Senhor William

Capítulo sem título 15

SAMANTHA

Desvio o meu caminho e entro no apartamento do senhor William, a porta da frente está entreaberta.

Desligo o som e o vejo deitado no sofá, há uma garrafa de uísque caída no chão próximo de onde ele está, me aproximo e o chamo, ele abre os olhos e diz:

– Que bom que chegou! Você está linda. – E seus olhos desenham o meu corpo.

Assinto entendendo que o álcool está falando mais alto, e vou guiando ele para seu quarto. O deito na sua cama e nesse instante ele começa a chorar, e a dizer o quanto se sente só, e me pede para ficar ali com ele um pouco mais, me sento no chão ao lado da sua cama, ele olha para mim e diz:

– O que você está fazendo?

– Ué! Vou ficar aqui até que o senhor durma. – Ele sorri e diz:

– Deite-se aqui do meu lado. – Ele bate a mão do seu lado na cama.

Começa uma grande discussão, que ele acaba por ganhar, e eu deito ao seu lado, ele suspira, parece aliviado, e acabamos por dormir, o dia começa a clarear quando me dou conta da burrada que fiz, saio bem devagar da cama e quando estou no meio do quarto o ouço dizer:

– Onde você vai? – Na sua voz não há mais sinal de embriaguez.

– Para casa? – Respondo com outra pergunta.

Ele se levanta rapidamente me puxa para si, e me beija, eu não sei qual a loucura que me deu, minha capacidade de raciocínio se foi, e ficou apenas o desejo que queima em mim... que queima em nós. Nossos corpos suados se entregam completamente um ao outro como se nossas vidas dependessem única e exclusivamente disso, ele não é apenas um corpo bonito e bem desenhado, ele sabe exatamente o que fazer para realizar um corpo feminino, posso dizer que fui ao céu e voltei em uma queda alucinante que me tirou completamente do eixo. Agora estou aqui deitada em seu peito, ele dorme tranquilo e eu penso em uma forma de sair daqui antes que ele acorde, é bem provável que eu tenha perdido meu emprego.

Consigo sair sem que ele acorde, e vou para casa, tomo um banho e reflito a grande burrada que fiz. Meu telefone toca e era o Karl cobrando o passeio ao parque, digo a ele que terei trabalho para fazer que depois nos falamos, assim que desligo o telefone, ouço baterem na porta, abro e vejo um senhor William bem nervoso.

– Eu a tratei como uma qualquer? – Ele fala enquanto entra. – Não. – Cruzo os braços como forma de proteção. Ele tem o dom de me desconcertar, e não sei lidar com isso.

– Então, porque saiu da minha casa, e da minha cama como se eu o tivesse feito? – Ele realmente está furioso.

– Porque isso está errado! O senhor é meu chefe! – Me descontrolo.

– E daí? – Ele pergunta tão descontrolado quanto eu.

– A nossa relação deve ser estritamente profissional. – Tento parecer sensata, amenizando o tom da minha voz, pois percebo que meu descontrole não nos levará a nada.

– Para o caralho com profissional! – Ele esbraveja.

– Senhor William...

– Noah. – Ele não me deixa terminar. – Noah, isso não tem chances de dar certo. – Esfrego o rosto tentando achar uma saída para essa situação.

– Porque? Você não gosta de mim? Não foi bom para você? – Agora vejo insegurança em seu rosto.

– Eu estou confusa com essa situação, na realidade não sei como agir. – Tento fugir das perguntas que ele me fez, pois é algo que está difícil de admitir até mesmo para mim.

– Eu sei. – Ele me olha intensamente, meu coração traidor dispara e minha respiração descompassa.

Ele vem em minha direção e encurta a distância entre nós, ele segura minha nuca, e um arrepio gostoso percorre todo o meu corpo como se fosse ondas, sua outra mão segura firme a mina cintura e sei bem o que virá a seguir, eu já não controlo mais o desejo insano que toma conta de mim, e o beijo com a voracidade da fome de uma vida inteira. Minhas mãos percorrem seu corpo, quase que em adoração, e o atrito dos nossos corpos me levam ao limite, me sinto à beira do abismo, e por mais louco que isso pareça, o meu maior desejo é pular, e é o que faço, me entrego completamente sem pensar em mais nada.

Uma coisa é certa, eu estou literalmente apaixonada por ele, por isso entre Karl e eu não rolou. Mas o que fazer diante de tudo isso é algo que somente o tempo me fará descobrir.