Capítulo sem título 32

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NOAH

Estou prestes a entrar em uma reunião muito importante para empresa quando meu telefone toca.

– Alô. – Digo achando estranho Sam me ligar a essa hora.

– Oi, preciso que volte para casa. – Ela diz do outro lado da linha e parece aflita.

– Está tudo bem? – Pergunto já ficando aflito também.

– Eu estou bem, mas preciso de você aqui agora. – Ela desliga, e tenho certeza de que algo muito sério está acontecendo. Passo pela sala de Vic deixo os papeis da reunião com ela, pois sei que ela se sairá bem, explico que Sam me ligou e que preciso ir até ela com urgência, e corro para casa.

Ao abrir a porta da sala o impacto do que vi poderia facilmente se comparar a um tiro de arma de fogo, meu coração pareceu parar por alguns segundos, e retomou suas batidas de forma frenética, todo o meu corpo pareceu gelar, e em segundos ela estava colada a mim beijando minha boca, atônito a afasto, tentando me nortear, pois me sinto completamente perdido. Por outro lado, ela começa a chorar e me pergunta se não estou feliz por ela estar aqui. Dois longos anos de luto, por alguém que estava vivo, e agora quer retomar de onde paramos. Vejo Sam colocar dois copos com água na mesa de centro, e se afastar para cozinha, suas mãos tremiam, ela também está em estado de choque.

– Emily, o que realmente aconteceu? Porque eu enterrei uma mulher que segundo sua tia era você, mas agora você está aqui!

– Eu fui levada pelos sequestradores para outro país eles me mantiveram lá como escrava. – Ela diz aos prantos.

– Vamos para delegacia nós precisamos colocar as autoridades nessa história. – Falo indo em direção a porta.

– Não! – Ela grita.

– Eu tenho medo, por favor amor, não faça isso! Eu fugi estou aqui agora, nós vamos ficar bem... – Ela tenta me abraçar, mas recuo.

– Emily, você foi dada como morta, vai precisar reportar as autoridades. – Em desespero é como me sinto agora.

– Você não me quer aqui? – Sua pergunta me faz sentir culpado.

– Emily... eu... desculpa não sei o que te dizer... eu sinto muito pelo que aconteceu com você, mas eu dei continuidade à minha vida, se você precisar de ajuda eu vou te ajudar, acho que precisaremos passar por uma série de processos, pois há uma pessoa que foi morta e enterrada, e para todos essa pessoa é você...

– Posso ficar aqui? Não quero ir para a casa da minha tia. – Ela pergunta enquanto bebe a água, interrompendo meu raciocínio.

– Sua tia não mora aqui, ela foi para o interior. – Respondo também pegando o copo de água.

– Posso ou não? Será só até eu resolver todas essas questões judiciais, e conseguir me estabilizar. – Ela parece chateada.

– Se você quiser eu posso te dar um apartamento, e te dou uma ajuda até você se organizar. – Digo tentando me livrar da enrascada de tê-la minha casa.

– Não quero seu dinheiro Noah! – Ela diz ofendida.

– Veja como um empréstimo então, quando você estiver estabilizada me devolve o que acha?

– Esquece! Vou morar em qualquer lugar um albergue quem sabe, em pensar que você dizia me amar, e agora se quer tenho abrigo em sua casa depois de ter minha vida destruída, por sua causa. – Ela diz amarga.

– Minha causa? – Pergunto chocado.

– Os sequestradores me pegaram para arrancar dinheiro de você! E não contentes me fizeram de escrava todos esses anos! Eu não sou a pessoa rica aqui Noah! – Ela diz indo em direção a porta.

– Pode ficar, eu jamais deixaria você sem amparo, e só para você saber, mais da metade de tudo que eu tinha eu entreguei aos sequestradores para que te libertassem. – Digo me sentindo culpado.

Ela se aproxima de mim e me abraça, dizendo que tudo ficará bem. A única certeza que tenho nesse momento é que nada está bem, olho para Sam que está de braços cruzados e com cara de quem não gostou nada da decisão que acabei de tomar, e isso só reforça o sentimento de que algo está muito errado em toda essa história.


Senhor WilliamOnde histórias criam vida. Descubra agora