Eu corri por tempo demais para parar agora e sem nada nas mãos. — Owen.
Fint acordou tentando respirar, parecia que o ar ia fugir a qualquer momento. O nariz dele queimava como brasa, assim como suas costas. Enfim, ele não estava morto.
O garoto olhou em volta e percebeu que estava em uma barraca feita de lona. Era um ambiente extenso, parecia ser um tipo de enfermaria. Os olhos dele pararam em uma garota sentada em um banquinho amassando alguma coisa em uma tigela. Os cabelos dela estavam presos em duas tranças embutidas e eles chegavam quase até a cintura, a pele dela era bronzeada e parecia brilhar na claridade do dia. Ela levantou o rosto para encará-lo com os olhos castanhos cobre. Fint sentiu um arrepio através da pele dele, ela era tão bonita.— que bom que acordou. — a garota ficou de pé e se aproximou de Fint para medir a temperatura dele, ela devia ter 1,60m de altura — te encontramos no rio, achamos que não ia sobreviver por causa do ferimento.
Fint olhou para baixo e viu que estava sem camisa, o ferimento dele estava com um curativo limpo e não doía mais. A garota voltou para pegar a tigela que tinha deixado em cima do banquinho. O conteúdo era uma pasta verde com um cheiro de grama. Ela estendeu a tigela para Fint, mas ele não a pegou.
— isso é um anti-inflamatório, vai ajudar a sarar. — a garota explicou, mas mesmo assim ele não pegou — eu não vou te envenenar, não teria lógica você ser salvo para morrer envenenado.
Fint pegou a tigela e pegou a mistura de ervas com a mão e engoliu. Ele estava intrigado. Quem é essa garota?
Uma mulher com o cabelo tingido de loiro entrou no quarto. Ela era alta, morena com um corpo musculoso, parecia uma lutadora. Os olhos castanhos da mulher focaram-se na garota que estava cuidando de Fint.— pode me dar um minuto aqui, Billie? — a mulher perguntou e a garota saiu da cabana.
Ela esperou um momento e então olhou para Fint com olhos de águia, analisando ele, as expressões, tentando encontrar alguma coisa que ele não sabia o que era.
— eu sou Skylar. — a mulher falou — você foi resgatado por meus companheiros e agora está no acampamento Skrou. Se manter boa convivência com todos aqui será bem vindo a ficar, mas se eu desconfiar que você é má pessoa terá outro mergulho no rio... e talvez fique lá para sempre. — a mulher falou com o tom de voz sério — espero que melhore logo...
— Fint.
— Fint? — a mulher ergueu as sombrancelhas — nome diferente.
— é um apelido. — Fint revelou.
— Fint, o jantar será servido ao pôr do sol. Billie vai tomar conta de você até lá. — a mulher saiu da cabana e garota voltou.
Fint se sentou na cama improvisada e sentiu incômodo por causa da calça molhada, Billie percebeu porque logo após ela pegou uma roupa dobrada que estava em cima de um baú.
— não é uma roupa bonita, mas está seca. — Billie falou e entregou as roupas para Fint — os seus sapatos estão lá fora, acho que já estão secos. Jogamos sua blusa fora porque estava ensanguentada.
— obrigado. — Fint murmurou.
Billie ajudou ele a ficar de pé e depois saiu da cabana de novo para o garoto poder se trocar.
Fint tirou a calça molhada e pegou a que Billie lhe entregou. Realmente não era bonita, o jeans estava manchado, parecia ter sido água sanitária ou algum produto de limpeza, mas ele vestiu mesmo assim. Ele vestiu a blusa preta de manga comprida, estava com cheiro de coisa guardada há muito tempo. Fint pegou o cinto na calça molhada e colocou na sua "nova" calça.— posso entrar? — Billie perguntou do lado de fora.
— sim.
A garota entrou e trouxe os sapatos de Fint, e ele teve muita sorte porque ela também lhe trouxe meias e elas pareciam limpas, o único problema era que eram meias femininas então ficaram um pouco curtas.
Billie guiou Fint para fora. Ele inspecionou o lugar, várias barracas montadas uma ao lado da outra formando um círculo, no meio do local tinha um tronco e uma fogueira apagada. Provavelmente era onde as pessoas se reuniam. Os habitantes do pequeno acampamento encaravam Fint quando passavam próximos.
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Casa de Vidro
Science FictionOwen sonhava com a faculdade, nem a pandemia tinha impedido ela. Mas a liquidação não era um lockdown, era algo mais assustador com poder e assassinato envolvido.