Momentos depois, um inebriado Agust e uma contida Haeun andaram de mãos dadas pelos corredores do Palácio do Dragão Prateado, o que despertou a curiosidade de alguns servos, dentre eles, Hoseok. Ele passou pelo casal e os saudou, olhando descaradamente para trás quando os futuros monarcas já estavam a uma boa distância dele.
"Finalmente se entenderam?", se questionou em pensamento. Posteriormente, comentou suas hipóteses com Jin, que o mandou calar a boca e voltar ao trabalho.
[...]
— Para onde estamos indo? – Perguntou Haeun, andando mais devagar do que o noivo.
— Para meus aposentos.
Ela soltou a mão do rapaz bruscamente.
— Sinto muito, mas não sou esse tipo de mulher!
— Calma, Haeun! – Agust não tinha certeza se podia chamá-la de algum nome carinhoso, como Namjoon se referia à sua irmã, ou como Chul se referia à Yang-Mi, segundo os relatos de Hwasa. — Quero lhe mostrar uma coisa... – Disse, ao se aproximar da porta do quarto. O louro cumprimentou os guardas, e entrou com Haeun em seguida.
O coração da moça estava descompassado. Desejava beijá-lo desde quando teve a epifania de que o que sentia pelo louro do sul não era apenas uma implicância mútua boba e infantil. Ela o amava, e tentava não demonstrar esse amor, chegando até a maltratar o pobre rapaz por isso. Agora, ela queria deixar claro que também o amava. Talvez ele tivera essa epifania primeiro do que ela.
Eles entraram no cômodo, e Haeun percebeu que todos os aposentos reais possuíam um certo padrão: o recinto era grande, com as paredes claras, e no meio de uma delas, havia o desenho de um dragão dourado. As outras eram decoradas na parte de cima com a história dos deuses coreanos, como a criação do mundo, a representação de cada Divindade, e a coroação do primeiro Imperador, o Deus Supremo Hwanin. Tanto o Reino do Norte quanto o do Sul possuíam as mesmas crenças nas divindades coreanas. A diferença estava na forma de governar: o setentrional era mais rígido em suas leis, e o meridional era mais brando, exceto com crimes hediondos.
Agust soltou a mão de sua amada delicadamente e foi até uma mesinha perto de sua cama, onde guardava algumas jóias, como colares e anéis. Alguns deles pertenciam a seu pai, que os repassou a ele antes de morrer. Além disso, sua mãe também dera a Hwasa um anel, e fez a moça jurar que o daria ao irmão mais novo quando ele achasse o amor de sua vida. Uma tradição passada de geração em geração.
Ele localizou o anel depois de algum tempo, e estremeceu levemente. O anel era lindo, e temia que Haeun não sentia o mesmo por ele. Pelo menos, não demonstrava.
O anel era de uma grande, redonda e única pedra jade verde, com círculos de cristais em volta dele, um fino aro de prata, porém resistente para suportar a joia preciosa que sustentava.
O jovem Imperador pegou o anel com as duas mãos, como uma concha, e se virou para Haeun.
— Está vendo este anel? – A Princesa balançou a cabeça em afirmativo. Era mais uma pergunta retórica do que literal. — Era de minha mãe, e também pertenceu a minha avó, e a todas as mulheres de minha dinastia, é uma tradição nossa. – Agust olhava para o anel, como se falasse com ele. Em parte, para esconder sua timidez e o quanto ficava vulnerável diante de Haeun. — Ele pode ser simples, mas tem um grande significado para a dinastia Yeoheung Min.
Haeun não ousava interromper, mas tinha um sorriso emocionado nos lábios. Por isso, Agust prosseguiu:
— A mensagem passada por esse anel, é que não importa o quão bonito ele é, e sim o que ele representa... No caso, o meu amor por você! – Ele sorriu, simplista. Desta vez, criou coragem para olhá-la. — É aí que está a contradição, pois o amor torna até o mais simples em algo bonito e valioso!
