Dylan
Quando saímos da casa da Stella, meu pai foi o primeiro a entrar em casa, antes de eu acompanhá-lo, sinto que estou sendo observado. Olho ao redor, pelas janelas, arbustos, quando eu avisto o carro do namoradinho da minha vizinha.
O garoto estava em seu Nissan Sentra preto, com o vidro abaixado, e uma mão pra fora batucando de leve a porta. Sustento o olhar, até ele dar partida com o carro e sumir de vista.
Se ele achava que me intimidava só me olhando com aquela cara amarga parecendo um cão chupando manga, estava muito enganado, só deixava meu dia mais divertido.
Stella
Ele tinha algum problema em não responder as pessoas ??
E por que queria tanto saber do motivo de eu estar ficando com o Nicolas ?!
Subo as escadas com os pés firmes, pronta pra enfrentá-lo. Chego ao meu quarto e puxo com tudo o pano preto gigante que tinha posto na minha sacada, pra não falar com o sujeitinho, mas agora eu preciso falar.
- Você tem algum problema ? - pergunto direta logo quando vejo o garoto acendendo a luz do quarto.
- Por que isso ? - esfrega as têmporas.
- Você não me respondeu !
- Você vai responder a minha pergunta ? - pergunta levantando uma sobrancelha.
- Não - digo simples e seca.
- Então, tenha uma boa noite, e eu pensei que não queria falar comigo, nem olhar na minha cara - dá de ombros.
Meu ódio por ele só aumentou, volto pro interior do meu quarto quentinho batendo com força os pés no chão, e posiciono novamente o pano preto na janela.
[...]
Um novo dia...abro uma frecha da cortina e vejo a neve começando a cair novamente, bufo era levanto da cama pra me vestir, e infelizmente ver as pessoas daquela escola, e felizmente porque hoje tem aula de música.
Me arrumo, e me olho no espelho do meu quarto que mostrava todo o meu corpo, percebo o meu cabelo todo desgrenhado, e pego um prendedor, separo o meu cabelo, e prendo a parte em cima em um coque simples, deixando o resto solto.
Pego a mochila e vou correndo pra sala, torcendo que meu irmão não estivesse saído ainda. Quando me deparo com a Olívia parada na porta e o Luiz, meu irmão, na frente dela, preparados pra saírem.
- Me leva até escola também, por favor - junto as mãos e faço biquinho.
Por um momento achei que ele ia me responder com um "não" e bater a porta, até a Olívia olhar de cara feia pra ele, reprimindo a resposta dele.
- Tá, vem logo ! - diz revirando os olhos.
Quando passo pela porta sinto o vento gelado vindo em meu rosto, volto rapidamente pra dentro e pego o casaco pesado e peludo que estava pendurado na entrada, e o visto, esfrego as minhas mãos uma na outra tentando esquentar.
Entro no banco de trás no meio, quando a Olívia sentava no carona, fico observando os dois à minha frente e dando um selinho rápido, minha amiga parecia estar feliz mesmo ela se afastando um pouco de mim, eu estava bem com isso.
Quando meu irmão dá a partida, vejo o Dylan entrando no seu Jeep, e rodando a chave do carro no dedo, aquilo estava realmente tentador...
Acorda Stella ! Se orienta garota, você odeia ele.
Saio do meu transe com a voz do meu irmão me chamando.
- Stella. O que aconteceu entre você e o Dylan ? - sou pega desprevenida.
- Nada, estamos nos falando normal - minto na cara dura.
- Tudo bem, se é isso mesmo, eu quero ver você falando com ele hoje na entrada - me olha pelo retrovisor.
Literalmente passou a cena pela minha mente, eu enfiando um lápis na garganta daquele filhote de rato.
Dou o meu melhor sorriso cínico e vou para o canto do carro pra observar o caminho, Beaufort às vezes era encantador, não me imaginava fora da Carolina do Sul.
[...]
Meu irmão estacionou o carro longe da movimentação dos alunos. Estava andando o mais rápido que eu podia mesmo meu irmão me segurando pela alça da mochila, rezava pra não esbarrar com ele.
