Irmãs?

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        Ao sairmos sei que chegarei um pouco atrasada, mas serei o mais rápida possível, o que não depende só de mim. Chagando a loja vamos direto escolher o que ela irá vestir hoje, fico torcendo para que tenha um bom gosto, e para minha surpresa parece ter.

        Conseguimos comprar a tempo de chegar a redação sem que seja chamada a atenção.

        - Oi, Anne – me cumprimenta o Robert. Ele tem uma queda por mim, isso sempre ficou óbvio, mas nunca lhe dei muita atenção.

        - Oi, Rob. Quero te apresentar minha... irmã, Kate.

        - Oi, Kate. Prazer em conhece-la – fala todo galante beijando a mão da Kate.

        - Tchau, Rob – me dirijo ao elevador, junta com a Kate.

        Quando as portas do elevador se fecham, ela me olha parecendo me analisar.

        - Ele gosta de você – fala me surpreendendo.

        - Eu sei, mas já tenho um namorado – falo um tanto constrangida.

        - Mas você não ama ele.

        Me surpreendo ainda mais, minha expressão deve ter demonstrado isso, já que completa.

        - Desculpa, mas não parece que você o ama. Tenho razão?

        Fico em silêncio pensando em como conseguiu saber tudo isso em relação a mim, ela parece receber meu silêncio como uma resposta afirmativa.

        Logo as portas do elevador se abrem me fazendo ficar aliviada, não quero falar de um assunto tão íntimo, não me sinto à vontade.

        - Oi Anne – ouço muitos me cumprimentarem, falo com todos e os apresento a Kate, minha nova irmã.

        Passar o dia com ela, foi como se fosse apenas minutos, o que de certa forma foi ótimo para os planos que fiz, sei que ela não irá gostar mas mesmo assim vou tentar.

        - Onde estamos? – pergunta olhando ao redor.

        - Vamos.

        Ela entra praticamente forçada na delegacia, seu olhar está perturbado e tenta a todo instante um jeito de sair de lá. Tento acalma-la mas não me traz o efeito desejado. Assim que sou atendida, relato toda a situação, e para desespero dela, eles querem que ela fique. Ao processar essa informação protesto, deixo meu número para que entrem em contato e saio levando-a comigo sem ao menos olhar atrás.

        Em casa percebo estar com o olhar perdido atordoada, mas não tinha escolha, ela pode ter uma família, que está sofrendo com seu desaparecimento, quem sabe pode até ter filho.

        - Desculpa, mas você já pensou que pode ter alguém que goste de você te procurando?

        - E como vou saber que é alguém que gosta de mim mesmo, se não me lembro? – pergunta demonstrando medo e receio.

        - Eu vou cuidar de você – respondo com uma certeza que não sei de onde vem – Não vou deixar que nada de ruim te aconteça.

        E por impulso a abraço pela primeira vez, ainda sinto que está fragilizada, que qualquer movimento seu mundo inteiro pode desmoronar.

Telhado de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora