Treze.

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                       Ana Luísa 🌸

A semana passou tão rápido que quando eu vi, já era sábado. Nesses últimos dias os meninos não comentaram mais nada sobre o Júlio, e eu até agradeço por isso. Quero distância de qualquer coisa que envolva esse homem.

O Pedro anda distante, passa o dia todo fora e só volta de noite, a Bárbara sempre me chama pra ficar com ela e acabamos passando o dia inteiro juntas.

Hoje iria ter baile e a Bárbara me avisou para se arrumar lá. Levei algumas roupas pra escolher e maquiagens, peguei um salto da Prada que o Pedro havia comprado pra mim, quero usar ele hoje.

Eu comprei várias roupas e assessórios. Nem ia gastar tanto, até porque o dinheiro não era meu, mas o Pedro fez questão de pagar por tudo e ainda me encheu de presentes.

Meu quarto estava lindo, coloquei alguns móveis e outras coisas para decorar, ficou tudo perfeito!

Caveirinha: Epa... - Falou assim que me viu passar e tirou minha atenção. - Tava sumida pô. - Apoiou sua mão no fuzil cruzado.

Ana: Correria... Tô sempre pela casa da Bárbara.

Caveirinha: Visão, mas e aí, vai descer pro baile hoje?

Ana: Vou sim, ela me convenceu a ir. - Sorri fraco. - Tô levando isso pra casa dela, vamos nos arrumar lá. - Balancei as sacolas que estavam nas minhas mãos e ele olhou de relance.

Caveirinha: Jae então, tenho que ir na boca, muita movimentação. Mais tarde eu te avisto - Balancei a cabeça em concordância.

Nos despedimos e eu fui andando rumo à casa da Bárbara.

Larissa: Tem que agradecer muito a lei da favela. Aqui é protegida, mas se descer pra pista, não tem favela que segure. - Debochou assim que eu passei. Quando eu levantei a cabeça, pude ver ela e mais cinco meninas rindo da minha cara.

Tu ligou? Nem eu. Joguei meu cabelo pra trás e segui plena.

As poucas vezes que eu passava, ela sempre ficava de piada pra mim. Já pensei diversas vezes em revidar, mas nem vale a pena, então eu apenas ignoro e sigo meu caminho...

Ana: Bárbara... - Gritei assim que abri a porta da casa dela.

V2: Não perde essa mania de chegar gritando, né? - Desceu as escadas e veio até onde eu estava.

Ana: Ah, é você. - Olhei pra ele com desdém e coloquei minhas sacolas com roupas em cima do sofá. - Cadê a Bárbara? - Voltei a atenção pro mesmo, que agora estava parado me olhando.

V2: No quarto, me mandou vim abrir a porta mas pelo visto não foi preciso. - Sentou no sofá, puxou um negócio do bolso, acendeu e começou a fumar - Quer? - Estendeu a maconha pra mim.

Ana: Primeiro, eu bati e ninguém atendeu, então resolvi entrar... - Dei de ombros e me sentei. - Segundo, não eu não quero. Essa merda mata. - Fiz cara de nojo.

V2: Só mata se tu comprar e não pagar. - Levou a maconha na boca novamente e deu um trago. Eu olhei pra ele e neguei com a cabeça. - Vai pro baile?

Ana: Sim, por quê? - Franzi minhas sobrancelhas.

V2: Nada não, deixa o mano ser curioso. - Achei meio suspeito, mas resolvi não contrariar, vai que isso pega. - Tô puxando o meu ein sagaz. - Veio e fez um toque meio doido comigo.

Essa maconha que ele tá fumando deve tá estragada, só pode.

O garoto saiu dali fumando e eu subi, indo até o quarto da Bárbara. Ela tava vendo filme de terror e eu me deitei pra assistir junto com a mesma, tomamos vários sustos com aquelas cenas idiotas.

No Alemão (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora