V2 🥈
Chegamos no tal prédio e o cara liberou a passagem pra nós entrarmos. Eu só fui acompanhando o Portuga, que parou de frente pra uma porta. Ele já ia meter o pé pra arrombar ela, mas eu o segurei.
V2: Chega na moral pra não chamar atenção. - Coloquei a mão no ombro dele. - O JJ me mandou sinal pelo rádio, lá em cima a visão já tá com eles. - Portuga só me encarou e começou a bater na porta, que logo foi aberta, revelando um cara já velho, papo de ter uns 40 e tantos anos.
Júlio: Visita surpresa? - Soltou uma risada irônica e o Portuga deu um soco no maxilar dele. - É assim que você trata os velhos amigos? - Debochou, colocando a mão onde havia levado o soco. - Pedro, Pedro... Não foi essa a educação que sua mãe te deu. - O Cara tá na merda e ainda quer fazer graça. É por isso que muitos perdem a vida sem nem ter tempo de se "explicar".
Portuga: Você não mete minha mãe nessa porra, porque o papo aqui é entre a gente. - Desceu outro soco nele, que tentou revidar porém eu me intrometi.
V2: Tá com muita gracinha, acho bom baixar essa marra toda. - Ele ficou na dele, só olhando pra minha cara.
Portuga: Fiquei sabendo de tudo que rolou na minha ausência... - Desviou sua atenção pro Pedro. - Acho que é por isso que você nunca gostou de me ter por perto, porque comigo aqui, tu sabia que nunca ia chegar na Ana. Só aproveitou o momento certo pra cometer tuas covardias, mas se esqueceu que não foi só a sua mãe que fez filho malandro.
Júlio: Você sabe como a Ana é; tu chega perto e já é motivo pra garota ficar apavorada e imaginar coisas, eu jamais tocaria minha mão nela. - Ele falou tão sério que quem é de fora até acreditaria.
Mas o pior foi ele tentando jogar o papel de doida pra cima da menina, que era nítido que nem tinha feito nada.
V2: Da onde você veio, eu já vi muitos. - Me escorei na parede, só esperando pra ver o que ele falaria. - Aqui ninguém é levado no seu papinho furado.
Ao invés do cara tentar falar a verdade, ele continuou naquela de mentir, o que me deixou mais puto ainda. Sujeito tá na frente dele, dando a chance da verdade aparecer e ele ainda tenta passar a gente pra trás.
Júlio: Vão fazer o quê? Me matar? Vocês não tem provas contra mim, e se tentarem algo, eu tenho a lei ao meu favor! - Depois de muito tempo tentando resolver a parada de uma forma mais pacífica, eu comecei a perder a paciência que nem tinha.
V2: Cansei de tentar levar na conversa. Isso agora é entre nós três aqui. Tu não foi homem pra fazer? Tem que ser homem pra lidar com as consequências. Se não tiver coragem pra fazer isso, não peita. - Olhei pro Portuga, que já entendeu o que eu quis dizer.
Nós começamos a bater nele, e a mesma dor que ela sentiu, fizemos ele sentir também.
O mal de malandro é esse, a maioria faz porque acha que não vai ter consequência, até achar um que não tenha pena e chame eles pro teti a teti.
Fui criado em favela, vim de rua pra deixar qualquer maluco me colocar de bobo nas situações? Nunca!
Portuga: Tua mancada vai sair caro. - Parou de bater nele e subiu as escadas, indo pro andar de cima.
Júlio: Você conheceu ele agora, né? - Me indagou após o Portuga subir e eu apenas mantive o semblante sério. - Vai por mim, esse daí não é flor que se cheire. Hoje tá aqui contigo e depois te passa pra trás. - Ele começou a tossir e cuspiu um pouco de sangue, logo em seguida o mesmo levantou o olhar pra mim. - Foi assim com a mãe dele, e será assim com você. - Eu franzi a testa, sem entender o que ele queria insinuar com tudo aquilo.
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No Alemão (DEGUSTAÇÃO)
FanfictionNew adult | +18 Ana Luísa, sempre enfrentou problemas na casa onde nasceu. Quando sua mãe morre, ela vislumbra uma oportunidade de recomeçar a vida novamente longe dali, decidindo ir morar com seu irmão no Complexo do Alemão. Mas mal sabia ela que e...