Capítulo 4

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Aaron

Eu estava no meio de uma crise.

Claro, essa não era a primeira vez que eu reconhecia meu problema, mas dessa vez isso realmente tinha me acertado.

Inveja do caralho.

Fazia eu me sentir horrível.

Fazia algum tempo que eu vinha me sentindo assim. Era difícil não sentir inveja quando seu melhor amigo está vivendo um conto de fadas bem na sua cara. Eu adorava a Shea e não havia palavras para descrever o quanto eu amava a Tate e, porra, eu estava imensamente feliz pela felicidade do Eli. Mas havia o maldito demônio verde da inveja dentro de mim.

Eu queria um pouco daquilo.

Eu queria chegar em casa e ter alguém sorrindo para mim. Queria que meu coração acelerasse quando estivesse perto da pessoa que eu amava. Eu queria alguém para dividir a vida comigo.

Isso estava me sufocando pra caralho.

Por isso, eu tinha rejeitado o convite de Eli para jantar com ele e a Shea. Eu sempre comia com eles, mas as vezes eu simplesmente precisava de um tempo pra mim mesmo. Sem ter o mundo brilhante dele sendo esfregado na minha cara enquanto eu me contorcia de inveja.

Porra, eu realmente odiava me sentir assim.

Toquei a campainha.

Já passava das nove da noite. Eu tinha ido para meu apartamento, mas ficar sozinho só fez eu me sentir pior. Eu não podia ir atrás de Eli e nem para a casa dos meus pais. Só havia uma pessoa para me ajudar nesse momento.

A porta do apartamento abriu e eu sorri para meu irmão mais velho.

— Oi, irmão mais velho. – falei sorrindo. Ele franziu o cenho. — Nossa, que recepção calorosa.

— O que faz aqui?

— Aquece meu coração a forma como você fica feliz por me ver, Ivan. – respondi e ele sorriu. Eu gostava que Ivan sempre olhava pra mim e Eli como se ainda tivessemos oito anos de idade. — Vai me convidar para entrar ou eu devo continuar aqui no corredor como um estranho para você?

— Você está especialmente bem humorado hoje. – falou, me deixando entrar. Olhei ao redor, procurando algum sinal de que ele e a Moranguinho ainda estivessem em contato. Ivan me encarou curioso.

— Esse apartamento está quase tão limpo quanto o do Eli. – falei e ele sorriu. — Por que você ou ele não aceitam morar comigo? Meu apartamento vive bagunçado. É terrível quando minha mãe vai me visitar e me obriga a arrumar tudo. E meu pai fica sentado no meu sofá, bebendo minha cerveja e rindo de mim.

— Eli é casado, caso você tenha se esquecido.

— Eu já falei mil vezes que eu não sou ciumento. Não me importaria dele ir ver a Shea umas duas vezes por semana. Eu sou bem compreensivo. – isso fez Ivan rir alto. — De qualquer forma, vim em uma missão de reconhecimento. Ou pelo menos, foi o que a Kinsey me disse. – falei. Não era bem verdade, ela tinha comentado sobre a situação dos dois, mas não tinha me pedido para vir aqui. Essa era minha iniciativa, mas caso a Moranguinho descobrisse, Kinsey levaria a culpa.

— Você e ela estão juntos? – Ivan perguntou e eu sorri. Eu tinha me apaixonado por uma Heartbreaker uma vez e agora eles achavam que todas elas poderiam me conquistar assim.

— Não. Kinsey e eu somos amigos a alguns anos. Não tem como ser o melhor amigo de Eli e não acabar envolvido com as Heartbreakers. Eu e ela temos um interesse em comum: fofocar da vida alheia. O que aconteceu no Havaí foi uma... casualidade.

Esperando você (The Heartbreakers #2.5) Onde histórias criam vida. Descubra agora