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— Vamos! Por acaso ficou mais mole garota?! Satisfaça meus clientes direito! - gritava a mulher mais velha, humilhando a garota albina mais uma vez ao bater em seu rosto machucado. — Se isso se repetir de novo, avisarei Bongo, e ele não será tão misericordioso quanto eu estou sendo. - ameaçou, causando um arrepio na espinha da maioria ali. 

Você observava do canto do quarto, olhos frios e cortantes que permaneciam na figura mais velha sem medo algum. Bebericou mais uma vez do whisky barato em seu copo, acompanhando a mulher sair do quarto junto de seus três guarda-costas. 

— Se eles são seus clientes então porque não mama eles? - sorriu levemente com a fala da garota, se aproximando para ajudá-la a se levantar. — Valeu S/N. 

— Sabe que ela não aguenta mais fazer isso. - murmurou, olhando nos olhos da mais baixa. — Por isso a parte pesada fica pra gente. 

Antes que Nana pudesse responder, foi interrompida. 

— O que fez dessa vez Nana? - Roberta perguntou, outra prostituta do lugar, sarcasmo pingando na voz. — O pau do seu cliente era tão gordo que nem mesmo conseguiu engoli-lo direito? 

— Tenho certeza que você conseguiria, não é Berta? - respondeu no lugar da albina, se virando para a morena de longos cabelos cacheados. — Tua garganta consegue ser mais larga que a buceta de todas aqui juntas, não me surpreenderia se Charlotte te pusesse pra mamar o marido dela também. 

— Fica na tua S/N! - esbravejou, se aproximando e ficando cara a cara com você. — Eu não falei com você. 

As garotas se empertigaram quando viram um sorriso ladino em sua boca, se preparando para intervirem caso uma briga começasse — coisa que era recorrente ali. 

— Agora tá falando. - não desviou o olhar, irritando ainda mais a outra. 

— Um dia eu ainda vou te botar no seu lugar sua beta de merda! - gritou quando foi arrastada para longe por outra garota. — Eu ainda vou ferrar com a sua vida! 

— Vamos dar o fora daqui Berta, não vale a pena arrumar confusão com ela, você sabe. - e te olhou por cima dos ombros. 

Uma sobrancelha sua subiu, mas logo se recompôs, voltando sua atenção para Nana e ignorando as outras que cochichavam e te encaravam. 

— Tenta não irritar Charlotte demais. - aconselhou, afastando o cabelo da cara da garota. — Sabe que se ela falar com Bongo você provavelmente vai estar morta. 

— Eu sei. - resmungou, levando o rosto para longe de seu contato. — Mas eu realmente não consegui S/N! - te encarou com os olhos lacrimejantes. — Ele era...era... 

— Era nojento. - completou. — Eu sei, eles sempre são. 

Nana soluçou, não desviando o olhar do teu. Por um momento, se sentiu nua perante a garota, observada e invadida pelos olhos estranhamente azuis. A ômega parecia olhar diretamente sua alma, e a sensação não a agradou. 

— Como consegue se manter assim, tão fria? Mesmo com tudo o que eles fazem com a gente, mesmo com tudo o que somos obrigadas a fazer pra não acabarmos mortas...como? 

Uma risada seca se fez presente em sua garganta, mas você não a soltou, apenas alisando o ombro da garota e começando a se afastar. 

— Coloque gelo nessa bochecha, vai ficar inchado se você não o fizer. - e saiu do quarto. 

Caminhou pelos corredores longos do clube, escutando a música ficar mais alta a cada passo. Quando atravessou as cortinas de lantejoulas, não se atreveu a olhar para os seguranças que estavam ali de guarda para impedir a entrada de pessoas enxeridas, encarando a multidão e abrindo um sorriso sedutor nos lábios. 

𝐌𝐀𝐓𝐄𝐒, 𝐚 𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚 𝐧 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨 𝐬𝐭𝐨𝐫𝐲 (𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄)Onde histórias criam vida. Descubra agora