01. O bom filho a casa torna

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#TwiceInTheApê

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Tzuyu acordou com um feixe de luz em seu rosto. Havia dormido o dia todo, mas não era algo incomum. Desde que havia se formado, voltado para Londres e começado a dar plantões em um hospital, sua rotina sempre lhe fazia trocar o dia pela noite. Havia se acostumado, mas o emprego às vezes lhe impedia de ficar com sua noiva. Mesmo depois de seis anos juntas, Chaeyoung ainda lhe causava as mesmas sensações de conforto desde o início do relacionamento. Saindo do quarto, estranhou o cheiro de comida vindo da cozinha, já que a Son deveria estar trabalhando no momento. No entanto, as vozes que saíam de lá a fizeram entender que ela tinha visitas:

- Momo, inferno, deveria ter cortado essa cebola menor!

- Se tá achando ruim, por que não cortou, porra?

- Eu ia, mas tu ficou enchendo meu saco!

Para variar, Momo e Jeongyeon estavam tomando de conta de sua cozinha. O cheiro suave de alfazema indicava que elas estavam a tempo o suficiente para a Yoo ter limpado a casa. A Chou morava com a Chaeyoung num sobrado num bairro longe do centro de Londres, com dois quartos e um banheiro no andar de cima e sala, lavabo, cozinha e lavanderia embaixo. Gucci, seu cachorro adotado assim que se mudaram, estava dormindo no sofá sem se importar com as brigas entre as duas:

- Boa tarde... Como entraram aqui?

- Chegamos antes da Chaeng sair.- a Yoo falou, os olhos surpresos ao ver a garota acordada, a puxando para um abraço meio desajeitado por conta de sua barriga.- Estamos fazendo o jantar!

- Vão ficar aqui?

- Se deixar, a Yeon não vai nem embora. Tá fugindo da esposa dela.

- Queria mesmo. Não aguento mais a Nayeon falando com voz de idiota pra minha barriga. É irritante e eu tô quase me mudando de quarto pra ficar longe dela.

Alguns meses antes, as senhoras Park resolveram que era o momento de aumentar a família. Jeongyeon, depois de dias de discussão, foi a escolhida para ficar grávida. Com o avanço da ciência e uma fertilização in vitro que deu certo, a Yoo agora estava grávida de uma menina e sem saber se o óvulo que virou espermatozoide era de Jihyo ou Nayeon. O problema era que Nayeon havia se apegado ainda mais a esposa e, às vezes, isso a sufocava.

- Eu queria saber em que momento você virou a menos boiola das três.- Tzuyu comentou, se sentando na mesinha de quatro cadeiras da cozinha.- Você era tão "amo minhas esposas", "amarei minhas esposas para sempre, "Jeongyeon da Jihyo e da Nayeon e Nayeon e Jihyo da Jeongyeon".

- Depois que ficou grávida. A Momozinha tá tirando as emoções dela.

- Momozinha?

- Sim, vou chamar minha afilhada assim, ué. Caguei pro nome que vocês vão pôr nelas. E aposto que nasce com a minha cara!

Assim como Nayeon, Momo também estava empolgada para a chegada do neném, fazendo questão de demonstrar isso de uma forma ridícula, mas que não irritasse os nervos da amiga grávida. Não tinha nenhum plano de ser mãe, apenas gostava da ideia de uma criança que ela pudesse devolver depois. Jeongyeon, apesar de achar o apelido ridículo, gostava de passar seu tempo com a Hirai. Era uma folga de uma esposa surtada e outra emotiva.

- E a Hyo?- Tzuyu perguntou pela outra esposa.

- Não assume, mas tá surtando. Vi ela conversando com a Sannie esses dias e tá com medo de não ser uma boa mãe.

- É um momento difícil pra ela. Criar uma criança do zero.

- Eu também me preocupo. Mas eu penso no que deu certo, sabe? Chaeyoung e você estão todas bem criadas e independentes.

Londres, 234Onde histórias criam vida. Descubra agora