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De todas as maneiras que você imaginou acordar naquela manhã — muitas envolvendo posições vergonhas, estranhas e descadeiradas — você jamais imaginou que acordaria no meio de dois urso.

Quando os primeiros raios de sol adentraram o quarto e correram rápidos e ágeis até chegar no seu rosto, você despertou. De maneira bem lerda, mas aos poucos compreendendo que estava quente demais para estar envolta por apenas um cobertor. Se mexeu, resmungando com o peso que parecia se agarrar ao seu corpo e te puxar ainda mais pra baixo da coberta.

Quando tentou mexer o braço, ouviu um grunhido, e foi aí que você despertou de verdade.

Abriu os olhos devagar, com medo de se mexer e provocar mais um grunhido do que quer que te segurava, e se deparou com uma cabeleira loira, que só de ver as pontas duplas e pontudas você já sabia de quem era.

Teu coração acelerou, e foi como se você tivesse levado um balde de água fria quando sentiu ser espremida nas costas e os braços que antes prendiam os seus, se alojarem na sua cintura, te trazendo pra mais perto.

— Mas que porr-

— Sem drama. - Katsuki pronunciou, baixo e rouco pra não acordar Eijirou, que ainda estava no décimo sono. — Ele quis que você dormisse aqui.

Você o encarou incrédula, esticando o braço e coçando o olho pra se livrar das remelas e da constante vontade de gritar.

— E por que você concordou com isso? - sibilou, suspirando alto quando ele se virou pra você.

— Porque eu também quis que você dormisse aqui.

Não, aquilo não era normal.

Ser arrastada pra cama enorme de casal com o casal nela enquanto estava praticamente morta para o mundo, passava longe de ser normal.

Só que você não estava afim de discutir isso com ele, por isso optou por tentar sair dali.

— Preciso ir no banheiro, dá licença. - sussurrou.

— Não. - sussurrou de volta, e fechando os olhos.

— Como assim "não"?! - você gritou baixinho, e Katsuki sentiu genuína vontade de rir. — Eu vou acabar mijando na sua cama, hein.

— Shiu, cala a boca e volta a dormir pirralha. - e passou o braço dele no seu quadril, abraçando também o quadril de Eijirou, que pressionou ainda mais em você com o toque.

Parecia que você era um ursinho de pelúcia pela forma que ele te apertava.

— Mas velhote eu preciso-

— Você não precisa nada, volta a dormir.

Bufando você se aquietou, fechando os olhos e ficando emburrada. Katsuki abriu um olho, e não conseguiu prender a risada com o biquinho que você fazia.

O que te irritou ainda mais.

— Velhote de merda.

— Olha a boca pirralha. 





Você não percebeu quando dormiu de novo, só que dessa vez parecia que você tinha ainda mais espaço, o que não foi nenhum pouco ruim. Isso é, até em uma das suas muitas viradas você topar em um outro corpo.

Que assim que te sentiu te prendeu de novo.

Resmungando, você tentou se soltar, apenas pra ouvir um ronronar e ser ainda mais apertada por braços que pareciam grandes demais e uma perna enorme que se sobrepunha a sua.

Você abriu os olhos, se assustando quando entre o borrão de seus olhos e sua consciência que aos poucos despertava, visualizou perfeitamente fios vermelhos na sua cara. Fios esses que, você tinha absoluta certeza, não eram os da sua cabeça.

Tentou sair de baixo dele o mais suave possível, mas parecia que Eijirou previa o que você tentava fazer já que toda vez te apertava mais e soltava um grunhido.

Choramingando impaciente, você tentou sair de novo, mas mais uma vez ele não deixou.

— Deus, eu só queria ir no banheiro. - resmungou, ouvindo uma risadinha logo após que arrepiou seu corpo todinho.

— Tá tendo um tempo difícil aí, princesa? - sua respiração ficou presa com a voz tão rouca perto de você.

— Sim. - disse, em um fio de voz. — Eu quero muito mijar.

Eijirou permaneceu parado por um tempo, te fazendo crer que havia voltado a dormir, até deixar um cheiro longo e gostoso na base do seu pescoço antes de se afastar do seu corpo.

Você foi mais que as pressas pro banheiro, mas seu coração batia rápido demais pra quem queria simplesmente fazer xixi. Palpitando e se sentindo ansiosa, você saiu do banheiro após lavar as mãos e jogar uma água no rosto, dando de cara com um Eijirou se espreguiçando.

Era incrível como ele era grande, e como mesmo com um cobertor cobrindo a parte inferior de seu corpo, ainda era possível ver seu volume natural.

— Bom dia princesa. - disse, sorrindo quando antes de passar por você deixou um selinho na sua testa. — Hoje vai ser um dia bom.

Você ainda não tinha certeza, mas sentia que sim.





— Então é isso que você faz no seu tempo livre? - perguntou, meio ofegante porque aquela era segunda subida que vocês faziam e suas pernas não aguentavam mais. — Escala montanhas?

— Isso não é uma montanha, bebê. - riu ele, virando pra olhar você e percebendo só então o quanto você parecia cansada. — Mas sim, gosto de estar em contato com a natureza em meu tempo livre. - respondeu, pegando você no colo sem antes mesmo perguntar.

— Ei! Eu posso andar!

— Nesse ritmo nunca chegaremos a tempo de ver o pôr do sol, princesa.

Eijirou havia proposto pouco antes de descerem para tomar o café da manhã, que fizessem um piquenique por volta das 17h00, fim de tarde. Você não se opôs, apesar de ainda estar receosa de ficar muito tempo perto do alfa dominante sem Katsuki.

Ele foi gentil, te emprestou algumas roupas, e garantiu que faria você se sentir tão confortável com ele quanto se sentia com Katsuki. Mas acontece que Eijirou era grande, e carinhoso. Muito carinhoso, e pra quem nunca teve muito disso na vida, era intimidador demais.

Que nem agora, ele carregava você como se fosse apenas um bebezinho. Como se não pesasse nada. E porra, você sabia que pesava alguma coisa.

Estar tão perto dele, respirando o cheiro e visualizando as mais finas marcas de seu rosto, assim como seu pescoço, te faziam se sentir pequena, intrusa. Quando ele te colocou na grama então, em cima da grande e fina toalha, recheada do que você considerou ser o mais grande banquete, seu coração disparou.

Você percebeu ali, que Eijirou era tudo o que o seu eu de dezesseis anos mais queria na vida. Alguém que poderia te tirar do terror que vivia, e te trataria exatamente como ele te chamava, uma princesa.

— Lindo, não acha? - sorriu, se referindo ao pôr do sol.

— Sim...é muito lindo. - mas você não se referia ao pôr do sol.

E se sentiu péssima por isso.

~.~

eu ainda tô viva mas parem de me encher o saco
eu nn desisti da fic, só q eu trabalho né

𝐌𝐀𝐓𝐄𝐒, 𝐚 𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚 𝐧 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨 𝐬𝐭𝐨𝐫𝐲 (𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄)Onde histórias criam vida. Descubra agora