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— Bota ele ali. - indicou, apressando os passos junto de Roy para poder finalmente jogar o loiro no sofá pequeno do seu apartamento. Respiraram aliviados quando se livraram do peso. — Arruma ele, eu vou pegar o kit de primeiros socorros. - disse, tirando o salto dos pés à base de chutes, refazendo o caminho apenas para fechar a porta da entrada, que estava toda escancarada por sinal. 

— Tá. - murmurou, arrastando o corpo do loiro até ele estar com a cabeça deitada por cima das duas únicas almofadas que você tinha de barriga para cima, e seus pés apoiados no braço do sofá, pra fora já que o corpo era grande demais para sequer cabê-lo. — Cara, é incrível ele ainda estar respirando. - comenta alto, passando os olhos por todo o corpo do alfa. 

— Vai tirando a roupa dele pra mim! - exclamou do banheiro, recolhendo tudo o que precisaria para fazer os curativos. 

— Eu não sei porque, mas isso soou bem estranho. - murmurou o ruivo, fazendo o que você mandou. 

Pouco a pouco a pele dourada foi sendo descoberta, e uma pilha de músculos sórdidos e desenhos pretos foram sendo vistos por Roy, e por você, que acaba de descer o único degrau que separava seu quarto e sua cozinha da sala. 

Uma sobrancelha sua se ergueu quando viu as tatuagens, mas não se permitiu pensar muito sobre, tinha que salvar a vida dele. 

— Ok, me dê espaço. - disse, empurrando Roy do caminho com o quadril e se ajoelhando ao lado do corpo grande no chão. Prendeu o cabelo com a xuxinha preta que havia trazido do quarto no pulso, afastando qualquer fio rebelde pra longe do teu rosto. — Esquenta água pra mim? - pediu, molhando uma gaze com soro e passando pelo peito e barriga do alfa — ainda — desacordado. 

— Vai fazer um compressa de água pra ele? 

— Não idiota, é pro meu café. - resmungou, dando uma olhada nos ferimentos e rodando a tampa da vodka em sua mão pra fora. É, além do kit de primeiros socorros você também trouxe uma bebida com você. Ela seria útil apesar de tudo. 

— Credo grossa. - resmungou de volta o ruivo, passando por você bem na hora em que despejava a bebida alcoólica nos ferimentos do alfa, tomando um susto quando o loiro sobressaltou e sibilou com a dor. — Eita porra! - ralhou, em dois pulos indo para a cozinha. 

— Olha, ele acordou. - murmurou divertida, secando o excesso de bebida do corpo dele e encarando-lhe o rosto, esperando por mais alguma reação. Mas o homem apenas revirou os olhos e voltou a apagar, te desanimando por completo. — E voltou a dormir. 

— Quase morri do coração agora. - dramatizou o outro, te fazendo revirar os olhos em irritação. 

— Já colocou a água pra ferver? 

— Já! 

— Então me ajuda aqui caralho!

— Você vai deixar ele aí? Dormindo no seu sofá? Há pouquíssimos metros do seu quarto? Da sua cama, onde você dorme?! - suspirou, se apoiando ainda mais na porta. 

— Tem alguma sugestão melhor Gasparzinho? - perguntou, cansada, e sem deixar de encarar os olhos azuis escuro, quase da cor do mar, de Roy. 

— Não tem medo de que ele acorde no meio da noite e tente te matar? - o ruivo parecia verdadeiramente temeroso por você, vigiando por cima dos seus ombros vez ou outra só para ter certeza de que o desacordado continuava desacordado. 

— Duvido que ele acorde hoje, e duvido mais ainda que ele tente fazer algo contra mim. Ele pode ser um alfa, mas está extremamente ferido e a base de um coquetel de remédios que eu enfiei goela abaixo nele, não tem como ele me machucar. - disse exasperada. 

𝐌𝐀𝐓𝐄𝐒, 𝐚 𝐊𝐢𝐫𝐢𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚 𝐧 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨 𝐬𝐭𝐨𝐫𝐲 (𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄)Onde histórias criam vida. Descubra agora