Capítulo 4 - Bernardo

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3 anos depois...

Eu nem acredito que acabou. Depois de longos 3 anos vivendo em um inferno, finalmente toda essa merda está acabada.
Depois que eu chutei a merda fora daquele desgraçado e ele passar seis meses na UTI, ele foi parar em uma prisão de segurança máxima na Turquia. O país onde Cameron mais praticou seus crimes.

E agora que finalmente voltei ao Brasil, tudo que consigo pensar é em ver ela. Durante aquele final de semana à três anos atrás eu pensei várias vezes em largar tudo, toda vingança, todo medo e implorar seu perdão. Ela estava tão diferente... Sua personalidade.... E até seu corpo. Amanda conseguiu ficar ainda mais linda.

Durante todos esse anos longe , foi como se eu andasse no piloto automático. Tinha noites que a falta dela era tanta que chegava a me sufocar, e eu sabia que não poderia ficar longe pra sempre. Então eu decidi que não importava as circunstâncias, eu iria voltar e lutar pra ter a Amanda de volta. A falta dela é algo que não consigo lidar

Eu me lembro como se fosse ontem a última vez que à vi. Ela estava com a sobrinha no colo, e eu ainda consigo me lembrar do seu cheiro.

Toda mulher que passou pela minha cama durante esses três anos não me fez esquece-la. Nenhuma ficou sobre a minha pele como a Amanda ficou. Eu não me orgulho disso, mas essas mulheres serviram apenas como um escape, uma atitude desesperada pra tentar esquecer a única mulher que amei. E agora, que finalmente estou de volta, eu não sei como agir, não sei o que fazer. Passaram três anos, e ela pode estar noiva, casada, ou talvez até grávida... Não! Eu não quero pensar nisso....

Só o pensamento de outro homem tocando ela, me deixa furioso. Eu sei..eu sei... Eu abri mão do direito de me sentir assim quando fui embora. Mas essa merda é inevitável.

Decido sair pra esfriar minha cabeça. Preciso esquecer toda essa bagunça por um tempo, e só consigo fazer isso de uma maneira. Correndo.
Coloco uma calça de moletom, regata, e tênis.

Vou para um parque próximo ao meu apartamento. Cheguei ontem no Brasil e resolvi ficar no meu apartamento onde morei com Amanda. Mesmo com as lembranças, não tinha outro lugar que eu poderia ficar.

O dia está lindo, e tem varias familias fazendo seu piquenique da tarde. O parque tem uma longa extensão de grama verde, com poucas árvores em volta e um caminho feito de pedras para ciclistas e corredores. Começo a correr.

Corro até meus músculos chegarem a exaustão. Tento me concentrar na dor no meu corpo pelo esforço físico, mas nem assim Amanda sai dos meus pensamentos. Nem mesmo a dor consegue afasta-la da minha cabeça, e agora eu sei que, nada que eu faça é capaz disso. Eu sou como um viciado, e ela é meu único vício.

Continuo minha corrida quando de repente ouço um gritinho agudo.

- Pilulito!

Olho para o lado pra ver quem gritou e vejo um cachorrinho marrom correndo com sua coleira na boca, e uma menininha loirinha atrás. Ela tenta pegar o cachorro de qualquer jeito, mas ele se desvia e escapa das mãozinhas dela.

- Pilulito volta aqui!!- Ela grita de novo.

Sorrio com a cena e me aproximo um pouco mais. A menina continua correndo atrás do cachorrinho com toda determinação. Ela é tão branquinha que suas bochechas estão vermelhas pelo esforço e para um criança, ela até que é bem determinada. Sinceramente, eu não seu porque ainda estou aqui, parado, olhando uma criança correndo atrás do seu cachorro. A única coisa que sei, é que essa cena chamou minha atenção, e por algum motivo cessou com o furacão na minha cabeça. Talvez seja porque é uma coisa tão simples, tão comum, mas que eu sei que dificilmente vou ter. As coisas simples da vida, não são pra mim, não com o trabalho que tenho.

Analu - Uma força do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora