Capítulo onze.

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Eu não sei se existe um exato momento no qual nos apaixonamos por uma pessoa. Se existe uma chavezinha que roda na nossa cabeça. Tem coisas que nunca vamos saber. Mas se tem algo que eu tenho muita certeza, é que eu estou perdidamente e incontrolavelmente apaixonada por Joshua Christopher.

Falar pro Josh que gostava dele me deu um alivio imediato. Não que eu acho que ele não soubesse disso, mas dizer deixou meu coração muito mais leve.

Logo depois de proferir aquelas palavras, ele me olhou com ternura, mas oque paraiva no ar era fogo e muita tensão.

– Isso foi no bom sentido, Any? – ele me questiona.

– Sim. Na minha cabeça é tão errado quanto roubar as moedas de um morador de rua. Mas eu nunca quis tanto algo. – desabafo.

– Nós já conversamos sobre isso. – ele me fita.

Joshua é uma pessoa que tem o coração bom. Aparentemente ele se preocupa mais com as pessoas ao seu redor do que consigo mesmo. Tudo isso é sobre o Noah, antes eu achava ridículo, mas por agora eu entendo seu lado. É uma atitude altruísta, mas eu me sinto confusa.

– Então é isso, nunca vamos poder ter nada? – pergunto chateada.

– Any, você não faz ideia o quanto eu tenho me controlado perto de você, o quanto eu tenho suplicado pra que todo esse turbilhão de sentimentos saísse da minha cabeça pra eu te esquecer. – ele suspira exasperado e se aproxima. – Eu não tenho mais forças pra ficar longe de você, e por mais que isso me destruísse por dentro como se eu enfiasse uma faca nas costas do Noah, só queria te ter pra mim.

Engulo seco.

– Eu tô aqui, mas acho que isso não é o suficiente. – sorrio tristemente. – Espero que a culpa nos deixe viver algum dia.

Coloco o pano de prato em cima da pia e subo pro meu quarto. Não consigo conter as lágrimas. Me sinto impotente, como se meu direito de amar fosse levado de mim. Fico ainda mais chateada com meu egoísmo, pensar tanto no que quero e ignorar a dor do Noah.

Eu não sei como as coisas vão ser daqui pra frente, mas queria que tudo se ajeitasse.

/

Acordo no dia seguinte e o grupo já levantou. Estão todos na cozinha organizando nosso fim de semana. Finalmente depois de algumas semanas, o sol voltou pra dar "oi", mas já sabemos que não vai durar por muito tempo. Procuro por Joshua e ele não está. Bufo chateada.

– Ei, do que estão falando? – pergunto.

– Estamos querendo ir no parque, fazer um piquenique, alguma coisa do tipo. – Sabina responde.

– Acho que meus pais não vão deixar, não depois do que aconteceu. – digo enquanto minha mente trabalha em outra ideia. – Mas acho que podemos fazer uma outra coisa que vocês vão gostar.

Ouço o barulho da porta. São meus pais.

– Posso dar oi e logo em seguida pedir um favor? – eu os abraços e pergunto.

– Depende. – o Sr. George responde em um tom brincalhão.

– Todos concordamos que estamos fartos de ficar em casa, e também não podemos sair por conta dos últimos fatos. Então, queria saber se vocês liberam a casa de campo. É fora da cidade e super segura por conta da família dos caseiros que moram lá por perto. – juntos minhas mãos implorando. – Papai, você não tem um argumento contra. Vamos estar seguros lá, você sabe disso.

– Isaac querido, a casa de campo realmente me deixa muito tranquila. Eles são jovens, ficar trancafiados vão levá-los a loucura. – minha adorável mãe fala ao nosso favor. – Eu vou ligar pros caseiros e pedir pra reforçarem a segurança na entrada.

Fênix ─ A revelaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora