SHELTER
You Can Be My Drug
Minha mente facilmente focou em um objetivo só, era como se tivesse ativado o modo sobrevivência. Eu precisava de um emprego, com urgência. Nos primeiros dias lia com cuidado e mandava currículos para lugares selecionados. Mas à medida que os dias foram passando sem respostas, não tinha mais nenhuma intenção de ser minimamente criterioso. Mandando currículos para qualquer lugar que os recebesse. Saindo com pressa, faria investimento em cópias do meu currículo e sairia conversando com todas as lojas e empresas que tivesse ao redor do meu novo apartamento. Sem um meio de transporte e inseguro se o tipo de trabalho que eu arrumaria no começo me ajudaria com passagens de ônibus, seria incrível achar um lugar perto que precisasse de alguém.
A pior parte dos meus dias seria quando estava escuro demais pra roubar a internet de algum lugar público, então ficaria em casa, sem poder realmente receber respostas interessantes ou procurar novas coisas. Com a minha nova mania de deitar no chão da sala despreocupadamente enquanto pensava ou tocava violão, acabei encontrando um novo Passa-Tempo um tanto quanto interessante.
Tinham dois apartamentos grudados com o meu, o número 6 estava vazio. Mas o 8 tinha um rapaz. Acabei descobrindo que ele saia de casa sempre muito cedo e chegava sempre mais ou menos as seis da noite. De manhã se não ouvisse ele mexendo nas coisas, sabia que tinha acordado tarde e à noite as vezes via ele passando rapidamente pela minha janela, com fones de ouvido brancos. Depois de passar a semana inteira percebendo a rotina como forma de entretenimento, estava especialmente curioso pra ver o que ele faria já que hoje é sexta, ou melhor, ouvir o que ele faria. Como alguém que mora sozinho geralmente aproveita o fim de semana? O vizinho me parecia uma boa oportunidade de aprender sobre isso.
Fui até a geladeira e enchi o meu belíssimo copo de vidro que consegui depois de comprar um molho de tomate. Segurando aquele copo de água, ouvi enquanto ele tomava um banho mais demorado que o normal, a caixa de água dele até começou a fazer barulho voltando a encher. Talvez ele fosse sair ou algo do tipo, por isso estivesse tomando um banho mais caprichado? Ri comigo mesmo, me achando meio bobo. Até o banho do vizinho parecia interessante e seria uma fuga divertida para fugir das minhas preocupações constantes com o meu futuro.
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SHELTER
Roman d'amourGun Atthaphan vivia atormentado pelas expectativas dos seus pais, que controlaram a sua vida inteira. Sua casa era preenchida por gritos e ofensas entre seus progenitores, que faziam com o que ele tivesse recorrentes dores fortes de cabeça. Um dia e...