"Esprit troublé"

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        O verão era, sem sombras de dúvidas, minha estação favorita do ano

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O verão era, sem sombras de dúvidas, minha estação favorita do ano. Amava ver a felicidade reinando entre os habitantes terrestres e ter o glorioso sol brilhando acima de nossas cabeças. Era revigorante sentir a luz atingir minha pele enquanto admirava as formosas ondas do oceano atlântico.

Além disso, o verão era a época de ir ao acampamento. Todo os anos, milhares de semideuses do mundo inteiro deixavam suas casas e iam para o único lugar considerado "seguro" para seres de nossa espécie, o acampamento meio sangue. Um lugar em que aprendíamos e aprimorávamos nossos instintos e habilidades para que pudéssemos sobreviver no mundo real. Nosso diretor de atividades e treinador era ninguém menos que Quiron. Exatamente caros leitores, estamos falando do famoso treinador meio homem, meio cavalo, (popularmente chamados de centauro) de Hércules e de tantos outros heróis que marcaram a mitologia.

Eu não estava nem um pouco ansiosa para voltar acampamento. Irônico não? conheço algumas dezenas de semideuses que passam o ano todo trancafiados lá, e outros que não conseguem pensar em qualquer outro lugar em que quisessem viver. O Grande x da questão aqui, caros amigos, era que todo maldito verão, aquele lugar nos trazia problemas. Certo, okay, concordo que sempre temos monstros na nossa cola e parece que a cada dia que aparecem, fica mais difícil manda-los de volta para as profundezas do submundo, mas o acampamento traz outros tipos de problemas. Do tipo que faz irmão virar contra irmão.

Nós, filhos dos grandes imortais, portamos armas com um tipo especial de ferro que não fere nenhum ser considerado "normal" para os padrões mortais (incluindo outros semideuses). O objetivo dos nossos treinos no acampamento é para auto defesa contra as criaturas mitológicas milenares que querem provar de nossos sangue e corpos, e não para ferir outros seres vivos. Nossas espadas nunca deveriam ter sido usadas para derramar sangue tão vermelho quanto de qualquer outro ser humano.

Eu nunca cheguei a realmente conhecer Luke, filho de Hermes. Cheguei um ano depois do primeiro ano de meu meio irmão Perseu ao acampamento, e a cria do mensageiro dos deuses já havia sido corrompido e tinha se debandado para o lado do titã Cronos. Por mais que eu tenha testemunhado com meus próprios olhos o arrependimento e o sacrifício final do meio sangue, nunca vou poder perdoa-lo totalmente por suas ações.

Ele incitou o ódio que existia em cada coração daquele acampamento e fez o lugar em que todos deveríamos nos unir, um inferno. Irmão se virou contra irmão, e no final, o banho de sangue não pode ser evitado. Desde a guerra, o ar no acampamento mudou totalmente. A culpa que cada ser ali carregava era tão tangível que se tentássemos, talvez pudéssemos tocar. Nossas mãos estavam lotadas com o sangue daqueles que uma vez conhecemos e nossos corações corroídos com a culpa que ali pesava. Então não, por mais que adorasse meu irmão, tivesse saudades de meus amigos e precisasse voltar a treinar, eu não queria, de maneira alguma, ir ao acampamento.

Ir ao acampamento ou não, nunca foi uma escolha. Dona Pérola me arrastaria pelas orelhas se lhe contasse que não iria este ano. Não posso culpa-la por querer me mandar todos os anos, sem falta ou desculpa, para o refugio em New York. Nunca lhe contei sobre nenhuma de minhas missões suicidadas com meu meio irmão e seus amigos, muito menos alguma vez já lhe mencionei sobre a guerra. Por que? Bom, mamãe meio que passou os últimos 10 anos de sua vida vivendo em um barco e viajando o mundo, quase nunca realmente saindo do mesmo sem ser para resolver algumas coisas de seu trabalho ou passear com a família, somente para me proteger. Se ela se quer sonha-se que o acampamento não é realmente tão seguro assim, me trancaria no navio e jogaria a chave fora em um piscar de olhos. Sim, ela é uma mamãe onça que morde e ataca se ao menos olharem feio para seu filhote.

As estrelas chamam- RhysandOnde histórias criam vida. Descubra agora