— Mãe está chovendo muito e se me lembro bem metade da cidade já deve estar alagada – diz Madah no telefone aparentemente preocupada com a reação da mãe.
— Me de o celular Madah – peço e ela o faz — Oi Cristina, está tudo bem. Ontem ela acabou ficando bêbada e já estava tarde, a trouxe pra minha casa e essa chuva já está quase alagando minha rua.. bem, você conhece o caos que vira essa cidade quando chove.
— Vocês?.. – pergunta a mulher apenas com uma palavra e eu já entendo.
— Cristina, por Deus, não – nego de imediato —Sabe que depois da sua casa não há outro lugar em que a Madah poderia estar mais segura no mundo do que minha casa.
— Esta bem – ela parece finalmente se convencer e se acalmar — Vocês precisam de algo?
— Há o suficiente para sobrevivermos a essa chuva, não se preocupe.
— Fiquem bem, e por favor cuide dela – é o que me pede antes de eu me despedir e desligar o telefone.
Nesse momento pego o controle da TV ligando-a enquanto me jogo no sofá. Madalena se senta ao meu lado enquanto a repórter aparece em um plantão urgente.
“A chuva que acaba de acometer o centro-oeste de Minas Gerais vem fazendo estragos mesmo com tão pouco tempo. A previsão é que ela prevaleça por no mínimo três dias e a indicação é que pessoas que vivem em área de risco evacuem a casa e se dirijam aos alojamentos já disponibilizados pelo governo do estado em cada uma das cidades acometidas pela forte chuva”Nesse momento eu e Madah nos entreolhamos.
— Três dias? – indago.
— Aqui é área de risco? – questiona a garota.
— Não!
— Então estaremos seguros.
— Mas nem roupas você tem aqui – exclamo atordoado — Céus...
— Posso continuar usando suas camisas – afirma — Mas se não quiser que eu fique, posso ir embora.
— Não Madah.. não é isso. Eu vou cuidar de você durante esses dias e tudo continuará sob controle – falo mais para mim mesmo tentando me assegurar de que todos os limites necessários serão respeitados.
— Então podemos nos divertir enquanto estivermos aqui.
— O-o que você está querendo dizer? – me afasto suavemente da garota.
— Podemos rever álbum de fotos, fazer um jantar gostoso, conversar – diz risonha — O que estava pensando?
— Nada – minto — O que você sugere para o jantar então?
— Eu cozinho e você escolhe a cerveja para harmonizar, que tal?
— Tudo bem – concordo — E a sobremesa?
— Essa deixo pra você escolher.
Concordo com a cabeça e então Madalena puxa um assunto qualquer com a mesma empolgação que sempre carrega dentro de si. E de forma inocente ela move suas pernas colocando uma por cima da outra e um pequeno pedaço do seu bumbum aparece, minhas mãos começam a soar e fico extasiado. Dou uma desculpa qualquer e me levanto correndo até meu quarto em seguida.
Entro no banheiro do cômodo e me olho através do espelho, jogo água em meu rosto mais de uma vez tentando recuperar minha sanidade e minha moral. Volto a olhar-me me enxergando como o pior dos pescadores. A forma com que meu corpo reage a menina é desproporcional a qualquer estímulo que senti nos últimos tempos, sua presença é perigosa para mim e eu estou tentando me conter com todas as armas possíveis, mas ela estar por perto tem me deixado vulnerável de uma forma cruel para minha consciência.
Que tipo de monstruosidade a fera alimenta pela Madah?
Porque diabos essa menina consegue atingir com tanta facilidade meu ponto mais inconsciente?
Saio do banheiro na esperança de ter me restabelecido, volto para sala e de longe a observo coando café. Ela serve nossas xícaras e quando vira para trás e me vê solta um sorriso largo, caminha em minha direção e me entrega uma caneca.
— Café forte do jeito que você gosta padrinho.
Ando estranhando o jeito com que Madah tem servido a mim, a garota sempre foi prestativa para comigo, mas desde ontem tem agido de um jeito exagerado.
— Não é porque está na minha casa que precisa agir como minha empregada – falo dando um gole no líquido escuro em seguida.
— Ué, você não gosta? – parece surpresa.
— Do que exatamente?
— De ser servido.. agradado.
Um tremor se espalha pelo meu corpo e fico estático com o que ela acaba de proferir.
— Do que está falando Madalena?
— Nada, é que sempre gostou das coisas que eu fazia pra você – a jovem parece nervosa e desconcertada com minha reação — Acho que vou... Tomar um banho.
— Madalena? – a chamo e ela continua subindo as escadas sem me dar atenção — Madalena! — a chamo mais uma vez enquanto a garota caminha com pressa ignorando-me — Madalena! – grito dessa vez mas ela corre e desparece do meu campo de visão.
Essa menina está prestes a me deixar louco.
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Alguém aí quer mais um capítulo hoje? 👀Aproveitem que estou inspirada e engajem muito essa capítulo, votem e comentem muito muito muito que prometo que hoje ainda eu volto mais uma vezzz!!!
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INEFABLE
RomanceTrilogia Europeus 1° ERLEBNISSE 2° SFOGARSI 3° INEFABLE Não é necessário ler as histórias anteriores para que haja compreensão desta! Madalena é uma jovem que após sete anos morando em São Paulo volta para sua cidade natal a fim de recomeçar longe d...