• once

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Acendo um charuto na varanda da sala enquanto assisto a chuva cair cobrindo a madrugada

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Acendo um charuto na varanda da sala enquanto assisto a chuva cair cobrindo a madrugada. Por mais que eu tentasse dormir a minha mente de transformou em um turbilhão de coisas, o sono não se fez presente durante as horas que estive de deitado.

Passei muito tempo olhando o semblante sereno da menina, observei como seu cabelo armado e volumoso é um equilíbrio perfeito para seu rosto fino e angelical. Meus dedos passearem nos traços negros de seu rosto como se eu estivesse a redescobrindo, adaptando minha perspectiva sob a menina de uma nova forma e pra isso eu precisava ressignificar toda a existência dela para mim.

Dou mais uma tragada no charuto enquanto o vento frio se choca contra meu peito nu, sinto resquícios da chuva pararem levemente sob mim, mas eles não me impulsionam a sair do ambiente, pois com ela deitada na minha cama só consigo assimilar com clareza todo meu caos interno longe da jovem.

Me surpreendo quando sinto braços finos me abraçarem por trás, fecho os olhos amaldiçoando o universo por fazer com que a personificação de todo meu desequilíbrio esteja agora grudada em mim.

— Eu senti frio – resmunga me apertando ainda mais.

— A cama está mais quente que aqui fora.

— Mas é aqui que você está – declara com a voz manhosa — E quero ficar perto de você.

Apago o charuto e o coloco em cima de uma mesa presente na varanda, viro ficando de frente para ela e retribuo o abraço.

— Eu precisava pensar um pouco – afirmo — Não vou conseguir te esquentar aqui, está muito frio, é melhor você entrar.

— Entra comigo?

Ela me lança um olhar astuto fazendo com que um sorriso largo brote em meu rosto.

— Tudo bem – concordo e juntos caminhamos até o sofá da sala — Perdeu o sono?

— Sim.

— Então faremos companhia um para o outro até que o sono chegue.

— Pareço estar vivendo o sonho – exclama animada — Eu sonhei com esse momento boa parte da minha vida e agora estou aqui com você.

— Eu simplesmente não consigo te imaginar tendo esse tipo de sonho comigo, Madah – confesso e ela se aproxima de mim, se sentando em meu colo e passando um de seus braços por detrás da minha nuca — Você era só uma criança.

— Mas não sou mais, e agora posso ser sua.

— Isso é muito mais complicado do que imagina.

— Estou disposta a entender tudo.

— Está começando isso de forma errada Madalena. O fetichismo deve ser fruto de um desejo real que há dentro de você, e com as práticas e o jogo de dominação se consegue da vida ao que está retido – explico calmamente — Deveria começar isso por você e não pra me agradar.

— Eu já tinha ouvido falar vagamente sobre o BDSM, mas sequer sonhava que você poderia ser adepto a isso. Sempre foi tão doce comigo..

— Mas sou um homem doce e gentil no meu baunilha Madah.

— No seu o que?

— Baunilha é a vida fora do fetichismo. Resumidamente o Paco empreendedor, o Paco filho, irmão, padrinho...

— Eu sei que parece que tudo é em função de você, mas eu quero vivenciar isso – diz olhando nos meus olhos — Quero estar com suas duas versões, eu juro que eu consigo ser uma boa garota, ainda estou crua, mas posso ser moldada.

— Eu não tenho certeza se isso é uma boa ideia – falo tocando em seu rosto levemente — Ainda não consegui assimilar essa transição turbulenta, estou tentando organizar tudo na minha cabeça e te submeter a mim é te dar uma responsabilidade gigantesca e esse não é um fardo leve.

— Eu quero, eu faço tudo –fala de imediato — Eu consigo, posso aprender tudo direitinho.

— Esse não é o espírito da coisa Madalena, não se deve fazer nada por ninguém a não ser pra si mesmo.

— Mas eu quero ter você, eu quero ser sua.

— Não pense nisso agora Madazita, você está cansada, precisa descansar.

Nesse momento nosso contato visual fica mais intenso, nossas testas se encostam e eu fecho os meus olhos na tentativa falha de conter a vontade estrondosa que estou de experimentar a boca dela. De forma gradativa nossos narizes se encontram e consigo sentir a respiração quente da garota se chocando contra minha boca, levo uma de minhas mãos até seus cabelos cravando meus dedos ali, apertando o local com uma certa força e em um só movimento junto as nossas bocas.
A maciez do teu lábio me deixa entorpecido, meu corpo rapidamente dá sinal aí ter contato com a leveza do beijo dela. Como um animal irracional minha força interior deixa tudo mais intenso, o beijo sutil de antes gradativamente se transforma em uma coisa sedenta, desço minha boca pelo pescoço da jovem e começo a roçar meus lábios ali, já totalmente tomado pela irracionalidade mordo o local tentando moderar a minha força, mas percebo que falho quando a garota solta um grito, no mesmo instante a sanidade volta pra mim e ergo meu olhar a ela.

— Eu te machuquei? Você está bem Madah?

— Não pare, por favor – suplica deixando minha respiração totalmente descompassada outra vez.

Coloco uma das minhas mãos em sua nuca, desço minha boca mais uma vez e agora sugo com força outra área de seu pescoço, quando me afasto e vejo a marca arroxeada ali um sorriso contido brota em meus braços.

— Quero marcar cada parte do seu corpo, sinalizando de todas as formas possíveis que você pertence a mim – Tiro a camiseta que ela veste deixando-a nua diante de mim minha boca saliva quando pego seus pequenos seios em minhas mãos e depois aperto seus mamilos com meus dedos, em seguida abocanho um de seus peitos e o chupo de forma violenta — Seu corpo é uma tela em branco e eu não sossegarei enquanto não marcar todo cantinho dele – abocanho seu outro seio com força e arrasto meus dentes por ele antes de tira-lo da minha boca.

O olhar de tesão da menina em minha direção é desconcertante, mas luto contra todos os meus demônios internos e a visto outra vez tampando seu corpo do meu instinto feroz.

— Agora está na hora de você dormir – beijo a testa dela de forma carinhosa.

— Por favor, não. Eu preciso de mais – pede de forma manhosa fazendo com que meu cuidado para controlar-me seja redobrado.

— Shii – coloco meu dedo indicado na frente de sua boca indicando silêncio — Eu disse que agora é hora de dormir, hum? Seja uma boa garota.

Ela respira fundo e concorda com a cabeça surprendendo-me, pois vendo seu comportamento nos últimos dias imaginei que me provocaria até o último segundo, mas ela não o fez.

A garota então se ajeita em meu colo deixando cada uma de suas pernas de um lado, firmo seu corpo no meu com meus dois braços e me levanto levando-se junto comigo até o quarto. A deito na cama e me aconchego ao seu lado, beijo o topo de sua cabeça e a tampo com edredom, Madalena me abraça forte parecendo ter medo de que eu fuja dela mais uma vez.

Mal sabe ela que já não tenho mais forças pra lutar contra isso.

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Acharam mesmo que eu não voltaria? Estou aqui!!!

Obrigada mesmo pessoal, vocês entraram nessa saga comigo e me motivaram de uma forma absurdaaa.

Não sabem como me sinto realizada de conseguir escrever sobre o BDSM aqui, estou no meio a mais de um ano e conseguir trazer minhas vivências e experiências pra vocês dentro de uma obra é gratificante demais.

Curtam e comentem muito que prometo tentar voltar amanha. Beijo beijo ❤️

INEFABLEOnde histórias criam vida. Descubra agora