Capítulo sem título 51

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SAMANTHA

Depois de uma noite bem romântica, acordo cedo pois preciso pegar uns documentos no hotel vou trabalhar de casa, entro na minha sala e vou pagando tudo que vou precisar, não pretendo demorar. Meu telefone toca e um frio percorre meu corpo.

– Alô. Atendo já sabendo de quem se trata. – Marcelle está tudo bem?. – Tento conter os sentimentos de temor que há em mim.

– Precisa vir para o hospital. – Percebo que ela chora.

– Estou a caminho. – Deixo tudo para trás e sigo para o hospital. O trajeto parece não ter fim, e a agonia em meu peito não me deixa um instante sequer, procuro me acalmar pois ele vai precisar de mim. No hospital me identifico na recepção e sou direcionada a uma sala de espera onde encontro a mãe e irmã de Edgard.

– O que aconteceu? Quando eu saí ele estava bem! – As abraço enquanto tento entender o que aconteceu.

– Assim que você saiu ele me ligou, pelo que entendi ele não queria te preocupar, ele achou que voltaria para casa antes de você voltar.

– Então ele estava se sentindo mal e não me falou?! Quando eu o encontrar...

– Familiares de Edgard Milford?

– Nós. – Seguimos em direção ao médico aflitas por informação.

– Nós fizemos tudo que foi possível, ele está estável, e não sente dor, a partir de agora, só nos resta esperar, ele está em um quarto e vocês podem ficar com ele.

– Obrigada. – Respondo, e todas nós seguimos para o quarto.

Ele dorme, está pálido, mas me apego a esperança de que ele já venceu várias crises como essa. Marcele e Lindsey foram para casa dormir e voltam amanhã, eu decidi ficar. Percebo que ele começa a acordar e sigo para próximo de sua cama.

– Oi. – Digo, me segurando para não chorar.

– Vem mais perto amor quero sentir seu perfume.

Beijo seus lábios e permaneço próxima a ele.

– Seu cheiro me dá paz. Ele diz e uma lágrima solitária traça seu rosto.

– Vai passar, eu vou ficar aqui não se preocupe, você quer algo?

– Não, obrigada eu não preciso de nada agora só ficar assim com você.

Ficamos pertinho um do outro em silêncio, ele respira devagar até que percebo que ele parou de respirar. Eu o chamo, mas ele não responde, chamo a enfermeira, e logo haviam médicos e enfermeiros, precisei sair da sala. Momentos depois o médico que estava de plantão vem até mim e diz sentir muito a minha perda, que fora feito todo o possível.

Tudo pareceu acontecer em câmera lenta. Eu sigo em direção ao quarto e vejo que as medicações que estavam ligadas a ele foram retiradas, me aproximo e o abraço, choro agarrada a ele, o beijo e o deixo ir.

– Vai em paz Edgard, eu ficarei bem, espero te encontrar um dia. – Olho para seu rosto sereno, parece dormir, saio do quarto para que os enfermeiros possam fazer seu trabalho.

Busco um lugar tranquilo onde não haja ninguém, e choro sentada no chão. Vejo os primeiros raios de sol do dia, o primeiro de uma vida inteira sem ele.


Senhor WilliamOnde histórias criam vida. Descubra agora