mais na música. Ele era tão lindo, e os últimos raios solares sobre o seu rosto o deixavam cada vez mais atraente. 

 ─ There's a cup of coffee waiting on every corner. Someday we're gonna wake up and find the corner's gone... 

─ Não sabia que cantava.  

─ Não canto, eu só... Essa música é muito boa.─ Disse ele. ─ Quando a gente está triste demais, gosta do pôr do sol... 

─ Nunca parei pra pensar nisso. 

─ Vamos, tem mais um lugar que eu quero te levar. ─ Disse ele tomando em um só gole, o resto de refrigerante que havia ficado na latinha. 

      Entramos no carro, e não demorou muito para que Taehyung o ligasse e começasse a dirigir. Ele deu meia volta e seguiu em frente. Durante todo o percurso de volta à parte bem movimentada para a cidade, eu havia pegado no sono, e só acordei quando Taehyung me acordou.

─ Jungkook? Acorda! Vamos, a gente já chegou. ─ Abri meus olhos devagar. ─ Finalmente, dorminhoco. 

     Quando abri os olhos por completo, as luzes coloridas do parque de diversões ultrapassaram o vidro do carro sendo o único ponto de luz ali. 

─ Um parque de diversões? ─ Perguntei saindo do carro animado. 

─ Não gostou? ─ Perguntou ele.

─ Claro que gostei, olha só esse parque! Há quanto tempo eu não vinha aqui. 

─ Então vamos, hoje é o seu aniversário. ─ Disse ele colocando um palitinho entre os dentes. 

    Assim que entramos, pegamos alguns passes para andar nos brinquedos. Primeiro, fomos na montanha-russa, depois fomos no carrossel. Taehyung realmente sabia como divertir alguém.  Assim que saímos do carrossel, entramos em uma cabine de fotos, tiramos várias fotos divertidas e engraçadas. Taehyung me deu uma cartela para guardar de presente, e por último, subimos na roda gigante. E ficamos lá por um tempo. 

─ Já imaginou que nossa mente é um parque de diversão repleto de prazeres e satisfações, porém ao mesmo tempo é tão perversa como caminhar pelo vale da morte. Tão perigosa de se andar sozinho e se perder em pesadelos cruéis, Mesmo não sendo real, sua dor é insuportável. 

─ Você sempre diz coisas sérias assim? ─ Perguntei.

─ Às vezes... Acho que sim. ─ Ele passou a mão na nuca e pareceu pensar por um momento. 

─ Esse lugar é incrível. 

─ Verdade. Quando eu era pequeno, minha mãe me disse uma vez que as paisagens que há no mundo encantam, mas que mesmo assim o coração é o lugar mais bonito de se admirar.

─ É muito sábia sua mãe. 

─ Sim, ela era. ─ Ele ficou em silêncio.

─ Desculpe-me pela pergunta... Mas, por que falou no passado? ─ Perguntei. 

─ Meus pais foram mortos em um acidente de carro. 

─ Oh! Eu não sabia, meus pêsames. ─ Encarei os dedos da mão.

─ Tudo bem, já faz muito tempo. ─ Ele colocou sua mão sobre a minha. ─ Jungkook... O colar não é meu único presente que eu tenho pra te dar hoje. 

─ Oh! Taehyung-san, muito obrigado pelo colar.  ─ Agradeci. 

─ Não foi nada, esse colar vai protegê-lo. Esteve na minha família a muitos anos, e eu queria dá-lo a você. Mas... Jungkook eu tenho uma coisa pra te dizer... 

Antes.... 

─ Então vai precisar de ajuda. ─ Ele cruzou os braços. ─ Acha que consegue combater o clã dele sozinho, moleque? Não! Você vai ser esmagado, um brinquedinho fácil pra eles. ─ Engoli um seco ─ Eu irei te ajudar, não iremos fugir. Mas com uma condição...

─ E qual seria? ─ Perguntei.

─ Quero que se afaste desse garoto. A única forma de mantê-lo fora disso, e não o envolvendo mais nisso. Você pode vê-lo, você pode protegê-lo... Mas tudo de longe. O que me diz? 

─ Se o melhor pra ele não sou eu... Eu aceito, mas deixe-me vê-lo pela última vez. 

─ Aproveite Taehyung, pois será a última vez que vai vê-lo. ─ Disse ele e deu de ombros deixando somente titia e eu.

(...)

─ Algo para me dizer? Então diga. 

─ Mas antes... ─ Ele se aproximou de mim ficando próximo o bastante do meu rosto. Eu podia sentir sua respiração ofegante e as batidas aceleradas do seu coração, ele me encarou profundamente e colocou uma de suas mãos grandes e geladas no meu rosto e com a outra me puxou para mais perto. ─ Beija-me Jungkook.

Entre Vampiros e lobisomens - Taekook Onde histórias criam vida. Descubra agora