Gun Atthaphan vivia atormentado pelas expectativas dos seus pais, que controlaram a sua vida inteira. Sua casa era preenchida por gritos e ofensas entre seus progenitores, que faziam com o que ele tivesse recorrentes dores fortes de cabeça. Um dia e...
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SHELTER
You Can Be My Drug
Um sentimento estranho inundava meu corpo enquanto observava as costas largas do homem alto mexendo nas panelas da cozinha. Estava bem sentado no sofá, as pernas flexionadas sem me importar em ser rude ou ter muita liberdade na casa dos outros. Estava em silencio, acalmando minha respiração e sentido as lagrimas secarem no meu rosto. Off virou com um prato de comida e colocou na mesinha a minha frente, antes de se apertar aconchegante ao meu lado no sofá. Era um sofá pequeno então nos tocávamos e isso era muito bom. Ele tinha ligado um ventilador e só abriu a janela da cozinha. Olhei pra ele silenciosamente pegando meu celular do seu bolso ao meu lado. Ele mexeu um pouco e sorriu encontrando meu olhar.
-A tela rachou, mas ainda funciona! Seu plano B ainda pode ser útil! - Falou casualmente virando o telefone pra que eu visse. Sorri um pouquinho com seu comentário e recebi o celular que ele me entregou, passando os dedos pela tela quebrada melancolicamente.
-Off... - Chamei sem olhar pra ele.
-Hm? - Murmurou, me incentivando a continuar falando.
-Você tem cheiro de lavanda! - Comentei distraído, sem segurar meus pensamentos dentro de mim. Olhei pra ele e Off puxou sua gola, fungando pra sentir seu próprio cheiro. Então ele sorriu de forma doce e tocou o topo da minha cabeça com carinho, intimamente fazendo um leve cafuné no meu cabelo.
-Eu gosto de lavanda! Li em livro que cheiro de lavanda acalma, que ajuda no sono, da sensação de paz... Coisas do tipo. Achei que seria bom cheirar isso o dia inteiro e fazer as pessoas ao meu redor cheirarem isso. - Explicou. Ele conscientemente escolheu um cheiro tão significativo e pra mim aquilo pareceu incrível. Queria me aproximar e ficar quietinho cheirando o meu vizinho por um tempo, até meu coração se acalmar ainda mais, mas não pude fazer isso.
-Eu gosto! - foi tudo que disse, sentindo meu rosto corar um pouco. Off novamente deu uma risadinha. Não sabia se eu era ridículo ou engraçado aos seus olhos, mas não me importei, porquê também pareço ridículo aos meus olhos.
