Capítulo sem título 47

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SAMANTHA

Vejo-o sair, e me viro para encarar a fera atrás de mim.

– Eu vou te dar um crédito, somente hoje, por conta dessa situação, mas se acontecer outra vez de você ouvir conversas minhas, e entrar na minha sala sem bater, não importa o que você tenha ou tinha com Edgard eu te demito.

– Você não vai me contar não é? – Apenas constato, ela suspira senta-se em sua cadeira e diz:

– Ao trabalho senhorita Camargo.

Volto para minha sala, e trabalho da melhor forma que consigo. Na hora do meu almoço converso com Vic por telefone, nós sempre nos falamos, mas não conversamos sobre Noah, eu preferi não saber mais nada sobre ele. Ela tenta me acalmar dizendo que tudo vai ficar bem, mas não saber o que de fato está acontecendo é algo que me tira o chão.

Em casa decido me arrumar para ir até o apartamento de Edgard, ele foi homem o suficiente para me conquistar, vai ter que ser homem para contar o que está acontecendo. Meu telefone toca e vejo o Nome de Noah na tela, mas não atendo. Em seguida minha campainha toca, no olho mágico vejo que é ele, finjo que não estou até que ele desiste. Assim que ele se vai, sigo para casa de Edgard. Toco a campainha do apartamento, e uma moça muito bonita atende.

– Quem é? – Ouço a voz de Edgard mais ao fundo. A moça olha para mim esperando que eu me apresente.

– Desculpe sou a Samantha. – Estendo minha mão para ela, ela abre mais a porta enquanto fala de volta:

– Samantha. – Fez-se um silêncio e pude ver uma senhora aparando Edgard até o sofá.

– Entre Sam. – Ele diz do sofá.

– Você está doente? E por isso que me enxotou da sua vida? Você acha mesmo que eu sou esse tipo de pessoa? Que está com você em momentos bons, mas que abandona quando mais se precisa? Me diz! É assim dessa forma que você me vê?

– Não, Sam, eu te vejo como a jóia mais preciosa que pude ter por alguns dias, eu queria para uma vida inteira, mas assim como vejo você, assim eu quero que você me guarde na sua lembrança, feliz e aparentemente saudável, não queria que você se lembrasse de mim assim como está me vendo agora.

– Como assim? Lembrasse?

– Estou morrendo, Sam.

– O que? – O mundo parece girar.

– Essa é minha Mãe Marcelle e aquela é minha irmã Lindsey.

– Me perdoem, eu estou tão atordoada que esqueci a educação.

– Imagina vou fazer um chá, venha Lindsey. – Marcelle chama a garota. Quando elas saem eu o abraço e beijo, e peço enquanto choro baixinho:

– Me deixa ficar.

– Não quero que me veja assim.

– Não há nada mesmo que possa ser feito? – Pergunto esperançosa.

– Não, tudo que poderia ser feito, foi feito e eu superei a expectativa dos médicos que era de um ano no máximo, já vivi três anos além do que eles previram. E os últimos meses foram os melhores que tive em minha vida inteira. – Ele diz me olhando nos olhos. – Eu estou pronto, Sam.

– Eu apenas afirmo com a cabeça, não desabo em sua frente, farei isso quando estiver só, pois estou decidida, serei seu porto.


Senhor WilliamOnde histórias criam vida. Descubra agora