Capítulo sem título 21

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SAMANTHA

Chego para o meu dia de trabalho, com meu rosto ainda inchado pela noite mal dormida, e por ter chorado boa parte dela. Eu o ouvi sair logo cedo, não quero pressioná-lo, então sigo minha rotina e vou para casa.

Faz uma semana desde a nossa conversa, não nos falamos mais desde então. Marquei um cinema com Vic para hoje, e estou me arrumando para ir, me arrumo bem bonita disfarço as olheiras e fico contente com o resultado. Quando a porta do elevador se abre ele sai de lá, parece que estava correndo, já que está com roupas esportivas e estão praticamente encharcadas de suor.

– Boa tarde. – Me limito a dizer.

– Boa tarde, Sam. – Ele fica parado me olhando. Já dentro do elevador aperto o botão rapidamente, estar perto dele e não poder tocá-lo é uma tortura para mim, conforme a porta vai se fechando percebo que ele queria falar algo mais, porém não deu tempo.

– Menina você está linda! – Vic me abraça e seguimos para a fila do cinema.

– Como estão as coisas na empresa? – Sondo Vic.

– Muito trabalho, e um chefe que não me parece bem, aconteceu algo com vocês? – Vic pergunta.

– Eu contei sobre meu passado, acho que ele não está sabendo lidar direito com isso. – Tento não chorar, mas já sinto meus olhos lacrimejarem.

– Eu mato ele! – Vic diz furiosa.

– Não, deixa que o tempo acerta as coisas. – Falo tentando acalmar a mim mesma, Vic me abraça.

Depois de uma tarde bem agradável, Vic me deixa na porta de casa e vai embora. Já é tarde da noite e não quero jantar, essa tristeza só vai amenizar com o bom e velho brigadeiro, e é isso que faço, coloco um filme bem meloso e choro horrores agarrada a panela de brigadeiro. Ouço baterem a porta e vou atender.

– Oi. – Ele diz parecendo tentar encontrar uma forma de falar comigo. – Oi. – Digo fungando.

– Me perdoe, eu precisava de um tempo para colocar as ideias em ordem e claro investigar o seu marido. – Ele não é mais meu marido! – Falo furiosa.

– Sim, por enquanto ainda é, mas já falei com meu advogado, e conseguiremos resolver isso facilmente. – Ele diz enquanto entra. Volto para frente da TV, ele me segue se senta ao meu lado, e comemos o brigadeiro juntos enquanto assistimos o restante do filme.

– Você vai conseguir me perdoar? – Ele olha para mim. – Depende... – Decido cutucar a fera.

– Do quê? Ele pergunta e parece preocupado. – Você precisa primeiro se perdoar, e depois perdoar duas pessoas que sofrem a sua ausência. – Falo decidida a tocar na ferida, já que estamos quebrados bora juntar os cacos.

– Você não pode invadir assim a minha vida! – Ele diz bem aborrecido. Como já estou com o dedo na ferida, não custa nada cutucar mais. – Você também não! E, no entanto, você não só invadiu como decidiu por mim o que quer fazer.

– Eu estou tentando te ajudar! – Ele fala exaltado. – Abaixe o tom! Pois nem você nem ninguém nunca mais vai me tratar desse jeito! – Digo indo em direção a porta e abrindo-a. Ele parece cair em si com que acabara de fazer, e vem em minha direção.

– Me perdoe, eu não tive a intenção....

– Boa noite, senhor William. – O interrompo sem lhe dar a chance de terminar o que estava falando. Ele sai em direção ao seu apartamento, e eu vou maratonar filmes românticos até ser vencida pelo sono.


Senhor WilliamOnde histórias criam vida. Descubra agora