Senhor William

Capítulo 10

SAMANTHA

Minha rotina continua a mesma, e sabendo que não poderei usar o perfume que ganhei de Megan, pois estou praticamente morando no apartamento do senhor William, o loft é uma extensão de seu apartamento. Dei o perfume à uma das garotas da casa onde eu alugava o quarto antes de sair de lá, nota mental comprar um perfume que combine comigo. As férias de Victória terminam em uma semana, e estamos combinando um dia de meninas em um salão que ela conhece.

Hoje é minha folga então vou ao shopping com Megan, estamos em uma loja e ela prova algumas peças, vejo uma sapatilha linda, ela é bem simples e ficou muito bonita em mim, Megan a retira das minhas mãos e diz que são lindas, que irá ficar com elas, tento ver com a vendedora se ela tem uma igual do mesmo número, pois realmente amei a tal sapatilha, é nesse momento que Megan dá um pití, ela esbraveja o quanto sou gorda e que não ficou boa em mim, e o quanto sinto inveja dela, fiquei tão envergonhada com a situação que não o vi chegar.

– Quem você pensa que é para tratar alguém assim? – Ele fala em um tom baixo, mas muito imponente.

– Não se meta! – Megan diz ainda irritada. Tentando amenizar a situação eu falo:

– Megan eu não vou levar, pare de escândalo as pessoas estão olhando.

– Estão olhando você né querida? Que não combina com essa loja, não sei porque insisto nessa amizade. – Ela fala enquanto me desdenha com o olhar.

– Sugiro que você se afaste dessa pessoa horrível. – Ele diz se dirigindo a mim. Nesse momento Megan dá uma de louca e vai para próximo dele estende sua mão e diz:

– Megan Vancartier, e você tem toda razão, vou me afastar dela. – Ela diz passando as mãos no terno dele na região do peito, que ele faz questão de tirá-las.

Meu peito se aperta com a cena, e vou saindo em direção a porta, eles continuam em uma discussão, mais parecem um casal e isso me faz sentir mal. Sem entender o que se passa comigo decido assistir um filme, vou para o cinema escolho um filme qualquer daqueles românticos com uma pitada de comédia.

Na fila da pipoca conheço karl, ele é uma graça e logo fizemos amizade, olhos castanhos, cabelos pretos, estrutura física comum, e apesar do nome americano, nota-se sua descendência hispânica. Vimos o filme juntos e trocávamos telefone na saída do cinema, quando sinto meu braço ser puxado.

– Estou te procurando há mais de uma hora. – Ele parece furioso.

– Senhor William, hoje é minha folga. – Falo enquanto puxo meu braço.

– Eu preciso da sua ajuda. – Ele diz, parece incomodado com algo. Me despeço de Karl, e consigo perceber a cara nada amigável do meu chefe, ele me diz que Victória logo faria aniversário, e ele gostaria de lhe dar um presente, mas que não está conseguindo escolher, o sigo até a joalheria onde ele quer comprar o presente, e os números são astronômicos, uma peça mais linda que a outra.

– Esse daqui é discreto e muito bonito, acredito que ela vai amar. – Falo mostrando uma correntinha em ouro branco com uma gota de diamante.

– Ótimo esse então, agora escolha algo que você goste.

– Não mesmo, muito obrigada, mas não.

Ele suspira parece tentar se conter, mas continuo firme. Ele vai até o mostruário, e pega uma peça linda que fingi não ver, pois foi a peça pela qual me apaixonei de cara, uma pulseira entremeada de ouro branco e rosê com pequenas gotas de brilhantes.

– Essa aqui ele entrega para a vendedora, eu tento me afastar, mas ele diz:

– Espere, preciso ir a outro lugar.

Ainda afastada espero ele terminar suas compras. Seguimos em silêncio até um restaurante, e lá jantamos, estou tão desconfortável que quase não consigo comer.

– Obrigada por me defender. – Tento disfarçar o meu constrangimento, pelo acontecido mais cedo na loja com Megan.

– Aquela mulher é louca, e não é sua amiga se afaste dela. – Ele fala olhando diretamente em meus olhos.

– Eu vou. – Falo desviando meu olhar do seu.

– Ótimo, isso é para você ele estende a caixa da joalheria.

– Não posso aceitar senhor William.

– Não só pode como vai.