Mas parece que Deus não gostava muito de mim.
- DYLAN ! - meu irmão grita no meio da multidão.
O garoto com os cabelos claros bagunçados, e que vestia uma calça jeans escura, um casaco preto que parecia esquentar, veio andando em nossa direção.
- Oi Olívia - acena com a cabeça - E aí Luiz - diz mais animado e abraça de lado meu irmão.
Até ele levar os olhos até os meus, nós dois travamos, o mesmo queria me abraçar, agir normal comigo, sabia disso por notar ele apertando com força as mãos. Então tomei iniciativa, não podia vacilar na frente do chatonildo do meu irmão.
- Bom dia, Dy - solto a mão do Luiz, e dou um abraço inesperado no garoto.
Era pra ser um abraço simples e rápido, mas quando minha cintura foi envolvida pelos braços dele e passei os meus pelo seu pescoço, não queria nunca mais sair, por incrível que pareça tinha sentido saudades do contato físico, do cheiro dele, sem nem perceber.
Me afasto arranhando a garganta, olho para os lados e a Olívia e nem o Luiz estavam mais, volto o meu olhar para o Dylan, e ele estava sem reação.
Abro minha boca algumas vezes pra explicar a situação, mas desisto e saio correndo pra dentro do colégio.
Dylan
Tinha acabado de sair de casa, e antes de entrar no carro, vejo a Ella distraída dentro do carro do Luiz Felipe, foco minha atenção em cada detalhe do rosto dela, e antes que percebesse desvio o olhar.
No caminho reflito o porque de eu estar tão obcecado pela Stella, ela é minha vizinha, e está brigada comigo, não duvido nada se dessem uma faca pra ela e permitissem à ela me matar, ela faria sem dó.
[...]
Já estava na entrada do colégio, quando escuto alguém gritar o meu nome, avisto o Luiz com a Olívia e a Stella ao lado com a mão no rosto, aparentemente tentando se esconder.
Falo normalmente com os dois, mas chega a vez de cumprimentar a cachinhos dourados, travo na hora, não sabia o que fazer, a bochecha dela estava vermelha, mas duvidava se era só pelo frio ou também pelo constrangimento agora.
Até ela fazer uma coisa que nunca passou pelas minhas ideias. Me abraçou. Simples, não recuei, não a empurrei pra longe, ao contrário, a trouxe mais pra perto, o cabelo dela macio no meu rosto, o cheiro dela, tudo. Tinha sentido saudades de tudo.
Nós nos afastamos, e pensei em falar sobre o que tinha acabado de acontecer, mas a doida saiu correndo pra dentro do colégio, me deixando sozinho no frio.
Por sorte, hoje era o único dia da semana que eu não tinha nenhuma aula junto com a Stella, isso facilitava mais, pra eu não puxar ela pra mim e não soltá-la nunca mais.
[...]
As pessoas aquele dia pareciam mais entediantes do que um dia de domingo. O sinal da escola finalmente ecoou, e significava a saída dos alunos, os que tinham optado por fazer aulas extras, música, teatro, coral...
Ficavam mais tempo, mas como sou esperto, não optei.
Ando distraído até o meu carro que estava longe por preguiça minha em esperar na fila do estacionamento da escola, sinto que estou novamente sendo observado mas não dou a mínima. Chego e aperto o botão da chave pra destrancar as portas, puxo a porta, quando alguém atrás de mim a fecha com tudo.
Antes de virar com um soco na cara do sujeito, observo a tatuagem na mão do que antes era desconhecido, agora eu conhecia muito bem só pela tatuagem.
Me viro lentamente de frente pra pessoa, e respiro fundo antes da merda acontecer...
———
Tava sumida, eu sei, sorry kkk mas tô voltando aos poucos
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Razões e Emoções
RomanceStella Miller, uma garota que se dedica à escola e com apenas 2 amigos, a mesma foi adotada ainda quando pequena. E após anos vai ter que enfrentar e se aprofundar nesse assunto. E Dylan Collins, um cara que só quer se divertir e nada mais, vive des...