Capítulo 2

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Aaron Grayson

Atirei a bola anti estresse para o alto. Quando ela voltou para minhas mãos, eu a joguei novamente. Repeti esse processo até alguém abrir a porta da minha sala. Segurei a bola e encarei Eli.

— O que é isso? – ele perguntou, apontando para minha bola anti estresse. Olhei para ele e ao redor dele. Tate não estava aqui. Hoje ela estava com uma das outras babás dela. Eu ia ter que descobrir quem era e ir vê-la no horário de almoço. Era importante lembrar a ela quem era seu tio favorito.

— Minha bola anti estresse. – respondi o óbvio. Ele encarou minha bolinha e me olhou. Eu sabia o que ele ia dizer.

— Isso é um polvo roxo. – revirei os olhos e joguei meu polvo roxo anti estresse para cima. — Por que você está jogando um polvo roxo para o alto?

— A cor é importante?

— Não muito. – ele disse, meio inseguro. — Então?

— Eles não tinham mais bolinhas anti estresse, só esse polvo. Funciona do mesmo jeito, exceto que ele tem tentáculos e olhinhos.

— Isso é esquisito.

— Mas tira o estresse. – apontei e ele balançou a cabeça. — O que você veio fazer aqui?

— Irma me ligou e pediu para ver como anda a campanha. – ele disse e eu encarei os papéis na minha mesa. — Vou dizer que você está trabalhando nisso. Você sabe que temos um prazo, certo?

— Eu sei. E você sabe que eu funciono melhor sob pressão. Quando termina o prazo?

— Duas semanas depois do casamento.

— Três semana, então. Você vai se casar em sete dias. Já deixou tudo organizado? – perguntei e ele suspirou. — Isso foi um suspiro de felicidade?

— Estou preocupado.

— Shea não vai dizer não. Eu acho. – respondi e ele me fuzilou com os olhos. — O que te preocupa?

— Rainbow e Ivan.

— Você ainda está pensando nisso? Shea disse que vai ficar tudo bem.

— Você está bem com isso?

— Eu já superei a Rainbow. Você sabe disso.

— E mesmo assim, você continua dormindo com ela.

— Nós temos química. O que espera que eu faça? Nunca neguei algo que me faz feliz. Você me conhece. – respondi, sem prestar muita atenção. Eu quase tinha me declarado para a Moranguinho alguns anos atrás, mas mesmo sem falar nada Rainbow me deu um fora. Isso tinha partido meu coração e eu passei um mês sem conseguir falar com ela, enquanto eu superava meus sentimentos.

Quando sai do fundo do poço, eu decidi que já que eu não podia ter o coração dela, eu me contentaria com o que ela me desse. E isso estava indo bem até hoje.

— Tudo isso é tão confuso.

— Rainbow e Ivan vão se dar bem. Ela é fã dele e Ivan é ótimo. Assim que ela perceber que ele é humano, os dois vão virar amigos.

— Espero que você esteja certo. – ele falou cansado. Eu não sabia porque ele estava tão preocupado. O máximo que aconteceria seria a Rainbow odiar ele e falar isso.

— Shea disse a mesma coisa e ela sempre está certa. Pare de se preocupar. O que poderia acontecer?

— Você está certo.

°°°

Eu estava mais do que certo, se a forma como Ivan a olhava significava algo. Era engraçado ver a Rainbow sem graça.

Esse era o primeiro encontro deles. Eu sabia que Ivan já tinha visto ela de longe, mas os dois nunca tinham ficado próximos ou conversado. Era bem louco pensar em como a Moranguinho fugiu dele (com sucesso) por quatro anos.

Mas hoje, esse era o final da fuga dela.

— Você está bem? – Shelley me perguntou. Ela era meu par no casamento, porque Shea achava que esse era o único jeito de manter as suas amigas salvas de mim. Eu fiquei ligeiramente ofendido com isso. Não era óbvio que eu era o único que precisava ser salvo? — Aaron?

— Eu estou bem, Shel. – respondi e ela me deu um sorriso doce. Eu estava feliz por ser o par da Heartbreaker mais angelical, embora ela também pudesse ser bem malvada quando queria. Mas de todas, ela era sem dúvidas a mais doce e inofensiva. — Você acha que eles vão ficar juntos?

— Rainbow vai dormir com ele. – ela afirmou e eu sorri. — Mas não posso dizer se eles vão ficar juntos depois disso. O que você acha?

— Acho que a Moranguinho vai morder mais do que pode mastigar. – Shelly fez uma careta e eu ri. — Eu sou o seu tipo, Shel?

— Não. – ela respondeu sem hesitar. Claro, eu já sabia disso. Só havia um homem que era o tipo dela e ninguém sabia quem era, só que ele tinha machucado a Shelly ao ponto dela se tornar outra pessoa, tentando supera-lo. Eu tinha estado lá quando ela perdeu a cabeça e passou a beber e festejar como se não houvesse amanhã. Rainbow e eu tínhamos ido em muitas festas apenas para cuidar dela. — Mas faz o da Kinsey e da Maysie.

— Sério?

— Essa pode ser sua única oportunidade de beijar as três malvadas de nós. – ela disse rindo e eu sorri. — Ah, mas cuidado. A Maysie morde.

— Eu também. – respondi e o ensaio acabou.

Não.

Maysie era demais para mim. Shelley estava certa. Eu era homem o suficiente para admitir que eu não era homem o suficiente para Maysie Murphy.

O homem que se apaixonasse por ela ia ter que ter uma alta tolerância ao álcool. Fazia vinte minutos que a festa tinha começado e eu já tinha visto ela virar doze copos daquelas bebidas coloridas. Para onde ia todo aquele álcool? De todas as Heartbreakers, Maysie era a menor. Ela tinha 1,64m de altura!

Acho que essa era uma das razões para eu ter dado certo com a Rainbow. Ela também não bebia muito.

— Sozinho? – Kinsey perguntou, se sentando na cadeira vaga ao meu lado. Eu conhecia esse sorriso. Passei anos ao redor delas e frequentei muitas festas com elas, eu conhecia esse olhar e esse sorriso. — Quer companhia, Aaron? – ela perguntou. Kinsey era linda. Todas as Heartbreakers eram e cada uma tinha algo especial. Em Kinsey, eram os olhos cinzas.

— Kin-Kin, eu sempre quero a sua companhia. – respondi e ela riu. Eu tinha flertado com todas as amigas da Shea, mas nunca tinha passado disso com ninguém além da Rainbow. — Eu sou seu tipo?

— Aaron, você sabe o que significa a palavra "seduzir"?

— Sei, eu gosto de ser seduzido, mas prefiro ser beijado. E você? – respondi e os olhos dela brilharam com humor. Nós iríamos nos dar bem.

— Bem, você tem um ponto. – ela falou, se aproximando. — Mas respondendo a sua pergunta: você é muito o meu tipo. Pelo menos por enquanto.

— Isso é bom, Kin-Kin. Você também é o meu. – respondi, pouco antes dos lábios dela encontrarem os meus.

Kinsey era bonita, engraçada e malvada. Eu era atraído pelas malvadas. E isso não passaria de uma aventura de verão para nós dois.

Rainbow e Ivan não seriam os únicos se divertindo no Havaí.

Esperando você (The Heartbreakers #2.5) Onde histórias criam vida. Descubra agora