A semana passou corrida e quase não me encontrei com William, apesar de saber que todas as noites ele se deita comigo depois que soube dos meus pesadelos.
Também me aproximei bastante de Jaque, ela se mostrou uma pessoa bondosa e de confiança.
Apesar de saber que tenho o falho problema de confiar facilmente nas pessoas, Will me garantiu que Jaque era uma boa mulher.
Hoje é sábado e posso dizer que estou um pouco melhor, frequentei a psicóloga três vezes por semana e já houve um pequeno avanço.
Jaque deu a ideia de fazermos um bolo e aqui estamos nós na cozinha, completamente sujas de farinha e massa.
— Acredita que minha mãe deixou meu pai dormindo na sala por uma semana porque o coitado tinha comido o seu chocolate? — solto uma gargalhada com as histórias malucas da minha nova amiga. — Meu pai quase chorou por causa do leite.
Franzo o cenho em uma pergunta silenciosa e Jaque esclarece.
— Minha mãe amamenta meu pai, muitas pessoas podem achar estranho, mas isso é só um ato de carinho entre eles.
Assinto com a cabeça e me pego lembrando das vezes que flagrei Will encarando meus seios, inclusive na noite passada quando seu rosto deitou no meu peito e ele soltou um chorinho.
— E seus pais, Ali? — Jaque volta a perguntar e suspiro.
— Não tem muito o que falar, meus pais morreram quando eu tinha oito anos e fui criada pela minha tia, mas ela era uma velha drogada e trazia qualquer tipo de pessoas para dentro de casa. Quando completei dezoito anos, peguei minhas economias que havia juntando por anos e fui embora. Sobrevivi e estou aqui. — conto colocando a massa do bolo na forma.
— Nossa... nem sei o que dizer, Ali. Você é uma pessoa muito forte e especial. — me abraça e juro que estar alí é a melhor coisa. — Agora vamos terminar esse bolo, a Fê daqui a pouco acorda.
— E vai querer grudar em mim como um bezerrinho. — completo e damos risada.
•••
— Mama, pêpê. — Felicity fala se referindo ao meu peito e coloco as mãos no quadril.
— Mas você vai acabar me secando, pequena. — ela dá um sorriso sapeca e a pego no colo, sentando na cadeira de balanço que tem no seu quarto.
Direciono meu seio até sua boquinha e ela começa a sugar enquanto me olha com os olhinhos brilhando.
Will passou o dia fora resolvendo as pendências do trabalho, não reclamo pois sei que as coisas estão corridas depois dos dias que ele tirou de folga para cuidar de mim.
— Ela não solta mais de você, não é? — escuto a voz rouca de William e viro minha cabeça para porta, onde o mesmo está com os braços cruzados.
Sua expressão está abatida, a roupa amassada, os cabelos desgrenhados e olheiras profundas debaixo dos olhos, mas mesmo assim ele tenta sorrir para mim.
— Pois é, acho até que ela me ama mais, viu? — brinco e Will parece ter ganhado o melhor presente do mundo. — Por que está me olhando com cara de bobo?
— Bom, você é muito linda. — desvio o olhar um pouco envergonhada. — E estou feliz por você estar um pouco melhor.
— Dia cansativo? — ele respira fundo e entra no quarto, encarando Felicity mamar.
— Sim, a Morgana me tira do sério com suas provocações. — fecho a cara, mas tento disfarçar meu desconforto. — Morgana não aceita que agora só existe uma mulher que tenho interesse e pretendo esperar como um cachorrinho até ela me aceitar.
— Ah, é? Quem? — Will aproxima seu rosto do meu e sinto sua respiração se misturar junto com a minha.
— Você sabe a resposta, Ali...
Por um momento me vejo presa naquela provocação e desço meu olhar para seus lábios.
Balanço a cabeça e coço a garganta.
— Eh... vai tomar um banho. — ele ri e beija levemente minha bochecha.
— Como quiser, madame.
Minutos depois, coloco Felicity em sua caminha e deposito um beijo na sua testa.
— Tenha bons sonhos, princesa.
Saio do cômodo a procura de William e fico confusa ao ouvir um barulho estrondoso no outro quarto. Corro até lá me assustando ao ver algumas coisas quebradas e Will chorando no canto da parede.
Há sangue nas suas mãos e ele parece ter dificuldades para respirar, seus olhos estão vazios e seu corpo inteiro treme.
— Will...
Me ajoelho ao seu lado pegando em seu rosto com as duas mãos.
— Olha para mim, olha para mim! — seus olhos negros me encaram com dor e sinto um aperto no peito. — Calma, inspira pelo nariz e solta pela boca, bem devagar.
Ele nega e tenta me afastar.
— S-sai daqui, Alicia. Não quero que veja isso.
— Não, não vou sair! Agora tenta respirar, inspira pela nariz e solta pela boca. — mando e Will tenta fazer o que foi pedido.
— Você vai me deixar também, não é? Eu fui horrível com você, falei coisas que me arrependerei pelo resto da vida... porque não me odeia? — questiona aflito.
— Eu não sei... você não é uma pessoa ruim, Will, apenas foi machucado pelo passado. — pego em suas mãos geladas e o ajudo a levantar, seu corpo está fraco e parece que a qualquer momento pode despencar.
O deixo na cama e vou até o banheiro, observo ao redor e suspiro ao ver o espelho quebrado e sangue por alguns lados. Pego uma toalha a molhando e volto para o quarto, começando a limpar com delicadeza os machucados de Will.
— Está conseguindo respirar melhor? — ele confirma. — Vem cá.
Ligo o ar condicionado e ajeito a cama, deitando com Will e retirando minha blusa. Ele encara meus seios coberto pelo sutiã parecendo triste e depois fecha os olhos.
— Vem mamar. — William se assusta com minha fala e retiro meu sutiã. — Eu sei que você quer, percebi seus olhares essa semana e seu chorinho ontem à noite.
— Desculpa... — pede fraquinho.
— Não tem o porquê se desculpar, agora vem que mesmo com a Fê mamando meu peito está cheio. — sem esperar muito, Will começa a mamar como um bebê faminto e um pequeno sorriso me escapa.
Dentro desse homem arrogante e inabalável, há apenas uma pessoa perdida que precisa de alguém que o entenda.
Posso ser considerada boba por muita gente por causa do meu jeito de ser e pelo fato de perdoar fácil aqueles que me machucam, mas o que posso fazer?
Eu prefiro ser assim do que guarda raiva e ódio que te consomem a cada dia.
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(1070 palavras)
Finalmente o Will como um bezerrinho!! kkkkk
Será que vem problemas por aí? 👀
Achei esse capítulo horrível :/
Votem e comentem.
Bjs, autora ✨
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Meu Doce Inferno
RomanceAlicia West trabalha como secretaria em uma das maiores empresas de tecnologia de Massachusetts, a Salvatore's Corp. Uma mulher de beleza avassaladora e, acima de tudo, confiante e gentil. O único problema? Seu chefe. William Salvatore é um empres...