Capítulo 11

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Kelly

Aaron me ajudou a descer do carro e lhe dei um sorriso. Depois dos beijos que trocamos na porta do meu apartamento, eu tinha ficado um pouco tímida. Parte da culpa era do meu coração, que insistia em bater acelerado cada vez que eu o pegava me encarando.

Durante o jantar, ele tinha brincado e me contado histórias sobre sua infância e sua faculdade. Ele tinha me mostrado fotos de Tate, a garotinha loira que eu tinha visto com ele, e disse que era o tio favorito. Ele me contou sobre Eli e sua esposa, Shea.

Ele era um livro aberto.

Aaron não tinha segredos.

Ele era sincero em cada palavra que dizia.

E isso me fez relaxar e contar a ele sobre mim.

Minha infância, sendo criada apenas pela minha mãe com a ajuda da minha avó. Correndo por Atlanta aos dezesseis, procurando um emprego durante o verão. Meus anos na faculdade de direito. E até mesmo meu casamento. A parte boa dele.

Apesar de tudo, houveram momentos felizes na minha relação com John.

Nós tínhamos pedido a sobremesa e rimos, enquanto bebíamos vinho. Eu nem podia me lembrar a última vez em que estive tão relaxada. Em que me diverti tanto.

Depois do divórcio, eu não estava interessada em relacionamentos. Durante um ano, eu nem mesmo pensei em um homem. E depois, eu simplesmente decidi que sexo era tudo o que eles poderiam me dar.

Quando eu saia com as minhas amigas, era divertido, mas elas tinham assuntos diferentes. Aos trinta e três a maioria delas estava casada e era mãe, ou então estava bem perto disso. No final, quase sempre alguém me perguntava quando eu ia me casar outra vez e formar uma família. Quando eu saia com o pessoal do escritório, nós basicamente bebíamos e conversávamos sobre trabalho.

Fazia anos desde que eu tinha me divertido tanto.

A felicidade que corria em minhas veias era sincera e isso era graças ao Aaron.

Os sonhos que eu enterrei, estavam vivos com ele ao meu lado.

Depois de me ajudar a descer do carro e pagar o taxista, ele pegou a minha mão e entrelaçou seus dedos nos meus. Eu deitei minha cabeça em seu ombro e sorri para mim mesma.

Eu tinha me esquecido de como era sonhar desse jeito.

A sensação de ter o mundo em suas mãos.

O sentimento precioso que estava crescendo dentro de mim não podia ser confundido com outra coisa.

— Vamos, eu vou te levar até seu apartamento. – ele murmurou, contra meu cabelo. Eu respirei fundo, absorvendo o cheiro dele. Isso o fez rir. — Aquela quarta taça de vinho foi uma péssima ideia.

— Mas eu gostei. – reclamei, começando a andar. Nós entramos no prédio e fomos até o elevador. — Você gostou?

— Muito. Quando vamos repetir? – ele apertou o botão do elevador. Eu encarei meus saltos, percebendo agora que estávamos indo para minha casa. Ele ia me deixar em casa e ir embora.

— Não. – falei e ele se virou, me olhando. — Eu não quero ir para casa agora.

— Por que não?

— Eu quero caminhar um pouco. – menti. A porta do elevador se abriu e eu recuei um passo. Eu ainda não estava pronta para voltar para a realidade. Eu queria me sentir assim só mais um pouco. — Agora. Por favor.

— Tudo bem. Uma volta no quarteirão está bom? – eu assenti e ele me guiou de volta para a rua. Eu respirei aliviada. — O salto não está te incomodando?

— Não, ele é bem confortável.

— Qual seu animal favorito? – eu o encarei, confusa e ele sorriu, encolhendo os ombros.

— Cachorro. Eu tinha um quando era criança.

— E o que aconteceu com ele?

— Morreu. Eu tinha doze anos.

— Desculpe.

— Faz muito tempo. Você já teve um cachorro?

— Não, minha mãe disse que vigiar eu e Eli já era trabalhoso o suficiente. – eu comecei a rir e Aaron sorriu para o céu. — Nós éramos terríveis.

— Você devia ser fofo quando era criança.

— Eu era a criança mais bonita da cidade.

— O mais convencido também.

— Eu sou um homem cheio de qualidades. – eu sorri. Caminhamos em silêncio por mais algum tempo.

Minha cabeça estava cheia de pensamentos.

Eu queria sair com ele outra vez.

Eu queria passar mais tempo com ele.

Eu queria beija-lo novamente.

Eu queria ser especial para ele.

Ele me convidaria outra vez?

Suspirei, quando tive um déjà vu.

Eu conhecia a sensação de querer ser convidada para outro encontro. Tinha sido assim com John.

Eu conhecia o final dessa história.

— Aaron? – ele me olhou e eu parei de andar, o forçando a parar também. Olhei para nossas mãos juntas. — Você quer sair comigo?

— Você está me convidando para um encontro?

— Sim.

— Nós ainda nem terminamos esse. – eu apertei sua mão e ele sorriu. — Eu quero sair com você outra vez.

— Você vai me beijar agora?

— Eu tinha planejado te dar um beijo de despedida na porta do seu apartamento, mas acho que agora é melhor. – ele segurou meu rosto em suas mãos e me beijou.

Eu não queria sonho nenhum.

Eu queria o Aaron.

Essa história terminaria de forma diferente.

Esperando você (The Heartbreakers #2.5) Onde histórias criam vida. Descubra agora