Eles sacrificariam o amor verdadeiro pelas suas carreiras sem pestanejar. Mas toda escolha tem uma consequência.
Após um acontecimento crucial em sua vida, um dia do qual não se lembra, ele se torna um jovem ator em ascensão, cercado de prêmios e f...
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*Considere o que está escrito assimno texto como se as palavras estivessem riscadas :) *
11/06 - Ela
Desligo as luzes da cozinha e volto para a sala andando na ponta dos pés, tentando ocultar minha presença o máximo possível. Estou começando a abrir a porta do meu quarto quando o ranger da maçaneta ecoa pelo cômodo, denunciando minha localização. Droga.
Há um pequeno click e se acende a luz débil e amarelada do abajur velho ao lado do sofá. A voz surge ameaçadora e maternal:
— Aonde você pensa que vai?
Quando a encontro, acabo dando um pulinho de susto. Amanda está ao mesmo tempo fantasmagórica e cômica, trazendo no rosto uma expressão carrancuda e nas mãos um enorme balde de pipoca caramelada com M&M's.
Engulo em seco, dividida entre o medo e a risada.
— Hmm... para a minha cama? — Aponto em direção ao quarto.
Ela ri.
— Sabe, Clara... — diz entre mastigadas. — Fugir dos seus problemas não vai resolver nada.
— M-mas eu não estou fugindo dos...
— Você está fugindo da verdade. — Ela pega o controle e liga a televisão, a chamada para o The Tonight Show passando na tela, exibindo Jim Fellon com seu habitual sorriso engessado.
— Ahhhh, não, não, não, não. Eu sei muito bem quais as suas verdadeiras intenções aqui, Amanda, e vou repetir o que falei de manhã: não verei a entrevista dele com você. — Cruzo os braços. — Eu. Me. Recuso.
— Por que não? O Thiti com certeza vai falar de você!
— Exatamente! Você acha que eu quero ver a minha cara num programa de TV sendo exibido para milhares de pessoas?
— Milhões, na verdade.
Sinto meu estômago se revirar.
— Amanda, você não está ajudando.
— Bom, eu quero ver a sua cara num programa de TV sendo exibido para uma porrada de gente. — Ela se esparrama no sofá e enfia na boca um punhado de flocos de pipoca.
— Pois faça bom proveito. — Resoluta, dou meia-volta a caminho do meu quarto.
— Voooocê vai se arrependeeeer... — Amanda cantarola.
Eu paro e me viro para encará-la.
— Isso é uma ameaça?
Ela dá de ombros.
— Isso são os fatos, mulher.
— Boa noite, Amanda. — Reviro os olhos. — Eu vou dormir.
