Capítulo 12

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- Estamos no meio de um inverno bem rigoroso por aqui e entramos nas semanas de tempestades de neve. A defesa civil recomenda não sair de casa nos dias a frente e outra que é praticamente impossível.
Assim como a neve cobriu nossas janelas, cobriu as portas, carros e inclusive estradas com alguns bons centímetros. Devemos ficar aqui, caso não queira morrer congelada ou caindo em algum buraco coberto de neve pelas ruas.
- Nossa, desde quando isso acontece assim tão forte?
- Anda rolando um tal de aquecimento global, talvez já tenha ouvido falar, falaram que é isso. -- Ele deu de ombros irônico.
- Estamos presos aqui? -- Perguntei incrédula.
- Aham. É o que parece.
- Que merda! Presa com você? -- Coloquei as mãos na cabeça apavorada.
- Então, você não era exatamente a pessoa com quem eu gostaria de ficar preso por dias, preferia alguém mais divertido ou interessante, menos ranzinza ou que falasse menos, mas é o que a casa oferece no momento, tenho que aceitar.
- Nossa Bill, você é insuportável. -- Falei sentando na bancada da mesa.
- E você é muito legal de certo. Olha lá a Ailyn, a garota mais cativante do mundo! -- Ele virou os olhos bufando.
- Aprendi com o melhor! -- Pisquei.
- Eu prefiro você bêbada, pelo menos fica mais sociável, sabia?
- E eu prefiro você não existindo, assim teríamos um mundo melhor! -- Falei virando as costas e saindo da cozinha. Percebi que Bill vinha atrás.
- Por que me odeia tanto, Ailyn? Aliás, será que me odeia mesmo? Não foi o que concluí essa noite com você bêbada. -- Ele jogou na minha cara. Eu não poderia nem negar, lembro claramente do que fizemos na festa e das vezes que implorei que me beijasse no box.
- Por que você é você!
- Ou seria por que você me quer e não me tem? -- Ele se aproximou tentando me intimidar.
- Não tenho? Suas mãos não dizem o mesmo, já que adoraram passear pela minha bunda ontem. -- Bill ficou sem graça. - Acha que não lembro?
- Acha que faço isso só com você? Acha que não saio para festas e pego outras garotas? Seria apenas mais uma noite divertida que eu teria. -- Ele sabia jogar baixo, sabia machucar com as palavras.
- Olha Bill, minha cabeça está explodido, meu estômago revirado, meu humor lá embaixo. Não vou ficar aqui discutindo com você. Vou para meu quarto...
- Todo vomitado? -- Ele me lembrou. Droga!
- Essa casa é grande o suficiente para nem nos esbarrarmos durante esses dias presos aqui. Então, me esquece Bill. -- Bufei indo em direção as escadas.
- Você é ridícula, Ailyn.
- E você é pior ainda, pois não tem outra linguagem a não ser a agressiva, a que machuca e magoa todos a sua volta. Poderia ser melhor que isso Bill, você tem capacidade. -- Baixei a cabeça e fui subindo devagar.
- Talvez você não mereça o meu melhor...
- É, talvez mesmo! -- Dei de ombros. Aquela discussão toda me deixou enjoada e tonta, eu ainda não estava totalmente recuperada da bebedeira de ontem, comecei a sentir tudo escurecendo na minha volta e tive uma vertigem muito forte. Quando me dei por conta, havia tropeçado em um dos degraus virando feio meu pé e caindo de volta para trás.

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Um De Nós Está MentindoOnde histórias criam vida. Descubra agora