Faz duas semanas desde nosso piquenique no parque. Bernardo e Analu estão cada vez mais grudados, um não consegue passar o dia sem ver o outro. Bernardo está dormindo quase todas as noites no meu apartamento e ele parece cada dia mais possessivo em relação à mim. Rodrigo veio me visitar na semana passada e o Bernardo ficou literalmente ao meu lado o tempo todo, e eu não tive a chance de realmente conversar com meu amigo. Bernardo também fez questão que o Rodrigo soubesse que estamos juntos.
Enfim, homens e seus concursos de mijadas.
Meu amigo pareceu triste, e incomodado por não poder falar comigo sozinho e isso deixou Bernardo mais irritado. Mas no final tudo ficou bem. Bom, pelo menos eu consegui controlar a situação pra que nenhum dos dois partisse pra agressão. Se isso acontecesse, Rodrigo não sairia nada bem no final.
Tirando a possessividade absurda do Bernardo, todas as coisas estão indo bem. Minha filha tem o pai por perto e ele faz tudo por ela. Eu tenho o homem por quem sou perdidamente apaixonada ao meu lado e todos os fantasmas do passado parecem ter ido embora.
Hoje minha pequena está fazendo 4 anos de vida e meu pai fez questão de fazer uma festa pra ela na sua casa. Analu não sabe de nada, decidimos fazer surpresa.
Tudo que minha filha sabe é que vamos jantar na casa do vovô.
Levanto antes do horário que a Analu costuma acordar, só pra preparar o seu café da manhã preferido. Mas antes de ir pra cozinha, decido passar pelo quarto dela. Paro assim que vejo a porta do quarto dela aberta, e o Bernardo encostado no batente da porta. Ele está de costas pra mim, e ainda não notou minha presença. Ele está usando uma camisa branca, que deixa cada músculo dos seus braços em evidência e uma calça preta. Eu tenho certeza que seu cabelo não viu um pente hoje, mas isso só deixa a aparência dele ainda mais sexy e de uma forma bem casual. De repente ele se vira e me pega no flagra.
- Bom dia bebê. - ele sussurra e fecha a porta do quarto da Analu.
- Bom dia. - falo e sorrio. - Não pensei que iria usar a chave que te dei tão cedo. - caminho para a cozinha e ele me segue. Assim que chegamos na cozinha, Bernardo me puxa para seus braços e afunda o rosto na curva do meu pescoço e toma uma longa respiração.
- Fiquei uma noite sem você e me pareceu uma eternidade. - ele sussurra com o rosto ainda afundado no meu cabelo.
- Sei exatamente como se sente. - falo. Bernardo levanta o rosto e seus olhos encontram os meus. Seus lábios se desenrola em um sorriso lento e sensual, e de repente ele franze a testa.
- Você está me tornando um homem completamente dependente Amanda. E isso é perigoso. Muito perigoso - ele fala.
- Dependente é? - provoco.
- Sim...- ele me direciona um sorriso largo e beija minha boca rapidamente. - Estou completamente dependente de você....Seu sorriso, seu corpo, seu cheiro, quando não tenho isso, me sinto miserável. Preciso disso pra começar meu dia, mas você me mandou pra casa ontem, então fui obrigado a usar a chave extra pra ver as mulheres da minha vida assim que acordei. - Bernardo me olha com a expressão tão séria e tão verdadeira que faz meu coração parar uma batida.
Ontem eu mandei Bernardo pra casa assim que ele deixou a Analu, depois de busca-la da escola. Ele tinha dormido comigo todos os dias durante essas duas semanas e ontem eu consegui fazer ele ir dormir no seu próprio apartamento. Claro que me arrependi amargamente quando senti como a cama ficou fria sem ele. Ele pode não saber disso, mas eu também me tornei dependente dele, assim como sou dependente de ar pra viver. E isso me deixa apavorada, porque sei que vou quebrar se ele for embora. E não terei ninguém pra juntar meus cacos depois.
- Para Amanda. - Bernardo fala me tirando do transe.
- Parar com o que? - pergunto confusa.
-Não pense. Posso ouvir seus pensamentos daqui. - fala e leva sua mão em meu rosto, acariciando.
