Observo a harmonização da calça jeans com o boddy branco que escolhi, o salto preto fino trás toda uma leveza pra look e combina com a bolsa pequena que escolhi da mesma cor. Olho para o espelho e sorrio para a imagem refletida ali, coloco o blazer preto pra finalizar toda a arrumação e por fim jogo um pouco de perfume atrás da minhas orelhas.
Saio do meu quarto com o semblante leve, desço as escadas devagar e na sala de estar encontro meus pais jantando.
— Vou na cervejaria do padrinho – informo.
— Vai sozinha? – questiona minha mãe.
— Com uns amigos – minto — Agora preciso ir para não me atrasar. Amo vocês – é o que digo antes de jogar um beijo no ar e sair pela porta.
O táxi já me espera na frente de casa, entro no automóvel e em poucos minutos já estou no estabelecimento.
Entro no estabelecimento com borboletas no estômago e um nervosismo já conhecido por mim espalhado pelo meu corpo, varro meu olhar pelo ambiente e o encontro atrás do balcão concentrado em alguns papéis a sua frente enquanto as mesas se encontram totalmente ocupadas e os garçons rodam o salão de forma frenética.
Me aproximo do espanhol que até então não tinha notado minha presença.
— Uma mesa por favor.
— A casa está cheia, infelizmente..– começa a proferir as palavras antes de levantar seu olhar e me ver diante dele.
— Nem pra mim padrinho?
Ele solta um riso leve quando olha pra mim e meu coração parece se derreter dentro do meu peito.
O homem da a volta no balcão e vem em minha direção, me dá um abraço apertado. Fecho os olhos sentindo nossos corpos próximos e me concentrando no seu cheiro marcante que ainda é o mesmo de anos atrás.
— Que ótima surpresa Madah – diz quando nos afastamos.
— Você não apareceu pra comer meu pudim de morango então me senti na obrigação de vir aqui.
— Eu tinha muitas coisas para fazer – exclama — Se importa de sentar no balcão? – muda de assunto.
— Me faria companhia? – retruco.
O espanhol parece pensar na resposta me deixando ansiosa, começo a bater o pé de forma involuntária enquanto anseio por saber o que irá dizer.
— Está nervosa? – pergunta me dirigindo o olhar.
— O-oque? – gaguejo — Não.
— Está batendo o pé, faz isso quando está ansiosa.
— Fo-foi sem querer – estremeço.
— Porque está ansiosa?
— Não estou.
— Me responda Madah – sua voz fica mais ríspida e autoritária me causando arrepios.
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INEFABLE
RomanceTrilogia Europeus 1° ERLEBNISSE 2° SFOGARSI 3° INEFABLE Não é necessário ler as histórias anteriores para que haja compreensão desta! Madalena é uma jovem que após sete anos morando em São Paulo volta para sua cidade natal a fim de recomeçar longe d...