Capítulo 4

59.7K 3.5K 430
                                    

- COMO ASSIM?! Me conta tudo. - Mabel exclama com um grito, acho que deixou meu ouvido esquerdo surdo.

- Para de gritar sua maluca, não foi nada de mais. - dou de ombros colocando um pedaço de pizza na boca.

- Como não foi nada demais? Seu chefe pagou um oral pra você! E você um boquete, ainda estou processando a informação. - fala me encarando atentamente. - Como às coisas chegaram a esse ponto?

- Nem eu sei. - suspiro. - William me chamou na sala dele e sem eu esperar, me beijou... no final disse que foi apenas para relaxar ou algo assim. - deixo o pedaço de pizza no prato, respirando fundo.

A verdade é que, ainda estou entendendo o porquê fiquei chateada quando meu chefe disse aquilo na sala dele.

Que não significava nada...

- Está chateada. - não foi uma pergunta.

- É só que... ah, quer saber? William é um idiota! Nem morta que vou ficar aqui me lamentando por isso. - levantei do sofá colocando às mãos no quadril.

- Querida, está assim porque gosta dele. - a olho como se estivesse maluca.

- Eu? Alicia West gostando daquele babaca? Claro que não.

- Uhum. - Mabel me encara com desdém.

- Quer saber? Não importa, vamos na boate?

Preciso dançar e beber, quem sabe ficar com alguém.

- Você sabe que não recuso uma festa, vamos lá!

•••

William

- Pai, pela milésima vez: não vou me envolver com a máfia. - falo nervoso.

Meu pai é um homem muito poderoso, não só por possuir várias empresas; mas também por comandar a máfia irlandesa.

Esse cargo é passado de pai para filho, entretanto, toda essa "tradição" se encerrou comigo.

- William, você não tem escolha! Estou velho, se eu morrer, quem comandará tudo? - reviro os olhos.

- Pai... - digo sarcasticamente. - A vida é minha, entendeu? Estou pouco me fudendo para o que vai acontecer quando você morrer, eu tenho uma filha. Não posso arriscar minha vida, além do mais, por que não pede pro Kai assumir? Certeza que ele vai adorar. - respondo tomando um remédio para dor de cabeça.

Tudo isso já está me dando nos nervos.

- Kai não é meu filho, é só um bastardo. Fruto da traição de sua mãe. - quando eu falo que minha família é complicada, não estou mentindo nem um pouco.

- Porra... - bato o punho na mesa, já cansado dessa conversa. - Escuta aqui, Magnus, chega dessa conversa! Minha decisão já está tomada, não irei voltar atrás. - desligo a chamada me controlando para não quebrar tudo.

Estou no meu escritório em casa, hoje é sábado e queria passar um tempo com minha filha.

Caminho até seu quarto, a vendo brincando com a babá no chão. Há um paninho forrado e vários brinquedos jogados.

- Vou ficar um pouco com ela Jaque, pode ir descansar se quiser.

Jaque é uma mulher muito competente, não fica com más intenções pro meu lado e mantém o respeito.

A mesma sai do quarto e olho para Felicity que tem um sorriso banguela no rosto.

- Oi, filha. - a pego no colo e ela passa a mãozinha na minha barba, deixando um carinho alí.

- Pa... pai. - dou um sorriso.

- É amor, o papai. - saio do seu quarto indo até o meu.

Me deito com Felicity na cama encarando seus olhinhos castanhos claros, quase verde.

- Você se parece muito com sua mãe... - sussurro lembrando de Amanda.

Ela foi a primeira mulher que amei em toda minha vida. Nos conhecemos no ensino médio; viramos amigos, namorados, e depois marido e mulher.

Poderíamos ter tido tudo...

Estávamos felizes. Dois anos depois do casamento, Amanda descobriu que estava grávida. A família inteira comemorou, infelizmente, a maioria das mulheres da família da minha ex esposa, eram estéril e tinham bastante dificuldades em engravidar. Achamos que seria um milagre, que tudo daria certo e finalmente poderíamos ter nossa filha nos braços.

Não foi o que aconteceu. Amanda nem conseguiu segurar Felicity, ver seu rostinho, amamentá-la...

- Queria que sua mãe estivesse aqui, filha. - dou um beijo no seu cabelinho, sentindo o cheiro de neném.

Será que algum dia conseguirei amar novamente?

•••

- Vamos naquela boate? - Kai aparece na cozinha.

- Não, quero passar o resto do dia com a Felicity. - aviso sem o olhar, estou preparando um sanduíche para comer.

- Mas a Felicity dorme às oito, a babá gatinha pode dormir aqui. Anda, William, me diz: faz quanto tempo que você não sai para se divertir? - prende suas mãos nos meus ombros.

- Não...

- Vai sim e pronto, quem sabe você não sai da seca. - ele me interrompe.

- Não estou na seca. - dou um sorriso involuntário ao lembrar de Alicia, não sei o que aquela mulher faz comigo.

- Transou com quem? - pergunta animado.

- Com ninguém, Kai... você não tem mais ninguém para atormentar? - prendo meu nariz com o polegar e o indicador.

- Só você. - sorri zombeteiro.

- Idiota... - resmungo.

- Fica pronto às oito e meia, vou vir te buscar.- diz saindo da cozinha sem que der tempo de eu responder.

Suspiro.

Talvez seja bom sair e se divertir um pouco.

•••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••••

(815 palavras)

Gostaram desse capítulo com o ponto de vista do Will?

Votem e comentem bastante que me incentiva a continuar. Desculpa qualquer erro.

Bjs, autora ✨

Meu Doce Inferno Onde histórias criam vida. Descubra agora