Capítulo seis.

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Acordo em minha cama, mas acordo de um jeito diferente. Olho em volta do meu quarto, Joshua não está aqui. Retiro a coberta pesada sobre o meu corpo e caminho até o banheiro. Meus olhos estão marcados com bolas pretas da insônia e meu cabelo tem lascas de árvores. Aos poucos cenas da noite da passada vem voltando em relances, eu e Josh na floresta, meus olhos e a sensação de libertação.

Me destraio dos meus pensamentos quando ouço vozes assustadas vindo da sala. Desço as escadas correndo, meus amigos estão reunidos em frente a TV com olhares assustados.

Ninguém diz uma palavra e eu também não consigo perguntar. Paro em frente a TV, uma repórter relata o assassinato de cinco jovens. De forma brutal seus corpos estão jogados na floresta. Oque mais nos assusta é a marca em seus peitos com a imagem de um lobo. A guerra foi declarada.

[...]

Meus pais chegam em casa assustados e os olhos do meu pai procuram pelos meus. Ele inspira pesado e só solta o ar enquanto me abraça fortemente.

– Não tinham revelado as identidades, eu pensei que... Deus! Eu pensei que tinha acontecido algo com você! O sinal estava horrível por causa da neve, não conseguíamos falar com o pessoal da polícia e vocês não atendiam o telefone

Sua voz está embargada.

– Não saímos de casa, estamos tão chocados quanto vocês! – Bailey diz e me olha com o semblante triste.

– Eu vou ligar pro pai de vocês, ninguém sai daqui até acharem pelo menos alguma pista de quem são esses assassinos! Estão todos aqui?

Minha mãe pergunta e eu lembro de Josh. Por conta da confusão, não procurei por ele ou liguei.

– Cadê ele? – questiono Sabina.

– Eu não faço ideia, acordamos e ele não estava mais aqui. Ele sabe se cuidar, e você sabe disso!

– Quem fez isso não estava sozinho, Sabi. Não era pra ele ter saído!

Digo irritada e pego meu celular no bolso. Ligo cinco vezes, e todas as ligações caem na caixa postal. Xingo baixinho irritada.

[...]

Minutos depois minha mãe já ajeitou todos na sala destribuindo mantas e chocolate quente. Krystian e Bailey estão do meu lado, como meus melhores amigos, ele sentem quando me afasto por conta das minhas crises de ansiedade.

– Se tem uma pessoa que eu conheço que pode ter lidado com esses caras, é o Josh. Se acalma e bebe um pouco do chocolate, ele vai dar notícias, Any! – Krystian diz e de alguma forma me sinto mais confiante.

– Krystian tem razão, ele está bem! – Bailey concorda.

– Eu sei que devem estar se perguntando essa preocupação repentina com um garoto que acabei de conhecer, com o garoto que deu um escândalo no primeiro dia de aula, mas o Josh é uma pessoa boa e um bom amigo. Ele foi a única pessoa que de fato conseguiu controlar o Noah. – suspiro. – E todos que entram no nosso ciclo de amizade, é da família!

Os olhares se voltam pra porta quando Joshua entra segurando uma sacola de pães. Engulo seco e fico o encarando.

– Você saiu pra comprar pão? – Savannah pergunta incrédula.

– Sim? — Josh gagueja. – Eu gosto de pão quentinho. Oque rolou?

Ele me olha e eu abaixo o rosto na coberta tentando não mostrar as lágrimas.

– Cinco jovens foram assassinados na floresta, os psicopatas deixaram uma marca no peito deles, o símbolo dos lobos! – Bailey responde.

Todos na sala encaran Joshua com vontade de matá-lo. Não queríamos alarmar seus pais antes de ter uma notícia concreta. Meu pai estava acionando seus melhores policiais e o bonito na padaria, comprando pão quente.

– A gente quer te matar, mas senta aí, toma um chocolate e vamos pensar em uma maneira de onde enfiar esse pães... – Krystian diz claramente irritado.

– Ou ou ou, segure as palavras mocinho. Ele deve ter saído cedo, não viu o noticiário. Joshua, vamos ligar pros seus pais e avisar que vamos manter vocês por aqui por esta noite até termos noção da dimensão do problema e até acharem algum suspeito.

Josh sorri agradecendo minha mãe e se senta de frente pra mim, me encarando e querendo dizer algo com os olhos.

[...]

Depois do estresse ter se aliviado um pouco, meu pai saiu pra delegacia, ligaram relatando caos na entrada, pais inconsoláveis e a mídia querendo respostas.

Não ia conseguir ficar sozinho com Josh pra questionar sobre sua inquietação. Na verdade, estamos com os olhos grudados na TV, todos os cinco jovens podem ser nossos amigos de escola ou infância.

Entediadas, Sabina e Savannah pedem minha ajuda pra prepararmos o almoço. Minha mãe já está trancada em sua sala particular. Decidimos fazer macarrão com almôndegas. Enquanto retiro o molho de tomate da geladeira, ouço o nome de Noah no noticiário. O vidro do molho desliza das minhas mãos espalhando o líquido vermelho por toda cozinha, minhas mãos e meus pés. Noah é um dos cinco garotos assassinados na floresta.

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Que loucura, depois de tanto apareci, achei Phoenix nos rascunhos e fiquei com muita vontade de voltar a escrevê-la, por este motivo, conto com a ajuda de vocês pra votar e comentar.

XOXO, beá!

Fênix ─ A revelaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora