William
Acordo sentindo algo macio em minha boca e o gosto do leite quentinho descendo pela minha garganta.
Aproveito o tempo que me resta porque sei que, quando Alicia acordar, não poderei fazer isso novamente.
Ouço meu celular tocar em cima do pequeno móvel ao lado da cama e com custo, atendo a ligação sem reparar no nome da pessoa que brilha na tela.
— Alô? — falo baixinho para que Alicia não acorde.
— William? — massageio as têmporas ao ouvir a voz de Morgana do outro lado.
— Algum problema, Morgana? — pergunto já sem paciência.
— O meu pai dará uma festa para comemorar o aniversário de casamento com a minha mãe, todos da alta sociedade estão convidados, inclusive sua família. Espero que venha. — ela responde tentando soar “manhosa” e reviro os olhos.
— Não, obrigado, tenho outros planos. — explico o mais breve, querendo encerrar a ligação.
— Você virá, se não, todos saberão do seu filhinho morto e bastardo. — me alerto com sua fala. — Sabe, convenci um certo médico que atendeu Alicia há alguns meses, a passar informações preciosas... o que seus aliados e contribuidores da famosa empresa de tecnologia diriam ao descobrir o tipo de merda que William Salvatore é. Um homem cruel que abandonou a mulher grávida.
Olho para Alicia e as palavras de Morgana são como socos em meu estômago, não consigo nem me sentir bravo ou ter outra reação a não ser tristeza.
— Você não se atreva. — respondo, agora com minha voz rígida.
— Tudo isso vai manchar o status da sua família, e o seu pai... imagino o que ele fará com a Alicia. — Morgana diz cantarolando e respiro fundo.
— Okay, vou a sua porcaria de festa, mas fique longe da Alicia!
— Tudo bem, amorzinho. Agora tenho que ir, ansiosa para te ver hoje à noite.
Dito isso, ela desliga a ligação e deito a cabeça no travesseiro enquanto observo o teto. Encaro o seio de Alicia descoberto e suspiro tentando me acalmar.
— Will? — Ali me chama sonolenta e tento sorrir. — Está tudo bem?
Ela se senta na cama e confirmo com a cabeça, encaro novamente seu seio e depois subo o olhar para sua face.
— Sei que algo está te incomodando, conversa comigo.
Como Alicia pode ser tão boa comigo depois de tudo de ruim que fiz para ela?
— Só...a Morgana, tenho que ir a uma festa hoje e não estou nem um pouco à vontade com isso. — constato e a doce mulher ao meu se aproxima.
— Quer que eu vá com você? — pergunta segurando minha mão.
— A Morgana vai estar lá... sei que vocês duas não se dão bem, tenho medo que ela faça algo contra você. — sou sincero e Alicia faz uma careta.
— Sim, eu não gosto dela, mas também não estou morta para permitir que ela me faça mau. — resmunga e dou um sorriso.
— E... você está bem em sair?
Alicia me encara profundamente e me perco naqueles lindos olhos cor de esmeralda, tudo nela é lindo...
— Sabe... ainda dói, mas estou trabalhando para ficar bem. As consultas com a psicóloga me ajudaram bastante. — diz e aliso o dorso da sua mão.
— Fico feliz, princesa.
— Vou marcar uma consulta para você, a Dra. Penélope é super gentil e tenho certeza que você se sentirá confortável. — avisa e abro a boca para negar, porém Ali me olha séria e assinto com a cabeça.
— Mamãe? Papai? — Felicity aparece no quarto com seu pijama fofo e um urso na mão. Minha filha sobe na cama e fica entre a gente. — Quê pêpê.
Pede apontando para o seio de Alicia e damos risada. Felicity de vez em quando aparece de manhã para dormir com a gente, como a mesma já sabe o local do meu quarto, que por sua vez fica ao lado do dela, não tem perigo ou muita preocupação. Há várias grades de proteção no banheiro e nos outros cômodos, sem contar no da escada.
— Ela não para de te chamar assim... — comento e Ali observa a pequena garotinha mamando já com os olhinhos fechados.
— Não tem problema, ela é como uma filha para mim. — responde baixinho. — Bom, se você não quiser, posso ensiná-la a falar meu nome.
— Tudo bem, princesa, fico feliz que a Felicity tenha uma figura materna ao seu lado. Só... não vá embora da vida dela. — suspiro e me deito, ficando frente à frente de Ali. — E da minha também...
Ela sorri minimamente e faz um carinho em meu rosto, passando o dedo pela minha barba rala.
— Tudo bem, querido.
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(748 palavras)
O que será que vai acontecer nessa festa? 👀
Uma pergunta, vocês ainda sentem raiva do Will?
Votem e comentem bastante, desculpa qualquer erro.
Bjs, autora ✨
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Meu Doce Inferno
RomanceAlicia West trabalha como secretaria em uma das maiores empresas de tecnologia de Massachusetts, a Salvatore's Corp. Uma mulher de beleza avassaladora e, acima de tudo, confiante e gentil. O único problema? Seu chefe. William Salvatore é um empres...