Eles sacrificariam o amor verdadeiro pelas suas carreiras sem pestanejar. Mas toda escolha tem uma consequência.
Após um acontecimento crucial em sua vida, um dia do qual não se lembra, ele se torna um jovem ator em ascensão, cercado de prêmios e f...
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14/08 - Ele
O sol ilumina os rostos de Anja e Feuer enquanto eles dão mais uma garfada nas suas salsichas de frango. Sobre a nossa mesa, há um grande prato de batatas assadas com azeite, bacon e alho, além de uma porção de Coca-Colas geladas. Ao meu lado, Sage está agitando o canudinho azul na sua bebida distraidamente, os cubos de gelo movendo-se contra o copo de vidro. A cidade parece respirar à nossa volta, viva e dinâmica. As mesas ao redor estão lotadas, o restaurante que escolhemos para o almoço fervilhando com todas as conversas e risadas paralelas que mesclam-se numa barulheira indistinta.
O celular de Sage vibra no seu colo, e ela o agarra no mesmo instante, olhos grudados à tela, dedos digitando numa rapidez olímpica. Um comportamento suspeito, observo com curiosidade. Ela não costuma responder a ninguém com tanto entusiasmo e loquacidade. Aproximando-me de sua cadeira, tento ler por sobre seu ombro o conteúdo das mensagens.
Quando vejo o nome do remetente, um sorriso exultante espalha-se pelo meu rosto.
— AHÁ!
Sage dá um pulinho de susto assim que me ouve.
— Sabia! Eu sabia que vocês estavam se pegando! Nunca me enganaram, vocês dois e as suas conversinhas sacanas no privado...
Ela arregala os olhos e bloqueia a tela do celular imediatamente.
— Tarde demais, Sage, já vi todo o esquema. Diga ao Tom que é cedo demais aqui para ele mandar nu...
— Cale a boca — ela diz entre dentes, olhando de relance para Anja e Feuer.
— É por isso que ele quase não manda mensagem para mim... Afinal, eu não sou você.
Desde aquela troca estranha de mensagens entre ele e eu — um dia que agora me parece tão distante que é quase como se tivesse acontecido só na minha cabeça —, Tom quase não fala comigo. E, nas raras ocasiões em que se lembra da minha existência, age como se tudo estivesse normal entre nós. Ao menos sua última mensagem, um casual "como estão as coisas por aí?", soara normal o bastante.
