25/08

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Música: I Don't Wanna Talk - Carter Vail

Sumidíssima por motivos de: tanto trabalho na vida real que o meu tempo livre tá se resumindo a cair na cama e dormir 🤡. Mas, como eu sempre disse aqui, tenho capítulo demais lá no doc para abandonar a fic, então cá estou eu!
Já avisando que: (muito) provavelmente o próximo cap. vai demorar para sair também. Bota aí expectativa de um mês, gente. 🙃 O cap. em si tá pronto, mas é looongo, e eu levo muitas, muitas horas na revisão para garantir que esteja tudo certinho pra ser postado!
Enfim, a quem continua acompanhando, muito, muito obrigada por ler, de verdade!! 💖 Daqui pra frente as coisas só vão melhorar hehehe (e meio que piorar também, em certos aspectos, mas enfim, vamo focar no lado positivo!).

25/08 - Ele

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25/08 - Ele

— E... corta! — Louis anuncia.

O barulho seco da claquete ecoa nos meus ouvidos, e sinto Anja descontrair os ombros ao meu lado. Há uma gotícula de suor nascendo em sua testa, e ela respira fundo. Solta o ar pela boca em lufadas curtas e trêmulas.

— Ei... — Apoio a mão gentilmente em seu ombro. — Você está indo bem, relaxa.

— Deus, eu não esperava que fosse me sentir tão nervosa assim...

— É normal, Anja. Eu também estou nervoso, pode apostar.

— É como se houvesse toda essa pressão para acertar a cena logo de primeira e...

As palavras dela se perdem em meio ao burburinho do set. Ao nosso redor, três membros da equipe de iluminação estão ajustando o ângulo das luzes enquanto outros certificam-se de que os livros na estante atrás de nós permanecem na mesma ordem. Uma das maquiadoras aproxima-se de Anja, aplicando um pó para tirar o brilho de sua testa. Surgindo dos fundos do set, o cabeleireiro para ao meu lado para assentar alguns fios rebeldes do meu cabelo. Mantenho o corpo o mais imóvel possível para não atrapalhá-lo, fixando o olhar à minha frente.

Encontro os olhos dela já nos meus. Sentada na cadeira reservada aos roteiristas, com um calhamaço de folhas no colo, Clara me observa. Seu rosto carrega a mesma expressão dos últimos dias — uma indiferença profissional. Não há em suas pupilas vestígio algum de irritação ou desapontamento ou mesmo ódio. Ela olha para mim como se minha face estivesse moldada às paredes, como se meu corpo se fundisse ao sofá. Olha para mim como se eu fosse translúcido. Olha para mim como se eu fosse um completo desconhecido.

Encaro-a de volta. Eu poderia quase desejar que ela demonstrasse algum tipo de raiva em relação a mim. Qualquer reação, até mesmo a mais negativa, seria melhor do que reação nenhuma. Qualquer lampejo de antipatia seria mais agradável do que me deparar com aqueles olhos vazios.

Eu pensava que, se ela mostrasse o quanto me odiava após o desastre da semana passada, talvez eu conseguisse odiá-la também. Mas não encontro nada em mim a não ser uma mágoa tépida imersa no fundo do estômago. Mágoa por conta das palavras dela, de suas acusações injustas. E, ao mesmo tempo... há ainda um senso estranho de urgência para suturar o que nem tenho certeza se é reparável. Uma urgência equivocada, decido por mim mesmo. Porque, se alguém aqui deveria consertar alguma coisa e pedir desculpas, esse alguém não seria eu. Não é o meu papel, e me recuso a carregar essa responsabilidade quando não fiz nada de errado.

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⏰ Última atualização: Jun 08, 2023 ⏰

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