Quando você toca o meu violão e o meu coração.

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A vida seguia interessante, dia após dia descobrindo e acostumando

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A vida seguia interessante, dia após dia descobrindo e acostumando. O trabalho, a vida sozinho... Tudo tinha seu brilho e sua pequena dose de felicidade. Minha chefe gostou bastante de mim, à medida que o tempo passava, ela confiava muito no meu trabalho. E assim ela deixava a loja sozinha comigo com mais frequência. Em momentos assim eu tinha que organizar, cuidar, vender, passar os produtos, receber pagamentos... Todo tipo de coisas. Mas me sentia querido e tranquilo por ela elogiar meu trabalho, sentia que meu emprego estava seguro dessa forma.

Sempre estaria tranquilo, pois veria Off e Arm no intervalo do almoço e quando chegasse em casa depois do trabalho. Mesmo que não fizéssemos mais do que simplesmente conversar, aquilo me aliviava seriamente. Off tinha esse poder sobre mim, sempre falaria tudo pra ele. Aos poucos seria tão sincero que ao lembrar do que falei até me sentiria envergonhado ao estar sozinho. Mas em sua presença não tinha espaço pra vergonha. Me sentia confortável e apegado aquela pessoa.

Abraçá-lo, cheirá-lo, ficar perto e fazer tudo que poderia junto dele era algo completamente normal pra mim. Não tinha nenhuma vontade de fingir que não queria e Off não parecia incomodado. Costumava observar suas ações e palavras. Ele parecia como eu, mesmo que eu fosse muito mais carente do que ele demonstrava ser.

Hoje tinha recebido o pagamento pela primeira quinzena trabalhando. E como sempre após o trabalho fui direto pro apartamento do meu vizinho. Dessa vez até trouxe meu violão comigo. Sentei no sofá dedilhando o instrumento distraído. Já sentia como se aquele sofá fosse meu de certa forma.

-Gun, como foi o recebimento do seu salário, tudo certo? - Off perguntou se aproximando do sofá e sentando comigo.

-Sim! Não é tanto, mas acho que se me esforçar um pouco mais pra vender posso conseguir mais dinheiro! - Falei distraidamente. Minha chefe tinha me falado isso e internalizei suas palavras, quanto mais eu vendesse mais eu ganharia, então sentia que o que ganhava era responsabilidade minha.

-Tudo bem, cuidado pra não exagerar! - Pediu, com seu tom preocupado de sempre. Sorri com carinho e me movi um pouco no sofá para cheirar seu ombro rapidamente, como uma força de carinho rápida. Off não ligou.

Uma notificação chegou ao meu telefone, era o grupo com Tay, Off e Arm. Desde que colocamos internet, conversávamos ainda mais com eles. Movi o violão para colocá-lo de lado, mas Off o pegou antes que eu conseguisse, o segurou e afinou uma nota que não percebi estar desafinada.

Deixei que ele brincasse com o instrumento, pensando bem deve fazer bastante tempo desde que Off pode tocar, deveria sentir falta. Dei risadas simples, respondendo as brincadeiras e provocações de Tay no grupo. Ele estava falando como ele e Arm estavam em um encontro num parque de diversões e que eu e Off estávamos perdendo. Levantei a mão naturalmente e capturei uma selfie sem muito esforço, que mostrava Off e eu no sofá muito perto um do outro com o violão entre nós. Mandei a foto e disse que também estávamos nos divertindo, Tay quase teve um treco dizendo que estava roubando seu melhor amigo.

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