Capítulo 18

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- Sério, amor? -- Fiquei sem reação. Eu estou confusa, não estou entendendo o que estou sentindo, ainda estou assimilando o que rolou comigo e Bill e... Nossa! Meu coração está querendo pular para fora do peito.
"Não parece que você ficou feliz, Ailyn."
- Eu fiquei, só estou surpresa! Eu adorei amor.
"Que bom! Preciso desligar agora, tenho que resolver umas coisas na empresa. Te amo muito minha vida!"
- Tudo bem, eu também preciso falar com minha mãe. -- Menti sem graça. - Até mais! -- Desliguei. Percebi que Bill ainda estava no chuveiro e me deitei na cama para relaxar um pouco, pensar em o que vou fazer, como resolver essa merda gigante que eu causei.

Em um susto me acordei. Eu dormi esperando Bill sair do banho, por quanto tempo será? Billie me cobriu e não estava no quarto comigo.
Levantei e tentei colocar o pé no chão, ainda doía bastante, mas mancando eu conseguia caminhar devagar.
Me apoiando no corrimão da escada fui descendo com cuidado.
- Oi. -- Falei baixinho me aproximando do sofá onde Bill estava. Ele se assustou e rapidamente passou as mãos no rosto, parece estar chorando.
- Hey, por que não me chamou? É perigoso você descer sozinha. -- Ele sorriu me puxando para perto.
- Quer conversar sobre isso? -- Acariciei seu rosto secando suas lágrimas que tentou esconder. Ele sorriu fraco baixando o olhar.
- Hoje deveria ser um dia feliz... -- Bill falou baixinho.
- E não está sendo?
- Não 100%. -- Ele parecia bem triste.
- E por que não? -- Segurei suas mãos em menção de apoio.
- Eu estou tentando manter minha cabeça no lugar, mas perder o Fredrik assim tão de repente fudeu tudo. Eu sinto que poderia ter feito mais por ele, poderia ter dito não todas as vezes que ele foi até meu escritório na empresa e me pediu dinheiro. Eu sabia pra que ele o queria, mas fingia não saber. Eu só queria mantê-lo por perto, eu sabia que se não desse o dinheiro para ele, Fred iria procurar outras formas de conseguir suas drogas e as chances de ele sair de casa eram enormes. Por que eu não fui mais firme com ele? Por que fui tão fraco e o deixei terminar assim? -- Ele não aguentou e chorou. Foi umas das primeiras vezes que vi Bill tão vulnerável e sensível como hoje.
- Calma, vem cá. -- O puxei para meus braços e o apertei em mim o mais forte que pude. Billie deixava as lágrimas rolarem pelo seu rosto sem vergonha alguma. Parecia que guardava aquela dor há muito tempo e hoje explodiu a demonstrando.
- Fredrik está morto por culpa minha... -- Ele soluçava.
- Não, Billie. Não foi sua culpa. Só ele tinha a opção em querer mudar. Pensa comigo, você não dar o dinheiro para ele, faria Fred não dar outro jeito em conseguir as drogas?
- Acho que não. Ele faria dívidas com quem ele comprava e iria usar igual.
- Então, você sabe que não foi sua culpa. Nem sua, nem do seu pai, nem de minha mãe, nem dos seus irmãos. Apenas ele deveria querer parar. Seu desejo era genuíno em tê-lo por perto.
- Era como se eu soubesse que não teríamos muito tempo juntos e qualquer minuto era precioso. -- Ele ainda chorava em meu colo enquanto eu acariciava seus cabelos.
- Eu te entendo, Bill. -- Sussurrei.

Consegui depois de um tempo tranquiliza-lo e mudar seus pensamentos. Subimos para seu quarto e começamos a relembrar coisas da escola e da universidade, rimos muito das histórias.
- Está com carinha de sono. -- Falei debruçada sobre seu peito.
- Estou um pouco.
- Vamos dormir? -- Perguntei tocando seus lábios com meu dedo indicador.
- Vamos! -- Ele me puxou e me beijou delicadamente.
Estar com Bill me fazia sentir diferente, aquele misto de amor e ódio que tínhamos um pelo outro junto de desejo de algo proibido era excitante e eu gostava disso.
Acabamos que dormimos em sua cama abraçados, fazia frio a noite e ficar perto foi a melhor opção e a mais gostosa também.

- Ailyn? Bill? Cadê vocês?

- Ailyn? Bill? Cadê vocês?

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