Abrindo devagar os olhos sento em minha pequena mas confortável cama beliche. Olho em volta e reparo que as cortinas estavam fechadas e as luzes apagadas, a mochila de meu irmão jogada em seu lado do quarto e a cama toda desarrumada. Parece que o pequeno descanso que tirei enquanto esperava Percy chegar acabou por se tornar uma tarde e noite inteira. Resmungo e levanto meu corpo dolorido de tanto dormir do colchão, tá aí um dos grandes mistérios da vida, porque quando dormimos pouco nos sentimos descansados e quando temos uma noite realmente agradável de sono parece que não pregamos nossos olhos a noite?Andando através do quarto para chegar a minha bolsa de acampamento que meu irmão provavelmente jogou do outro lado do quarto para tira-lo de seu caminho, acabo divagando para o pressagio que me ocorreu noite passada, tentando me concentrar na lembrança percebo que de algum modo não consigo me lembra exatamente sobre o que foi o aviso; Uma espécie de névoa branca encobre e embaça qualquer resquício de lembrança sobre meu sonho ocorrido nesta noite... Quanto mais eu tento chegar a tal memórias, mais daquela estranha fumaça domina meus pensamentos. Paraliso na metade do caminho com a dor aguda que desponta de minhas têmporas. Solto um pequeno grito e coloco minhas mãos em minha testa na esperança de acabar com aquela dor surda...
Tinha certeza que de algum modo, aquela dor estava relacionada as minhas memórias encobertas... O que raios estava acontecendo? A dor piorava a cada segundo chegando a um ponto que estava tão forte que meu desgastado corpo caiu ao chão. Tento me levantar somente para cair novamente no chão e mesmo assim continuo tentando me levantar. Eu tinha que conseguir ficar em pé. Se conseguisse levantar e chegar até a porta poderia gritar por ajuda e ser levada a enfermaria do acampamento.
A cada segundo a dor piorava, e conforme mais forte as pontadas ficavam, mais altos eram meus gritos de dor. Eu sabia que aquela dor não era normal, algo ou alguém fez isso comigo. Mais porque? O que havia de tão especial neste pressagio em especifico para que qualquer resquício de memória fosse encoberto? Solto um grito dolorido logo após o pensamento sobre o sonho. Era isso a causa da dor? Se eu parasse de pensar sobre o assunto a dor acabaria? Mas como é que paramos de pensar em algo assim? Talvez nem seja isso, talvez esteja delirando de dor.
Em meio ao meu contorcimento e gritos no chão, ouço a porta se abrir com um estrondo, meu nome logo é chamado e sei que é Percy quem me chama, tento lhe responder, tento pedir ajuda e explicar o que está acontecendo, mas nada sai. Só consigo gritar e chorar. Sinto as mãos de meu irmão em meu rosto e ouço palavras gritadas na voz de Annabeth. Um soluço sofrido sai de minha garganta já rouca. Como se este ultimo lamento meu o fizesse tomar uma decisão, meu irmão me pega no colo no estilo noiva e sai correndo de nossa cabana.
Quero pedir para que vá mais devagar, pois conforme corre meu corpo balança e a dor piora. Socorro, socorro, socorro. Minha mente vai explodir, eu sinto. Minhas lágrimas corriam livremente sobre meu rosto e meu nariz escorria com o ranho que não consigo limpar. Uma cena nada bonita de se ver, mas não acho que alguém me julgaria por tal. Meus gritos já devem alertar a todos sobre minha frágil e dolorida situação.
Conforme atravessamos o acampamento, mais e mais minha voz ecoa, chamando a atenção de todos no acampamento que se por curiosidade ou preocupação, seguem atrás de Percy desesperados. Que maravilha, como se já não rolasse fofoca o suficiente sobre minha pessoa. Meu irmão para bruscamente na metade do caminho e meu corpo todo sacode, me fazendo lançar o grito mais alto até então. Droga Perseu, tinha que parar assim? É um bruto mesmo, espere só eu conseguir falar que vamos ter um longa conversa sobre como tratar os feridos. Não que eu posso exatamente julga-lo, em seu lugar, teria arrastado seu corpo pelo acampamento até conseguir ajuda. Qual é, não é minha culpa, tenho 1.60 de altura, nunca que eu conseguiria levantar Percy em meus braços.
Abro os olhos e encontro os olhos preocupados de meu enfermeiro favorito em todo o nosso acampamento, Will Solace. Will era um doce filho de Apollo, e como seu pai, o deus da medicina, possui um dom extremamente raro entre os filhos do senhor do sol, o da cura com o toque. Olhando para aqueles olhos azuis límpidos, peço ajuda com os meus. Will assente e coloca suas mãos dos dois lados de meu rosto. Suas palmas esquentam em um nível agradável e uma suave luz amarelada sai das mesmas.
Fecho os olhos e tento relaxar o máximo que posso, sei que Will irá fazer com que a dor passe. O tempo passa e a dor não acaba, a esta altura não consigo mais gritar, é como se sugasse a energia de meu corpo. Abro os olhos resmungando e vejo o olhar assustado de Will, ele não pode me ajudar. Ele e Perseu começam a discutir mas não consigo discernir as palavras que saem de suas bocas. Meus membros um por um começam a formigar e eu paro de senti-los. Tento lutar contra essa força esmagadora, contra essa dor.
O debate só acaba quando Quiron chega. Ele só precisa de um olhar em meu corpo mole e o entendimento aderne sua feição. O velho treinador sabe o que está acontecendo. Duvido haver algo que aquele centauro não saiba ou tenha visto, o cara tem milhares de anos, já participou de mais guerras a qual eu em minha efêmera e mortal vida jamais participarei,viu a queda de grandes heróis e lutou contra monstros que graças aos deuses, estão bem presos ao tártaro.
Com um cuidado extremo, Quíron me retira dos braços de Percy e lentamente galopa até a enfermaria. Isso, quero gritar de alegria e beijar seu rosto barbudo por ter me tirado dos braços descuidados mais preocupados de meu irmão. Viu maninho? Até o velho centauro está lhe chamando indiretamente de bruto. Com a cabeça encostada em seu peito, sei pela vibração que ele está falando, infelizmente, não consigo ouvir uma palavra se quer e nem levantar minha pesada cabeça. Meus olhos se fecham e a escuridão me toma, perdi a batalha, seja lá o que estiver acontecendo, sugou minhas forças até meu desmaio.
Hey gente, pequeno, eu seii. Juro juradinho que o próximo vai ser maior, mas realmente eu quis focar nessa parte, mais pra frente vocês irão entender.
Obrigada por lerem e acompanharem essa fanfic, curta e comente gente, sério, eu me divirto horrores com os comentários de vocês. Me sigam lá no perfil, por favorzinho❤️
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As estrelas chamam- Rhysand
FanfictionRhysand x oc "Existe uma lenda a qual conta a origem das estrelas do mar. Dizem, que nos primórdios da criação do mundo a qual conhecemos, o mar e a noite se apaixonaram. Depois de séculos de dor e sofrimento não conseguindo alcançar um ao outro, os...