Cap 8 - Não se atrasa

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Stella

Acordo e toco a minha mão várias vezes na cama, procurando ele, e não tinha ninguém na cama, apenas eu.

Me sento devagar na cama, e encosto as minhas costas na cabeceira, olho para a janela que estava aberta e com a cortina cinza aberta, deixando o vento gelado entrar no quarto. Me enrolo com o cobertor quente, e vou até a janela fechar.

Antes eu estico a minha mão para fora, e cai um floco de neve na palma da mão, estava me sentindo naqueles filmes de natal, deixa eu viver meu filme em paz, mesmo não tendo um amor.

Fico olhando para aquele pequeno floco de neve, e eu fecho os olhos, só sentindo aquele vento gelado no meu rosto, e vem uma imagem na minha mente.

Eu não tinha 17 anos, eu aparentava ter uns 4 anos, ainda criança. Em meus pés tinha meias compridas com a estampa de zebra, e um casaco fofo pra me proteger do frio, olho em volta e estou no meio da neve que cobria todo o asfalto, ergo a minha cabeça e encontro uma mulher que vinha em minha direção.

Não conseguia ver o rosto da moça misteriosa, ela só me chamava com as mãos, e chegou a dizer algo, que com esforço eu consegui escutar.

- Vem aqui, minha cenourinha - me chama com uma voz doce.

Eu dou uma risada gostosa de criança, ela se abaixa e afunda os joelhos na neve, ficando na minha altura. Por sorte eu enxergo o rosto da mulher, a pele branca igual a neve, e sardas no rosto, e o cabelo...ruivo. Ela era parecida comigo.

Por um momento, eu pensei que ela podia ser minha...

Não ! Para com isso, Stella. É impossível, eu não lembro de nada, sim, quando eu fui adotada eu já era grandinha, não era mais um bebê. Mas eu passei anos da minha vida sem lembrar de nada, e por que agora ??

Saio do meu transe em um pulo, sentindo uma respiração de alguém perto do meu pescoço, me viro fechando a janela, e dou de cara com o Dylan segurando duas canecas.

- Bom dia dorminhoca - abre um sorriso e estica uma das canecas pra eu segurar.

Olho para dentro do objeto que estava em minhas mãos, e era chocolate quente com três marshmallows flutuando no líquido. Sorrio toda boba e vou me sentar ao lado do garoto que está na cama.

Antes de dá o meu primeiro gole, eu dou uma espiada no dele, e vejo cinco marshmallows !

- Ei, por que você tem mais marshmallows? - empurro ele de leve pelo ombro.

- Por que você está na minha casa, e eu posso ter mais - diz me mostrando a língua.

Reviro os olhos e me afasto dele, dou um gole e continuo com a cara emburrada, até ele chegar mais perto.

- Toma aqui, minha bebezinha - ri e coloca mais um marshmallow na minha caneca.

- Obrigada - sorrio com os dentes e encosto a minha cabeça no ombro do mesmo.

Depois de um tempo, eu decido fazer a mesma brincadeira que eu fiz anos atrás. Coloco dois marshmallows presos no meu dente, e fingindo ser uma coelha.

- Ei, Dylan - ele vira o rosto pra me olhar e começa a rir do que viu.

Começo a pular na com meus joelhos, imitando um coelho, e ele só gargalha. Até o garoto me segurar pelos ombros, e me fazendo parar.

Solto minha última risada, e fico séria quando percebo que ele está perto demais, meu peito desce e sobe mais rápido, e minha respiração aumenta, as mãos que estavam no meu ombro, escorregam pelos meus braços até chegar na minha cintura, e ele dar um aperto com a ponta dos dedos.

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