• catorce

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Já se passaram algumas horas desde o meu último diálogo com ela

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Já se passaram algumas horas desde o meu último diálogo com ela. Como aquela menina mimada tem coragem de falar comigo daquela forma?

Por um segundo me amaldiçoo por ter feito parte da sua criação e por ter alimentando suas vontades de todas as formas possíveis, e agora tenho que lidar pessoalmente com a birra de uma mulher adulta da qual eu mesmo ajudei a moldar.

Não consigo parar de pensar nas palavras que saíram da boca dela: covarde, homem fraco.

Que diabos! Ela mexeu com meu ego e sabia que isso iria funcionar.

Agiu de uma forma infantil e eu dei toda atenção que ela queria aquele momento, mas eu duvido, duvido muito que ela consiga ficar de joelhos até agora.

É apenas uma menina, tomada por uma paixão platônica empenhada em conquistar seu padrinho. Ela não saberia lidar com os desafios reais de se submeter a alguém, e o que a propus fazer vai ser a prova de que ela não está nem um pouco preparada para isso. E eu torço com todas as minhas forças para que ela falhe dessa vez, caso contrário não saberei mais que armas usar.

Cheguei na minha cervejaria e estou sentado em meu escritório até então, remoendo a cena e as palavras que ouvi, decido então levantar-me para que o tempo passe mais rápido. Começo a checar as comandas e ajudar os garçons com alguns atendimentos, tento apressar na cozinha para que os pedidos saiam um pouco mais rápido e deduzo que o quanto antes precisarei de mais auxiliares de cozinha, os profissionais responsáveis definitivamente não estão conseguindo atender toda demanda do espaço.

Começo a conversar com um casal de clientes que elogia o lugar, os agradeço cordialmente e os mesmos percebem meu sotaque e a partir de então começam a fazer várias perguntas sobre minhas origens e os segredos de alguns pratos. Me perco no assunto com os dois e quando já me dou por mim estamos nos despedindo, já está tarde e só restava essa mesa aqui.

Ajudo a caixa a fechar o caixa e quando menos espero todos os funcionários já estão indo embora e estou fechando a porta do estabelecimento, então só me resta uma coisa: voltar pra casa e não a encontrar lá.

A certeza de que a menina não suportou tantas horas de joelhos por causa de uma ordem deveria me trazer alívio, mas não, dentro de mim há uma chama sádica que anseia que ela ainda esteja lá ajoelhada, como uma boa menina.

Porque tudo tinha que ser tão difícil? Porque ela?

Estaciono a caminhonete em frente minha casa e fecho os olhos pedindo pra que se exista um Deus com uma bondade divina lá em cima, que essa garota ainda não esteja lá.

Desço do automóvel com as palmas de minhas mãos soando, caminho até a casa e abro a porta. Respiro fundo antes de virar a maçaneta fazendo todas as preces possíveis.

Assim que antro no ambiente olho para o lado que a deixei é meu corpo se estremece: ela ainda está ali.

Ajoelhada com as costas curvadas demonstrando o desconforto, o olhar piedoso se levanta em mina direção fazendo com que meu coração se aperte dentro de mim. Corro em sua direção e me ajoelho em sua frente, em um movimento rápido pego-a em meu colo deixando seu corpo magro aninhado em meus braços, a aperto com todas as minhas forças e começo a espalhar beijos pelo topo da sua cabeça.

— Não era pra você estar aqui, já se passaram mais de quatro horas.

— Eu consigo, eu disse que conseguia.

— Sim meu bebê, você consegue – afirmo —  Você é incrível.

— Eu estou com frio e meus joelhos doem – choraminga.

Me levanto com ela ainda em meu colo e a carrego até o meu quarto, direcionando ao banheiro.

— Vou te dar um banho quente, e depois cuidar dessas pequenas feridas no seu joelho – digo tirando sua roupa calmamente — E também vou te fazer uma massagem e depois posso te contar uma história até que caia no sono. Hum?

Ela sorri fraco como resposta e então eu ligo o chuveiro com a temperatura alta e começo a banhar o pequeno corpo da menina, entro em baixo do chuveiro sem me importar com minhas roupas, e a abraço com toda força presente em mim, beijo sua testa e fico ali, colado nela perdendo a noção do tempo externo.

Eu não consigo identificar o objetivo da vida colocando-me diante essa situação, e essa garota estar me deixando completamente entorpecido nessas circunstâncias tão cruéis e improváveis só prova que esse deus que todos falam não existe, se ele existisse não permitiria que duas pessoas tomadas por um desejo tão indomável se conectassem de uma forma tão linda.

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Voltando com toda naturalidade do mundo como se eu não tivesse a dois fucking meses sem postar! Kkkkkk

Espero que ainda estejam aqui.. férias da faculdade chegaram e vai ter maratona!

Votem e comentem muito que ainda hoje tem mais ummmm. Beijos não me odeiem, ainda amo vcs!

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