2.2

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— Já descobriram onde Chibe esteve a última vez? - perguntou para uns dos capangas enquanto se dirigia a passos rápidos a sala de reunião.

— Sim senhor. Chibe foi visto pela última vez em um avião sem código de identificação e sem destino aparente. - Ojiro reportou ao alfa. — Tentamos rastrear pelas linhas aéreas, mas não conseguimos nada chefe.

— Procurem mais! Vocês precisam me trazer porra de uma informação útil quanto aquele merda o quanto antes, entendeu? - mirou o loiro com olhos brilhando carmesim e o deixando assustado.

— Sim chefe!

— E os capangas dele? Viu se carregavam...alguma bagagem a mais? - perguntou, engolindo o nó seco que se formou em sua garganta.

— Não senhor, somente ele e o Todoroki beta embarcaram no avião. – Katsuki parou, mão na maçaneta da porta da sala de reunião e mente voando com possibilidades.

— Eles devem estar mantendo ela no complexo deles então. – murmurou mais para si mesmo do que para Ojiro que ainda o observava. — Puta merda! – rosnou com raiva e entrou na sala, fazendo com os que já estavam lá dentro se calassem com a maneira abrupta que o alfa chegou. — Certo crianças, temos trabalho a fazer. – proferiu, deixando a pasta com todas as informações do clã Ohkra deslizar pela longa mesa de madeira maciça. — Roubaram minha mulher, e eu a quero de volta.

Denki, todo machucado e utilizando o corpo de Sero como apoio, suspirou audivelmente.

— E lá vamos nós, passar por tudo aquilo de novo...








Sentiu o pano molhado com água morna passear por seu corpo. Assim como a ardência nos ferimentos quando algum tipo de remédio foi aplicado neles. E com toda certeza sentiu a dor de ter alguns de seus cortes suturados sem nenhum tipo de anestesia.

O que pra falar a verdade você preferia. Foi drogada inúmeras vezes pelo verme desgraçado antes de apagar completamente e se lembrar somente do rosto daqueles que você queria estar nos braços agora.

O pensamento fez com que uma lágrima teimosa caísse, mas logo sentiu um dedo quente a limpar de sua bochecha.

Não abriu os olhos, patinando entre a consciência e a inconsciência, entrando no mundo dos sonhos bons e caindo no mundo dos pesadelos, que agora se fazia como realidade para você.

Se retesou por completo quando sentiu o pano passar por entre suas pernas, tensionando com a sensibilidade e dor. Mais lágrimas caíram.

— Shh, tá tudo bem. – ouviu a voz rouca, respirando fundo quando percebeu não ser Bongo. — Acredite princesa, eu mesmo gostaria de estar dando uma surra naquele verme por ter feito isso com você.

Arrepios subiram por seu corpo quando reconheceu a voz. A mesma voz que sussurrou no seu ouvido antes de ter sido tirada deles.

— Então, por que deixou que isso acontecesse comigo? – perguntou em meio a um murmúrio, abrindo os olhos com certa dificuldade.

Dabi mordeu o maxilar. É, por que eu não fiz nada? Por que deixei ela com o pedaço de bosta quando eu já sabia o que ia acontecer?

Ah é, ordens.

— É complicado. – suspirou, não te olhando nos olhos quando se ergueu minimamente para visualizá-lo entre suas pernas, ainda te limpando.

O observou por longos segundos, esperando ver algo no olhar turquesa que denunciasse as maldades que ele muito provavelmente gostaria de fazer com você, mas se surpreendeu quando não encontrou nenhuma.

— Sempre é. – retrucou seca, sem desviar o olhar dele.

O alfa ergueu os olhos da sua buceta, pensando internamente que deveria chamar um médico para que exames fossem feitos em você. Conseguiria isso assim que fizesse você dormir, depois de hidratada e alimentada.

Só pelo o que ele conseguiu ver de fora, o estrago havia sido grande.

