O Milkshake de chocolate que consola um coração ferido.

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SHELTER

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You Could Be My Drug

Estava um pouco nervoso, preocupado com o fato de que estava suando muito, já que andei demais até chegar no local da entrevista. Mas me tranquilizava pensando que cheguei adiantado e estava o mais apresentável possível. Enquanto esperava ser chamado, evitei mexer no celular ou dar muitos sinais e nervosismo, tentando parecer o mais profissional que conseguia. Tinham poucas pessoas esperando junto comigo, duas ou três.

Não era a primeira vez que ia em uma entrevista de emprego na vida. Já tinha ido a várias. Quando terminei a escola, me senti muito perdido e essa sensação nunca deixou meu coração. Não conseguia ter um sonho, um objetivo. Todas as faculdades pareciam igualmente interessantes e desinteressantes pra mim. Então, o pensamento de entrar em alguma me deixava ansioso. Tinha medo de não conseguir acompanhar, de acabar perdendo tempo ou algo do tipo.

Mas pros meus pais não interessava, precisava escolher alguma e tinha que ser uma que eles concordassem que daria dinheiro. Qualquer curso que me interessasse minimamente, era rapidamente bombardeado com argumentos, eles pensavam muito seriamente se aquilo daria dinheiro, muito mais do que eu que seria a pessoa que trabalharia com aquilo. No final, não consegui entrar num consenso sobre nada, só escutava as expectativas altíssimas de que eu fizesse direito, medicina ou algum curso do tipo que tivesse um valor alto perante a sociedade.

Estava tão nervoso enquanto fazia o vestibular que consegui as piores notas da minha vida. Então no final, nenhum curso promissor me aceitaria. A pressão era insuportável e me deixava cada vez me sentindo mais incapaz. Medroso por causa das minhas notas e das reações a elas, decidi apenas começar a trabalhar aleatoriamente, trabalhei como caixa de um supermercado. Não ganhava tanto e não tinha tanto tempo pra mim, passei um pouco mais de um ano trabalhando lá. Pra mim era suficiente, mas pros meus pais era horrível. Eles simplesmente odiavam o fato de que eu trabalhava em um supermercado, odiavam que ganhasse dinheiro com aquilo. Eles me falavam com tons amenos que aquele trabalho não era pra mim e que eu tinha que estudar mais. Que não precisava me sustentar e que não conseguiria uma vida boa daquela forma.

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