"Rêves étranges"

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   O barco Méri lumineux era a maior embarcação ancorada no porto de Santos

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O barco Méri lumineux era a maior embarcação ancorada no porto de Santos. O cruzeiro escola a qual eu frequentava a maior parte do ano tinha acabado de ancorar para que seus residentes estudantis pudessem desembarcar e aproveitar suas tão merecidas férias.

Eu não iria desembarcar. Acontece que quando eu tinha aproximadamente 5 anos, dona Pérola conheceu e se apaixonou pelo dono da empresa de barcos Alexander Lumière. Alexander era um homem gentil com o sorriso mais marcante que eu já havia visto, daqueles que te relaxam e dizem nos momentos mais aterrorizantes que tudo vai ficar bem.

Em meu sexto aniversario, meu adorável padrasto me presenteou com o Navio escola e nomeou-lhe em minha homenagem. Parando para refletir, meus pais criaram e transformaram aquele barco em tudo que eu poderia precisar para minha própria segurança... Afinal, por ser uma filha de Poseidon, meu cheiro como semideusa sempre foi muito forte, e como resultado disso, tenho monstros me perseguindo desde que sai do útero de minha mãe.

Encostada no peitoral do navio, observo meus colegas de classe deixando a embarcação e se reencontrando com seus familiares no porto. O navio escola Méri Lumineux  é frequentado por alunos seletos e recentemente foi considerado uma das mais concorridas escolas de prestigio da América Latina. Os estudantes embarcavam no dia 1 de fevereiro e só deixavam o navio definitivamente em dezembro, para poderem aproveitar as festas de final de ano.

Fecho os olhos sentido a suave brisa do mar que me acariciava como se estivesse me chamando. Olho para baixo e sinto como se o mar estivesse animado por minha possível visita ao mesmo, mordo os lábios enquanto considero a ideia tentadora de dar um mergulho antes de zarparmos novamente. Claro, eu sempre poderia mergulhar enquanto estivéssemos em alto mar, mas isso sempre deixava a tripulação do navio angustiada. O capitão Gregoréo achava uma loucura que meus pais me deixassem mergulhar sozinha em alto mar e por diversas vezes argumentou e deixou claro sua insatisfação com o fato de uma meninas de 16 anos, nadar desacompanhada em mar aberto.

   Logo após ser  presenteada com a embarcação, nos mudados rapidamente para a mesma e partimos em uma viajem sem destino. Quando pequena, não entendia a atitude repentina de minha mãe e daquele que se tornara um pai para mim, já nos tempos atuais, vejo que esta foi a coisa mais inteligente a se fazer. Pois, veja bem meus amigos, qual seria o melhor lugar para se proteger uma semideusa filha de Poseidon dos monstros e, até mesmo, de deuses insatisfeitos com minha existência? Exatamente. Não há lugar mais seguro para uma criança do mar, do que o próprio mar. Nosso navio só foi se tornar uma escola aberta ao público de fato, 1 ano depois que zarpamos pela primeira vez...E isso só ocorreu pois meus responsáveis concordaram que não seria saudável para uma criança ter uma infância tão reclusa.

O maravilhoso navio era de um branco reluzente e continha todo e qualquer tipo de conforto que qualquer uma das centenas de crianças fosse precisar. Tínhamos piscinas, bibliotecas e dormitórios separados para que qualquer estudante pudesse ter e manter sua privacidade. Minha família residia no ultimo andar do barco, que foi modificado e configurado para que fosse um pequeno e aconchegante apartamento, com seus dois quartos e banheiros privados, uma cozinha e sala de estar em conceito aberto. Obviamente, o andar dos Lumière era fechado e estritamente proibido para qualquer um além de nossa família e o pessoal da limpeza.

As estrelas chamam- RhysandOnde histórias criam vida. Descubra agora