— Está com sede? - perguntou, se levantando e levando o pano sujo de sangue e fluidos para dentro do que você supôs ser o banheiro.

Com a pergunta mágica, sentiu sua garganta completamente seca, e implorando por alívio. Dolorida também, já que a buceta não foi o único buraco que ele usou e abusou por horas.

— Sim. – não desviando o olhar dele um minuto, o vendo despejar o líquido transparente em um copo igualmente cristalino na sua frente, se aproximando da cama. Se apoiou nos cotovelos com intenção de pegar o copo para beber a água, o que te custou sibilos abandonando sua boca pela dor que o simples movimento de causou.

Mas Dabi desviou de sua mão, aproximando ele o copo de sua boca.

Estranhando mas fraca demais para fazer ou falar alguma coisa, você aceitou, bebendo afoita em grandes goles.

— Devagar. – mandou em voz baixa, te arrepiando quando percebeu ser um comando. Abaixou os olhos, não querendo encará-lo enquanto se submetia ao que era ordenado, e bebendo mais devagar. Não precisou pedir mais, ele mesmo já estava enchendo o copo novamente. — Isso...quer mais?

— Não. – lambendo os beiço e se sentindo minimamente melhor. Até ouvir batidas na porta e seu corpo tensionar por inteiro de novo.

— Espere um momento. – disse pra você, deixando o copo e a jarra de água em cima da cômoda perto da cama em que você estava deitada em cima, e indo atender a porta. Pôde ouvi-lo trocando algumas palavras com quem quer que fosse e o bater da porta quando a pessoa foi embora. Seus olhos e estômago se alegraram quando viu a bandeja cheia que ele trazia. — Imagino que esteja com fome. – comentou, ainda que soubesse sim que você deveria estar faminta.

Ficou longe de você por mais de dois dias, só deus sabe as coisas que você passou sem ter tido o direito mínimo de se recuperar.

Dabi deixou a bandeja em cima da cama, sentando do seu lado e te ajudando a se sentar e encostar na cabeceira. Todo o processo te deixou com vontade de morrer. Cada movimento sendo um sal jogado nas feridas recentes, e um lembrete eterno de toda merda que aconteceu.

Sem se preocupar em quão desesperada estava, foi praticamente engolindo tudo o que ele te dava — sim, ele também estava te dando comida na boca — recebendo mais uma vez um olhar desaprovador e um breve grunhido. Som esse que te arrepiou mais uma vez e botou sua beta interior em alerta total.

— Você precisa ficar tão perto? - resmungou bicuda, o sono batendo de novo agora que estava de barriga cheia.

— Sim. – Dabi respondendo sorrindo minimamente, deixando a bandeja na cômoda, do lado da jarra de água e o copo, e te ajeitando melhor na cama para que pudesse dormir e logo em seguida indo se deitar também. — Agora dorme, para curar todas essas feridas seu corpo precisa estar bem e descansado. – o tom de voz calmo e tranquilo, quase te fazendo duvidar se essa era a pessoa que te deu uma agulhada no pescoço e te levou pra longe dos seus alfas. — Quando você acordar um médico vai te examinar.

— Não sabia que prisioneiros tinham esse tipo de privilégio. – disse, mas sem a mesma mordida na voz de quando falara no início. O sono te deixava grogue e quando menos percebeu caiu em um mundo sem sonhos e sem pesadelos, apenas um limbo necessário.

— Eu trato minhas prisioneiras diferente. – foi o que respondeu depois que sentiu seu corpo relaxar e se entregar ao sono. — E você amor, eu vou tratar melhor ainda.

~.~

esse dabi 🫦🫦🫦

não revisei então se tiver algum erro ignorem

𝐌𝐀𝐓𝐄𝐒, 𝐚 𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚 𝐧 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨 𝐬𝐭𝐨𝐫𝐲 (𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄)Onde histórias criam vida. Descubra agora