Os olhos da moça marejaram.
— Sei que já fiz o acordo com seu pai, mas... – O Imperador se ajoelhou em frente a Princesa do norte. — É apenas uma formalidade: realmente aceita se casar comigo?
Ao ouvir isso, Haeun chorou.
— Obrigada por me aturar todos esses anos, Agust. – Fungou. — É claro que aceito, seu idiota! – Provocou-o, e em seguida o abraçou. Ele colocou o anel de jade no dedo anelar esquerdo de sua noiva, ainda tremendo.
[...]
Jungkook, depois de falar com Ji-eun, aguardava sua resposta. Eles estavam na cozinha, e ela descascava alguns legumes para a próxima refeição da família Jeon. Ao ouvir o pedido do rapaz, ela quase cortou seu próprio dedo.
Apesar da moça ter ficado calada, o comerciante não a afobou.
— Gukkie... – Era o apelido de Jungkook que IU lhe pusera, e ele achava adorável. — Sou grata aos deuses e a você por ter me tirado daquela vida. – Ela tinha o olhar distante, como se estivesse lembrando daquele tempo, o qual ela gostaria de esquecer. — Mas... Eu não sou a mulher que você precisa! Sei que desde a morte de Wheein, nunca mais se relacionou com ninguém...
Um vinco se formou entre as sobrancelhas de JK. Ao ver sua expressão, ela se apressou a dizer:
— O que quero dizer é... – Suspirou. — Você pode estar confuso... Meus cuidados com a casa, com a Mira, que inclusive é uma graça! – Sorriu, sem humor.
— Está dizendo que quero me casar com você por... Carência? – Jungkook estava incrédulo, e de certa forma, enojado. — Se pensa isso, está muito enganada! Com licença! Vou trabalhar, que é o melhor a se fazer... – Ele saiu de casa, fechando a porta com um estrondo.
— Jungkook, espera! – ela secou rapidamente as mãos, e tentou alcançá-lo, porém foi em vão.
Ela colocou a palma da mão na testa e se xingou baixinho.
[...]
Algumas horas depois, Agust, Hwasa, Namjoon, e Taehyung estavam organizando alguns detalhes do casamento na sala do trono. Haeun se ausentou, pois estava no harém com Jimin. Ela não sabia como ele reagiria, pois era uma incógnita para ela o que seu servo achava sobre Agust.
— Senhora! – Jimin saiu correndo na direção de Haeun, quando a viu entrar no harém. — Por que demorou tanto? – A essa hora, o lugar estava quase vazio, pois muitas servas estavam atoladas em suas funções. Alguns nobres eram muito exigentes, pensava Jimin.
A jovem mulher lhe contara tudo o que acontecera na sala do trono, e nos aposentos reais.
Ao ouvir tudo, o ruivo baixou o olhar, não conseguindo disfarçar a insatisfação.
— O que foi, Jimin? Achei que ficaria feliz. – Ela reclamou.
— Sinto muito, mas não posso!
— Por quê? – Haeun já estava impaciente.
Ele começou a chorar e confessou a ela o seu amor.
— Jimin... Sinto muito, mas estou prometida a Agust... – Ela mal acabou a frase, e o garoto saiu correndo pelos corredores, desnorteado.
Também pudera, o amor de sua vida se casaria com outra pessoa.
Jimin estava tão atordoado, que não percebeu Hoseok vindo em sua direção com uma bandeja cheia de taças com vinho.
Ao se esbarrarem, Jimin fez uma carranca para o ajudante de Jin e desapareceu pelo corredor. Hoseok apenas o olhava, admirado pela beleza do ruivo.
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The Korean Emperor - MYG
FanfictionMin Agust era o segundo na linha de sucessão do trono da Coreia do Sul. O primeiro era seu gêmeo, Min Yoongi, que por um golpe do destino, fora separado de sua verdadeira família e criado como plebeu por um casal camponês de um vilarejo em Busan. An...