0.3

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— Quem é você? - não perguntou, intimou, com uma voz grossa que pareceu reverberar em seus ouvidos de uma forma nada legal. 

— Porra, nem um bom dia primeiro? - disse sarcástica, se espreguiçando e se pondo para fora da cama, sem se importar com a visão que ele teria de suas pernas nuas e tatuadas. 

Passou por ele, bocejando e prendendo o cabelo. Katsuki não soube como reagir, e por isso ficou parado no meio do quarto como um idiota. Não saiu da mesma posição até você ter voltado do banheiro, vestindo agora um shorts curto além da camiseta, apesar de ainda permanecer sem calcinha. Tua buceta precisava de um arrego afinal de contas. 

O loiro te encarou, seguindo teus passos para fora do quarto. 

A voz de comando não funcionou nela? 

— Você por acaso sabe quem eu sou garota? - arqueou uma sobrancelha, quase te cercando na cozinha com sua presença grande. 

— Nope. - o ignorou, mexendo no seu armário e tirando o bule para ferver a água do café. — Aliás, quem é você? - se virou para ele, não se intimidando com os olhos vermelhos. 

— Eu perguntei isso primeiro. 

— Sim, mas eu salvei sua vida, não o contrário. - sorriu presunçosa. — Tenho direito de saber quem eu trouxe pra minha casa, não? 

— Chama esse muquifo de casa? - acidez e sarcasmo pingando da voz dele. 

— Ei, mais respeito. - alertou, nem um pouco abalada com a falta de educação. — Pode ser um muquifo mas é meu, e eu tenho muito orgulho. - arqueou uma sobrancelha afrontosa. 

Katsuki bufou zombeteiro, apesar de não conseguir manter a carranca por muito tempo, já que quando resolveu se apossar de uma das cadeiras a dor em sua costela se fez presente e um sibilo de dor pode ser ouvido. Você cruzou os braços, se encostando na bancada convencidamente. 

— Sou Katsuki, e você? - perguntou seco, desistindo de continuar com aquele joguinho, uma mão firme na costela dolorida. 

— S/N. - sorriu fechado, ainda achando graça da situação. — Quer comer algo em específico, Katsuki? - quase que um rosnado deixou a garganta dele.  

Ela estava zombando dele, um alfa! O que uma beta- 

— Não, o que você fizer está bom. - resmungou, feito um velho rabugento, e você sentiu uma súbita vontade de rir novamente. 

Sem dizer mais nada — sentindo o olhar fulminante praticamente cavar um buraco em suas costas — você continuou a fazer seu desjejum. Preparou tudo como sempre, optando por tapiocas de queijo ao invés de pão com margarina dessa vez. 

Apesar de morar no Japão, você seguia fielmente seus costumes latino-americanos. 

Katsuki estranhou um pouco quando foi servido, te encarando como se perguntasse se havia algum veneno ali para ele. 

— O que é isso? - fez uma careta, apesar do cheiro da comida lhe despertar a fome adormecida em seu estômago. 

— Tapioca, nunca comeu? - olhou pra ele, pegando a primeira de seu prato e mordendo um pedaço gordo. 

— É saudável? - curioso, e pegando a tapioca na mão, imitando seus movimentos. 

— É comida cara. - o loiro fez careta por você ter falado de boca cheia. — Só come. 

Revirando os olhos e bufando, ele resolveu te ignorar e arrancar um pedaço precioso da tapioca, que já não estava tão quente, e era surpreendentemente mais saborosa do que ele esperava. 

𝐌𝐀𝐓𝐄𝐒, 𝐚 𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚 𝐧 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨 𝐬𝐭𝐨𝐫𝐲 (𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄)Onde histórias criam vida. Descubra agora