Capítulo sem título 16

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SAMANTHA

– Pare de se cobrar tanto Sam, somos adultos e não estamos fazendo nada de errado. – Ele faz carinho em minha cabeça. – Também não é certo. – Suspiro deitada em seu peito.

– Não dá para negar que temos sentimentos um pelo outro Sam, a vida é curta demais para ficarmos parados vendo-a passar.

Meu coração se aperta, pois sei exatamente do que ele está falando, não é sobre nós e sim sobre a curta vida de sua amada Emily.

– Tem razão Noah. – Tento não me deixar afetar pelo fato de sermos três nessa conversa, e não dois como deveria ser. – Mas, se a gente vai seguir em frente acho melhor eu procurar um outro emprego.

– Não vejo necessidade, acho que podemos lidar com a situação. – Ele diz, curto e grosso.

– Você não acha que pode dar errado? – Me sinto insegura.

– Não vai dar errado, porque já deu certo. – Ele diz e começa a rir enquanto me dá pequenos selinhos.

Passamos o dia inteiro grudados, até que Karl me liga novamente no fim da tarde.

– Oi Karl, meu trabalho? Terminei sim. – Vejo Noah fazer cara de poucos amigos.

– Se podemos nos encontrar? – Noah faz sinal que não e começa a se agarrar em mim. – Claro! Pode ser no café da esquina daqui de casa? – Noah bufa, mais parece um touro bravo. – Combinado então.

– Você vai se encontrar com outro homem, e marca na minha cara seu encontro com ele? – Ele diz realmente chateado.

– Eu preciso esclarecer as coisas com ele Noah. – Falo com calma.

– Você estava namorando? – Ele volta a me parecer inseguro.

– Não, ontem Karl e eu saímos e rolou uns beijos, ele provavelmente quer continuar, mas mesmo antes de nós, eu já havia decidido que não dava, só não tive tempo de dizer entende? – Tento lhe passar o máximo de segurança possível.

– Tudo bem, vou te esperar para jantarmos juntos. – Ele ainda parece incomodado com a situação.

– Ok. – Dou-lhe pequenos selinhos. – Amenizando o clima estranho que se instalou entre nós.

Chego a cafeteria antes de Karl, e o espero. Ele fica visivelmente triste por não ter êxito em seus planos para nós. Porém entendeu que os sentimentos não aconteceram para mim como foram para ele. No final terminamos de forma amigável, um relacionamento que nem havia de fato começado. Karl me deseja felicidades e se vai, eu permaneço ali por mais alguns minutos, depois sigo para casa. Ao chegar a porta do apartamento do Noah está entreaberta, uma música toca suavemente no ambiente, conforme entro o vejo preparando a mesa de jantar, os ambientes são em estilo aberto então tenho visão ampla de toda a parte comum do apartamento. Ele vem em minha direção com uma taça de vinho e estende-a a mim.

– Obrigada.

– Resolveu o problema com o seu amigo? – Ele me olha como se pudesse me ler.

– Não era bem um problema, mas tudo foi esclarecido sim. – Tento não dar tanta importância ao assunto.

– Ótimo, venha jantar tenho planos para nós essa noite, e para o dia de amanhã. – Ele diz com cara de criança arteira. – Preciso ver a minha agenda, tenho um chefe muito bravo. – Brinco, e ele me segue.

– Posso falar com ele. – Ele se aproxima de mim, e beija meu pescoço. – Não acredito que vá resolver. – Continuo.

– Eu tenho os meus meios. – Ele sorri, ele deveria sorrir mais, fica lindo quando sorri. Rimos. – Qual plano para amanhã? Falo enquanto bebo o delicioso vinho.

– Sou sócio de um clube, é um lugar muito agradável para se passar o dia, faz tempo que não apareço por lá, acho que você vai amar, muito verde, piscinas...

Jantamos e terminamos nossa noite como começamos nosso dia, nos amando.

Senhor WilliamOnde histórias criam vida. Descubra agora