Um De Nós Está Mentindo

Capítulo 23

James me olhou assustado e eu estava mais ainda, o que foi que fiz? No mesmo momento que contei já me arrependi. Droga, que merda eu fiz?
- Fala algo, Jimmy. -- Implorei com os olhos lotados de lágrimas.
- Não tenho nada que falar. Me deixa sozinho por um tempo. Preciso assimilar o que você me disse.
- O que? Como assim? Precisamos conversar! -- A calma de James me irritava.
- Conversar o que? Acha que quero saber como foi? Acha que quero saber quantas vezes? Ou se foi na sua cama ou na dele? O principal você me falou e isso já é o suficiente para ruir tudo que construimos. -- Ele foi seco e saiu da mesa. Fui atrás dele.
- Jimmy, foi um momento de bebedeira, de insanidade, eu estou tão arrependida. Jamais deveria ter me deixado levar. -- Falei envergonhada.
- Pelo visto o ódio de vocês realmente nunca existiu.
- É claro que sim. Já falei, eu bebi e não pensei em nada no momento... -- que merda.
- Eu sempre te amei, te respeitei, te priorizei em minha vida. Enquanto eu estava animado marcando nosso casamento, você estava lá na cama de Bill, segundo você, o cara mais asqueroso que já havia conhecido. Tem coisas que não dá pra explicar, devemos apenas admitir e ponto! -- James era calmo nas palavras e usava sempre um tom baixo para falar, nunca o vi se exaltar. Mas ele era mestre em te colocar no seu lugar apenas com essa tranquilidade.
- Me perdoa, amor. -- Chorei.
- Desculpa, mas não consigo ficar mais aqui hoje. Vou embora. -- Jimmy pegou suas coisas e foi. Eu não podia fazer nada, eu nem tinha o direito de fazê-lo ficar aqui. Magoei a pessoa que nunca mereceu isso, fui ridícula, egoísta e leviana.

Uma semana depois...
Eu já estou totalmente conformada de que James e eu realmente havíamos terminado, pois desde a fatídica noite ele nunca mais falou comigo e muito menos atendeu minhas ligações ou respondeu minhas mensagens.
- Lyn, me responde uma coisa. -- Nicholas sentou-se ao meu lado no sofá que eu já estava atirada há dois dias.
- Fala.
- Transar com o Bill foi bom? -- Ele perguntou me fazendo olhar para ele franzindo a testa.
- O que?
- Sério, não estou perguntando da performance dele nem nada, pergunto sobre sentimentos. Você se sentiu bem? Foi legal essa reaproximação depois de tanto tempo se odiando?
- Isso foi! -- Não poderia negar que eu estava apaixonada por Bill.
- E James? Acabou mesmo? -- Ele perguntou.
- Ele me bloqueou da vida dele. Desde aquele dia que contei, ele sumiu, fui até sua casa uns dias depois, mas ele não quis me ver, com toda razão. -- Falei triste. Pois ainda o amava.
- Então o que te falta para ir atrás do Billie? Por que não investe nele? Você já gastou todas suas fichas no James e as perdeu. Você não tem nada a perder em ir atrás de Bill. Eu vi que ele passou a semana toda te ligando, mandando mensagem, estando do seu lado nessa grande merda que vocês dois fizeram. Ele gosta mesmo de você, Lyn. -- Nick me fez pensar de uma forma da qual ainda não havia pensado. Será mesmo que devo investir em Bill?

Duas semanas depois...
Não acredito que Nicholas me convenceu em ir até a Suécia atrás de Bill de surpresa. Quase um mês depois de James e eu ter terminado, eu e Billie só nos reaproximamos mais ainda, nos falamos todos os dias e eu não conseguia mais parar de pensar nele. Era recíproco esse sentimento e hoje tomei a decisão de voltar até a Suécia e fazer uma surpresa para Bill. Estou ansiosa para reencontrá-lo.
Fazia frio e nevava, o que era praticamente normal nos meses de inverno no país. Logo que saí do aeroporto de táxi recebi uma mensagem de James.
"Esse tempo que ficamos longe, me fez pensar muito. Quero te ver e resolver tudo, ainda te amo e estou aberto para reatar nosso noivado. Por favor, me liga de volta, amor."
Apenas li e o ignorei, James me deixou sem resposta por todo esse tempo e não seria agora que resolvi minha vida que vou dar essa chance para ele novamente. Eu e Bill estávamos muito apaixonados e iríamos enfim ficar juntos.
Cheguei em frente ao prédio onde Billie mora e entrei, conversei na portaria e pedi que não me anunciassem, que será uma surpresa.
O porteiro me confirmou que Billie estava em casa, então subi até o 10° andar ao seu encontro. Eu estou ansiosa e animada para ver sua reação em me ver aqui.
Abri sua porta de forma bem silenciosa, a chave peguei na casa da mãe da última vez que tive aqui, ele nem sabe que tenho ela.
Entrei e ouvi alguns barulhos no andar de cima, Billie mora em um duplex no centro de Estocolmo. Subi as escadas devagar e sem fazer nenhum barulho, escutei risadas baixinhas e movimentação, fui indo em direção ao quarto e quando chego na porta que estava aberta vejo uma garota em cima de Bill, os dois transavam.
- Ailyn? -- Bill se assustou quando me viu.