Gun Atthaphan vivia atormentado pelas expectativas dos seus pais, que controlaram a sua vida inteira. Sua casa era preenchida por gritos e ofensas entre seus progenitores, que faziam com o que ele tivesse recorrentes dores fortes de cabeça. Um dia e...
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SHELTER
You Can Be My Drug
Estava me sentindo meio cansado enquanto colocava o macarrão instantâneo na panela de água fervente. Ontem dormi assim que cheguei e só acordei depois das seis, nem mesmo vi quando meu vizinho passou pelo corredor ao voltar do trabalho. Por ter dormido tanto e por me sentir ansioso com o resultado da entrevista, acabei passando muito mal a noite, foi uma madrugada longa e chata. Sem internet pra me distrair da insônia, minha mente viajou pensativa por tudo que tinha acontecido no dia e pensei bastante em Off Jumpol.
O fato de que ele tinha me visto chorar e tinha me oferecido um milkshake ficou martelando na minha cabeça. Não conseguia me livrar da sensação de vergonha, como se ele tivesse visto uma vulnerabilidade que não era minha intenção que ele visse. Mas ao mesmo tempo, sentia muita vontade de conversar com ele sobre isso... Por que ele tentou ser gentil, o que ele achava que estava acontecendo comigo ou por que ele ajudaria um completo estranho? Da forma que vejo, pessoas que fazem coisas do tipo, sentem uma empatia grande. Era impossível segurar minha mente de imaginar que aquele cara estava passando ou já passou por alguma situação parecida com a minha. Que o fizesse chorar ou ficar cabisbaixo em público.
De qualquer forma, minha timidez não permitiria que conversasse com ele, ainda mais depois de saber que ele tinha percebido que chorei. Comi meu miojo com calma, sentado na sala e depois peguei meu violão para me distrair um pouco. Deixei meu celular do meu lado de um jeito que fosse fácil de ver se me ligassem, estava muito ansioso pra saber se fui aceito ou não. Sem internet eu não poderia mandar mais currículos e de toda forma, mandei tantos que não restavam tantas opções assim pra continuar mandando. Minha única esperança era receber uma ligação ou da empresa onde fiz a entrevista ou de alguma outra que recebeu meu currículo para que pudesse tentar mais entrevistas.
Afinei corda por corda do meu violão com calma, não estava tão desafinado assim. Toquei um pouco, músicas que sabia decorado, apenas pra me distrair, deixando que o foco me ajudasse a acalmar. Desde sempre gostei de tocar violão, porquê tinham muitas coisas envolvidas pra conseguir extrair o som de um instrumento. Enquanto pensava na posição dos dedos, pressão e trocas na mão esquerda, ao mesmo tempo tinha que manter o ritmo com a mão direita, tudo isso enquanto pensava nas sequencias da música, percebia se estava soando corretamente e por fim cantava. Tudo isso ainda pensando se a voz estava no tom certo, no ritmo certo e na letra. No fim teria tantas coisas pra me preocupar que não dava pra pensar em outra coisa.